Caiu a Ficha...


Eu realmente amanheci chateada.
Não costumo levantar da minha cama de mau humor. Duas vezes apenas porque meu vizinho não sabe falar baixo e tem uma voz horrível. Mas depois de algumas horas retomei meu humor.
Hoje não foi atípico. Acordei ao som da voz da minha contando as horas. Estou de férias. Normal acordar por volta das 9 da manhã.
Tinha aula hoje à tarde. Minha tarde fica comprometida por essa aula. Nesse caso pus-me a frente do computador para verificar e-mails e afins.
Sábado fui a uma exposição de motos que todo mês de agosto têm na minha cidade. Encontrei uma pessoa lá. Passei todo o fim de semana me lembrando dele, sem saber o nome dele.
Enfim era segunda-feira e podia eu estar no meu computador sem que fosse incomodada. Com 3 coisas: cadeira, mãos e computador eu poderia saber algumas coisas sobre o tal.
As coisas na minha vida nunca foram diferentes. Sempre foi assim. Se me interessei por alguém, no início o máximo que eu poderia saber era nome e sobrenome. Daí as coisas evoluíram. Eu passava a conhecer os irmãos, depois a ter amizade com os personagens. Foi gradativo. O primeiro, eu olhava de longe na aula de educação física. O segundo, o irmão dele estudava comigo. O terceiro estudou comigo e criamos amizade em nome da música.
Assim foi. O primeiro, até hoje é a personificação do perfeito. É para ele o que escrevi aqui, textos anteriores. Mas limito-me a não ter coragem de sequer dizer “oi”.
O segundo provou-se ser apenas uma figura calada e presa ao chão. Ele não é o tipo que meu pai acharia bonito em casa como meu companheiro. Nunca falei com ele, mas com alguns de seus amigos. Sei de suas atitudes e elas não me agradam.
O terceiro, eu criei amizade, apoiei em tudo que pude e no fim ele me disse que havia finalmente conquistado a garota que ele mais amava. E não era eu.
Esse último foi o que mais guardei rancor. Ele não precisou mais de mim, fui para escanteio. Não nos falamos mais desde que ele oficializou namoro com a tal.
Gastei meu tempo com ele. Mesmo.
“Só isso?” Respondo: Só! “Poxa, você se contenta com pouco hein??” Sim. Para mim menos é mais muitas vezes.
E hoje, pela manhã, não foi diferente. Sempre que me interesso por alguém, esse alguém já tem dona.
Descobri o tal nome do garoto. Com essa informação, li em letras que poderiam estar em néon: “Comprometido à 3 anos”.
As plaquinhas das namoradas tem as mesmas escrituras todas as vezes: “Afaste-se: eu vi primeiro!”
Nos últimos 3 meses a informação pior era sempre a mesma. Namorando! Nem falar que era corinthiano doía tanto.
Não duvido que em poucos dias o primeiro da minha lista, o único solteiro, venha com essa informação pendurada no pescoço da próxima vez que eu o encontrar.
Eu pressenti hoje pela manhã. A ficha hoje estava prestes a cair e minha consciência não quis avisar de forma mais direta. Ela pensou talvez que eu fosse achar de novo que não era o fim do mundo. “Ah! Ela passou por situações que pensei que ela desmoronaria e está aí... Ela superará!”
Realmente eu deparei com a realidade. Eu nasci para ser ultrapassada por outras pessoas.
Não sou, nunca fui dramática.
Passou um filme na minha cabeça e propensa e frágil, juro que não consigo ter outro sentimento que não seja o de inutilidade. De olhar a volta e ver a vida medíocre que eu levo fez-me ficar perplexa e me sentir como jamais me senti em 21 anos.
Já me senti mal antes, claro. Mas dessa vez foi mais forte e completo. Foi um momento de epifania.
Pensei em meus amigos e só agora percebo que eles devem rir às minhas costas, pela ingenuidade e burrice que eu transpareço todas as vezes.
Não vou ser ingrata e culpar alguém que não eu. Não posso me enganar mais.
Definitivamente não tenho amigos, poucos vivem em função de mim da forma que eu vivo por eles. Todos me cercaram ou me cercam por pura pena de mim. Não os culpo por isso. Eu também não ia querer a companhia de alguém assim.
Minha família morre de medo de tudo que nos cerca. Sair de casa é o maior dilúvio. Coisas simples como tirar carteira é como se inscrever num curso de “Como Ser Mulher –Bomba”.
A realidade foi assim, apareceu assim. Durante o resto do dia pensei nisso. Agora sem pensar em outra coisa escrevo aqui. Tenho a explicação lógica: eu não esperava por essa rasteira agora.
Eu detesto mudanças bruscas. Não vou mudar agora como sou e passar a tratar todos que me cercam de forma diferente. Um dia quem sabe. Mas aqueles são os que por poucos minutos me fazem feliz não merecem essa ingratidão de minha parte por terem me doado seus segundos comigo.
Mas tenho consciência de que nada sou e que nada vai mudar para mim.
Manter-me-ei a postos para estender a mão quando precisarem como sempre fiz. Quando precisarem de um sorriso nas horas tristes como sempre fiz. Vou fazer o que sempre fiz.
Eu não precisarei de uma mão. Se precisar me salvarei sozinha e ninguém como sempre saberá daquela menina que aqui esteve a ouvir quem precisasse falar. Para rir das piadas que alguém ousasse contar. Para dizer “oi, como vai?” com a intenção de saber realmente se encontra bem. Ninguém saberá que ela existiu se ela não se salvar.
Salvou-se então? Novamente continuará a ser a mesma, ouvindo, fazendo rir, consolando, dizendo “oi”. Mas ao fim do dia, ninguém lembrará.

Comentários

Anônimo disse…
Já ouviu falar no livro Polliana Minú?Acredito que sim,não é mesmo?
Polliana sempre procurava ajudar as pessoas e tirar bons proveitos de coisas ruins.
Onde está o mal nisso?
Veja sob este prisma:
Adianta essa alquimia toda sendo que você fica se abstendo de seus próprios prazeres e felicidade?
Não ajude as pessoas,sem ajudar a si mesma.Um dia você não poderá ajudar ninguém porque estará triste ou apática.Eu quero que pense mais em ti.
E que saiba que ao final do dia não será esquecida.
E que o amor que procuras existe,mas aceite o fato de que não foi encontrado.
Nem por ti,nem por outra.


BEIJOS.
TE ADORO.
Sempre fãs o/*\o
Anônimo disse…
Nossa... que profundo!!!

Se quiser você pode ser a Pole Position em minha vida... rsrsrsrsrs

Seja uma ESponja como o BOb, ajudar o outros pode ser mais fácil do que passar por problemas sozinha!!!

Um bjão!!!
Anônimo disse…
Haha! Cristiano essa comparação do Esponja como o Bob foi peculiar! ^^
Mas, ajudar os outros melhora muito as outras coisas q a gente vê como grandes problemas. E conforta e faz vc feliz.

Bjão p/ vc!^^

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