Off Topic: Agradecimentos de fim de ano

Depois de uma grande decepção em 2017 e um momento muito ruim em 2018, decidi que não faria mais planos. Deixaria que tudo que fosse para acontecer na minha vida, fosse ao acaso. 
Meu plano era não ter planos; aproveitar oportunidades quando elas surgirem e principalmente: não criar expectativas com elas.
Em 2019, essa ideia, deu certo. Tive um emprego por um ano, fiz valer o salário que recebi e bem, investi em uma pós como se fosse uma nova "brusinha".
Passei no doutorado e 2020 poderia ser promissor, pelo menos em termos de estudos. Por isso, acabei caindo na tentação e feito alguns planos. 

Sim: 2020 foi um ano promissor em termos de estudos, mas não de emprego. De todo modo, há males que vieram para o bem: trabalhar com educação no meio da pandemia, não teria sido tarefa fácil. Sem contrato com uma escola, pude dedicar meu tempo à cursar créditos de disciplinas do doutorado sem que comprometesse os meus horários de trabalho. Pude ler textos e fazer trabalhos e ainda ter um restinho de tempo para outras atividades.
A pandemia garantiu mais outra vantagem: ainda que não fosse possível fazer as atividades acadêmicas do modo normal (ou seja, presencialmente), tive a chance de participar de eventos em outros estados e faculdades que, numa pós sem bolsa, teria sido muito mais complicado para me deslocar e estar presente. Com emprego então, eu nem cogitaria sequer me inscrever nas palestras online - só as aulas e as atividades delas tomavam bastante tempo do meus dias.

Além disso, com encontros acontecendo de forma online, comecei a participar de um grupo de estudos fora da minha universidade e conheci um pessoal muito bacana. As discussões das quais participei fez com que eu aprendesse muito e me sentisse muito feliz com a oportunidade de estar em contato com esse pessoal de uma forma que não posso descrever. 

A pandemia não foi um completo desastre, mas proporcionou frustrações pesadas. Nas relações interpessoais, por exemplo, algumas amizades se desgastaram ou simplesmente, desapareceram. Isso já vinha de antes: os partidarismos no nosso país, fez com que muita gente se tornasse um estranho, próximo do intolerável. Com a Covid-19 descobrimos um sem número de "convivas" completamente ignorantes ou simplesmente egoístas. Negacionistas, anti-vacinas, intolerantes, radicais religiosos, e claro, hipócritas, vieram dos dois lados: esquerdopatas se tornaram mais ridículos e conservadores, totalmente malucos. A que ponto chegamos...

Em contrapartida, através da busca do bem estar e boas notícias de quem quero o bem, fui recompensada: mensagens, pedidos de orações, carinho, e amizade não faltaram daqueles que, vieram para ficar. Uns vão, mas os que permanecem, são infinitamente mais importantes.

Em março, fui à um show que, a Manu de 11/12 anos teria ficado explodido de felicidade. Estive num dos shows dos Backstreet Boys no Brasil e foi divertidíssimo. Encontrei duas amigas "virtuais" lá e pude voltar a ser uma adolescente despreocupada com tudo por duas horas com danças e músicas que eram minha trilha sonora dessa fase da vida. 
Mas... perdi um show e dinheiro, já que investi num show do KISS, de despedida e foi cancelado numa das cidades que eu comprei o ingresso para ir.  O impasse se segue, já que nosso obtuso presidente decretou uma lei de calote que não pressupõe estorno. Infelizmente, é assim mesmo. Seja qual for o governo vigente, no Brasil o povo só se ferra. Assim, nada de novo no front.

Para meu aniversário de 33 anos eu iria pedir uma ajuda financeira dos familiares para comprar ingressos da F1. Eles iam chiar, mas estava na ponta da língua a resposta para a pergunta sobre "o que você quer?"
Era isso. A pessoa que tinha decidido não fazer planos, fez e o novo coronavírus tratou de me colocar nos eixos com um "aqui não, queridinha" logo em março, três meses antes do meu aniversário.  
Não creio que em 2021 será possível estar em Interlagos (e ver o Kimito na pista). Ainda que seja algo que quero muito, as pessoas não sabem o que pode estar por vir no ano que vem.

Cabe ainda dizer algo que, apesar de duro, é real: 2021 é incerto, em todas as dimensões. A única certeza que tenho é que vou para meu segundo ano de doutorado. Se vou com saúde, se vou ter a chance de vacina, se vou ter grana e um emprego, se vou conseguir chegar ao final dele bem e podendo agradecer por alguma coisinha... Não sei. Acho que é a primeira vez que um sentimento de insegurança misturado com medo, está batendo forte em mim. Tudo nebuloso, inclusive o futuro desse espaço. 

Em 2021 faço 13 anos que tenho essa página. Eu realmente não tenho mais tanto a dizer aqui que já não tenha sido dito e está cada dia mais complicado pensar sobre F1 e dar uns palpites por aqui. Os textos são gigantes e passo mais tempo pensando sobre as contradições dos fãs e da imprensa do que necessariamente sobre a categoria em si. 
Planejei novidades para 2020, mas não deu certo (ah, planos maledetos!) Uma delas foi querer contar com ajuda externa, montar um podcast, algo dinâmico e não restrito, que não foi possível em nenhum jeito que eu pensei. 
Sim, passou pela minha cabeça (de novo!) em abandonar o blog. Novamente, não é algo ainda que tenho certeza, mas não vou mentir que o desânimo é grande, visto que, são 13 anos, talvez 10 deles falando mais de F1 de qualquer outra coisa e bem... Vocês sabem a "porcaria" que é; e estão aqui ainda, as vezes deixando comentários e tudo o mais por uma consideração à minha pessoa - o que agradeço imensamente. 

Por isso, e tentando manter o clima mais ameno, prometo não fechar essa postagem tão para baixo! O que realmente importa e o que eu realmente desejo está no cartãozinho:


Abraços afáveis e fiquem bem!

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