Balanço da Temporada da F1 2020 (parte XVII) e novidades
Confesso que não foi proposital, mas acabou sendo bom que os comentários sobre o último GP de 2020 caísse numa semana de Race Week - a primeira etapa de 2021. Alguns pontos podem ser retomados de forma geral e fresquinha para o enfermamente esquecidinhos e esquecidinhas.
Mas nem tudo são flores: dá para projetar que, em termos de comentários e palpites, pode ser que a temporada deste ano seja muito pior que a do ano passado. Já não resta muitos pilotos que não tenham sido, uma ou mais vezes, cancelados.
Grande parte deles, posso dizer, foram cancelados pelas coisas mais estapafúrdias já pensadas. E claro, outros podem fazer (ou já terem feito) algo semelhante e o silêncio paira.
A questão é: com motivo ou não, não resta muitos à salvo. Logo, 2021 dará um bom jeito nisso e quem saiu ileso, terá que ter o cuidado redobrado. O linchamento virtual está bem alerta.
Fiz um texto curto para Abu Dhabi, pois, em termos de corrida, pouco (ou nada?) havia para ser comentado. A Mercedes já havia sido campeã com quatro corridas de antecedência e o seu piloto também, faltando ainda três delas para terminar o calendário.
Comentei, em linhas gerais o que foi o campeonato em meio à pandemia. Durante o ano, apenas 3 pilotos se infectaram. Na offseason (e por terem relaxado nos cuidados), mais 3 testaram positivo para a Covid-19. Todo mundo se encontra bem, graças à Deus.
O último infectado, Lewis Hamilton, deixou o repouso para fazer uma corrida meia boca e poder, de algum modo, alertar para a fadiga e o desconforto que estava sentindo em relação à Covid.
Ele já retornou dizendo que não se sentia 100%, já adiantando uma desculpa para o "fraco" terceiro lugar na corrida. O único ponto positivo desse discurso dele foi reforçar que a doença não é brincadeira e que não podemos nos descuidar.
Eu fiquei realmente preocupada: não estando bem, e já vencendo o campeonato, porque ele estava de volta para a última corrida do ano? Valia a pena o esforço?
Se era por vaidade, o fato de ninguém ter criticado resumia as passadas de pano para ele, por todos. O cara é good vibes, mas é porque está no topo. Ele ainda é o mesmo Lewis que se irrita como uma criança - mimada - quando não deixam ele fazer e falar o que quer.
Se o seu retorno era pela tal "pressão" de renovação de contrato, a Mercedes estava perdendo a noção do perigo: com o Blessed, não se mexe! E "brincar" com doença, também não deveriam.
De qualquer modo, ninguém comentou nada disso, pelo contrário: enalteceram (claro!!!) o seu terceiro lugar de Lewis, mesmo doentinho.
O fanatismo cego causa danos irreparáveis. E olha, vamos aí para mais uma temporada. Logo, os "alecrins dourados" vão ficando opacos. Ninguém vai esquecer os erros deles, caso cometam. Mesmo que sejam coisas de fórum privado, não vai falar cobrança da patrulha da perfeição. Nem que seja falsa, essa perfeição que esteve presente em 2020 e não irá falhar em 2021.
Previsão 1: Vai ser um longo ano nesse sentido...
Essas coisas acontecem. Cabe a nós tentar evitar que isso nos afete e espalhamos veneno sobre um pessoal que a gente não conhece.
Para 2021 então, tenho pensado bastante com relação ao futuro dessa página. Ela fez 13 anos em janeiro desse ano.
Não pensei em nenhuma mudança do layout, mas o conteúdo vai mudar. Irei padronizar as minhas postagens: na segunda falo sobre a corrida, na terça ou quarta, faço um post de fotos comentadas (se houver) e penso num texto extra para caso surja um tópico importante a ser comentado em formato notas (curtas, eu prometo). Uma prévia antes o GP podem ser outra coisa que irei experimentar mais vezes.
Ah, e aqueles textos de convidados, virão. Os voluntariados serão muito bem vindos.
Previsão 2: Diante dos mesmos resultados, eu vou acabar reclamando demais aqui.
No texto sobre Abu Dhabi 2020, prometi um balanço geral das corridas. O intuito era comentar uns pontos positivos e uns negativos, por isso, nos meus planos iniciais seria no máximo umas duas ou três postagens.
Acabei fazendo 18 postagens, sendo que a última, essa de hoje.
As demais, publicadas até agora, estão listadas abaixo, com os respectivos links:
Com a 17ª parte, temos uma questão importante de extra, que não tem nas anteriores: Colocarei arquivos com o nosso conteúdo dessas postagens, disponíveis para vocês: um PDF com todos os infográficos dos 17 GPs de 2020 e também todos os 17 placares de classificação e um extra, que hoje mesmo, irei comentar aqui: por equipes, montei uma tabela com todas as colocações dos pilotos, nas 17 corridas.
Promessa 1: Fazer mais infográficos e tabelas como essas, ao longo de 2021.
O texto do último GP em 2020 - Chapter 17: GP de Abu Dhabi - mostrou um pouco do que ele de fato, foi: longo e irrelevante.
Inabalável desde sábado, o resultado de Abu Dhabi é sempre "modorrento".
Os demais pontuadores também mostravam que essa corrida, não é realmente nada de especial:
► Em quarto, Alexander Albon; largou em quinto. Mesmo que tivesse vencido a corrida, é bem provável que seu destino já estivesse resolvido fazia tempo: na melhor das hipóteses, seria rebaixado para a Alpha Tauri. E foi a pior: virou reserva...
► Em quinto, Lando Norris, que largou em quarto. Ficaria na equipe para 2021 e isso já estava decidido desde a primeira metade da temporada.
No seu último GP pela McLaren, Carlos Sainz largou em sexto e em sexto chegou. Na Ferrari, as coisas podem ficar muito ruins, mas ele sabe o que faz (no entanto, não vou ter pena, porque aceitar ir para a Ferrari é ser masoquista).
► Foi com Daniel Ricciardo que a coisa mudou (um pouco) em Abu Dhabi: ele largou da 11ª colocação e chegou em sétimo.
Esteban Ocon foi décimo primeiro na classificação, décimo no grid e apenas nono na corrida. Adivinhem com quem a Renault (mudando de nome, sendo Alpine) ia ficar para 2021? ...
► De novo, Pierre Gasly largou da nona colocação, chegou em oitavo. Pelo menos, ficaria com o contrato por mais um ano na Alpha Tauri.
► Lance Stroll largou em oitavo e caiu duas posições: ficou em décimo na corrida. Marcou apenas um ponto para a Racing Point, mas não havia muito o que se discutir: vaga garantidíssima na Aston Martin no ano seguinte.
Não pontuadores:
► Em 11º, Daniil Kvyat. Também perdeu rendimento na corrida, pois havia largado do sétimo posto. Assim a Alpha Tauri marcava seus últimos pontos apenas com Gasly - que por "sorte", era o que seria mantido na equipe para o ano seguinte e aguardava o nome de seu companheiro vir a ser confirmado.
Já adiantando: seria Yuki Tsunoda, membro da Red Bull Júnior e também da Honda. O garoto é um pontinho: baixinho e miudinho. Me sinto "representada".
► Em décimo segundo, Kimi Räikkönen. O tiozão do paddock largou do 15º lugar e terminou o ano à frente de Antonio Giovinazzi, que foi 14º na classificação, mas só conseguiu um 16º na corrida. Em 2021, Gio ainda continuará dando risada nos vídeos promocionais da Alfa Romeo com o KiMito e a gente se divertindo com isso.
► Charles Leclerc em 13º!!! Sim, depois da classificar-se em nono, perder 3 posições por ter sido considerado culpado pelo incidente envolvendo ele e Sérgio Pérez no GP do Sahkir, ele largou do 12º lugar. Ainda que fosse vergonhoso não fazer nada na corrida e ainda perder uma posição, ninguém criticou.
Sebastian Vettel também perdeu uma posição em relação à sua classificação: de 13º ficou em 14º. Aí sim era pauta para comentarista e crítico.
De qualquer modo, Seb estava de saída da Ferrari, desde antes da temporada 2020 começar, diga-se, e devia estar lindamente aliviado quando acabou a corrida. Qualquer tipo de incômodo agora, vai ser fichinha pelo o que já passou.
Ele ocupa a outra vaga na Aston Martin (ex Racing Point).
► George Russell perdeu a segunda chance de voltar a Mercedes, com a antecipação do retorno de Hamilton. Teria sido interessante ele transformar a frustração da última oportunidade em vitória triunfal. Mas, não foi possível. Hamilton se assegurou disso. Não vamos criticar, né?
De volta à Williams, Russell foi o 16º do grid e o 15º na corrida.
Nicholas Latifi foi o 18º e na corrida, o 17º. Ambos pilotos, permanecem na Williams para 2021.
► Os pilotos da Haas, apenas um "ficaria" disponível. Romain Grosjean ainda se recuperava dos ferimentos do GP do Bahrein, duas semanas antes, e não teve chance de se despedir da categoria. Foi substituído novamente por Pietro Fittipaldi que, desta vez, largou da penúltima colocação - em 19º e chegou, na mesma colocação - no caso, a última da corrida.
Kevin Magnussen, também de partida da categoria, nem teve homenagem - a não ser uma pequena "festinha" na Haas. Foi o 20º do grid e terminou a corrida em 18º.
Sentiremos falta de Romain e Kevin? Vocês dirão que não.
No entanto, são caras legais e, diante de muita coisa que ficamos sabendo por aí, foram muito injustiçados por todo "hate" que sofreram. Existe coisa muuuuuuito pior que não se fala nada a respeito. E também, a falta de bom senso e empatia, complica muito qualquer comentário extra a respeito dessas e outras pessoas. Não estamos lá, e queremos dar palpites. Não somos a pessoa, e queremos considerar as suas atitudes, como as nossas... Vai ver, somos perfeitos, não? (sim, estou sendo cínica...).
Para 2021, Grosjean e Magnussen foram substituídos por Mick Schumacher - vencedor da Fórmula 2 em 2020 - e por Nikita Mazepin, que terminou o mesmo campeonato, em quinto.
Previsão 3: Será absurdo os comentários para ambos, este ano. Um pelos peso do sobrenome e o outro, sobretudo pelas ações (descabidas) de sua vida particular.
Acidentes ou abandonos:
► Apenas um: Sérgio Pérez completou apenas 12 voltas das 55 previstas, com problemas no motor. Não seria um bye-bye do mexicano da categoria: ele teria uma terceira (e muito boa) chance na carreira. (Mesmo não sendo tudo isso...)
Placar das classificações terminou assim:
Se foi de propósito que Seb fez isso, well done!
Nem vou dizer então que, em termos de pontos por corrida, a diferença também era pequena entre o alemão sem pódio e o australiano sorridente...
Mas nunca foi Fórmula Mercedes, cerrrrto?
☼ Diferença entre Norris (9º) e Gasly (10º): 22 pontos.
☼ Diferença entre Gasly (10º) e Stroll (11º): 0 pontos. Gasly ficou na frente por ter uma vitória.
► Diferença entre Räikkönen e Giovinazzi: 0 pontos. Kimi ficou na frente por ter dois nonos lugares.
Ainda acho que se não tivesse acontecido, não teria feito tanta diferença, no entanto, serviu para entendermos o quão bobo pode ser o fanatismo e também carimbar que "hater" é contraditório do fio do cabelo da cabeça até a ponta do dedão do pé.
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