Balanço da temporada da F1 2020 (parte II)
Para quem não leu a primeira parte do balanço, cá está o link direto: cliquem aqui. Tenho procurado condensar cada GP sob o que escrevi daquele dia, com os dados em infográficos simples, mas que dão um certo trabalho para serem feitos.
Confesso que usar a palavra "condensar" é mal colocada. Como podem ver, não consigo ser objetiva.
Como dizíamos, a Fórmula Hamilton-Mercedes 1 teve a sua estreia, finalmente, em julho de 2020. A primeira experiência no circuito austríaco tinha levantado algumas situações inviáveis: uma delas era o número de abandonos - por falhas nos carros. Foram 7 pilotos abandonando ao todo, até a volta 53, e mais dois que completaram 67 e 69 voltas respectivamente e, apesar das falhas, ficaram classificados. Não se sabia se isso seria uma rotina, durante a temporada.
Outra, era o momento de pandemia. Regras que todos nós passamos a ter que cumprir, foram aplicadas com força no primeiro evento (e nos demais): o uso de máscaras obrigatório, higienizações de objetos com álcool e as mãos, com álcool em gel, além de exames preventivos antes de admitir as pessoas (desde membros da equipe até jornalistas autorizados) no paddock, e a distância de 2 metros para conversarem e darem entrevistas. Fatores importantes: houve a proibição de público e era necessário um programa de "bolhas" - estar o mínimo possível em lugares fechados com muita gente - isto é, voltar para casa entre um GP e outro deveria ser evitado.
Para facilitar esse último - as bolhas - o circuito de Spielberg receberia a F1 duas vezes, num fim de semana seguido do outro. Era 3,4 e 5 de julho para o GP da Áustria e depois o "GP de Estíria", nos dias 10, 11 e 12. Foram 4 dias de "folga" no mesmo local (em tese, claro) para outra disputa, no mesmo circuito. A sagacidade dos organizadores estava na mudança do nome, já que a proposta de grid invertido, nem foi sequer testada - até porque a Mercedes, foi contra. Boa coisa não viria do "repeteco".
Sob a desculpa de que o melhor carro deveria sempre largar na frente, aboliram a ideia que, apesar de soar boba, em uma temporada atípica, não custava nada tentar. Era só um jeito de tentar outras formas. Em todo, se o carro era bom, e seus pilotos são ótimos... Não tinha porque se preocuparem. Devia ser divertido.
Bem, um deles é considerado extraordinário, então, esse choro todo não tinha razão. Em cinco ou seis voltas, Lewis Hamilton estaria na zona de pontuação e antes de completarem 1/3 da corrida, estaria lutando pela vitória. Afinal, heptacampeão não teria o que temer e daria um novo sabor às vitórias ficando cada vez mais enfadonhas.
No entanto, a repetição da corrida, do mesmo jeito que foi no fim de semana anterior era a melhor medida para manter todo mundo isolado e menos propício à contágio. Mas teve piloto voltando para casa para estar com amigos e namoradas, sabendo que 4 dias não os matariam se não fizessem.
Apesar da suposta irresponsabilidade de alguns deles, nada de grave aconteceu por conta disso, isto é, eles não se contaminaram e "provaram" que, tomando os devidos cuidados e seguindo os protocolos até mesmo na volta para casa, era possível se manter bem, desde que os convivas também respeitassem as medidas.
A mudança para o segundo GP da Áustria ficou por conta da natureza: Com uma chuva no sábado, a classificação deu indícios do retorno ao óbvio - pelo menos no que diz respeito a ser a Fórmula Hamilton. Ele ressurgiu, depois de um fim de semana de muitos erros (e punições), fez questão de fazer a pole position e ver o companheiro ser apenas o quarto.
A pergunta que ficou era: como, de um sábado para o outro, Valtteri Bottas "perdeu a mão" completamente do circuito? Um mistério só respondido por aqueles que "sabem tudo"#sarcasmo.
Claro que o fator da chuva é uma justificativa razoável, porém, isso nem foi pauta - as análises feitas pela imprensa, nem passaram por esse ponto.
Na Áustria, Hamilton parecia disperso na primeira semana. Na segunda, Lewis não queria que chovesse, pois estava "enfrentando dificuldades para se ajustar ao carro". Discurso manjado. Assim, a "rasgação de seda" para sua pole e vitórias, tiveram falas, comentários e matérias digno de gente dopada.
Com requintes de crueldade, havia ainda uma historieta de que a pintura preta da Mercedes, super aquecia o carro e isso era um fator problemático e preocupante.
Tudo balela. Faltou olhos para revirar tantas vezes que esses dois assuntos eram citados.
Max Verstappen fez uma excelente classificação e corrida. Trouxe a RBR para o holofote mesmo e como uma rival para as Mercedes. Ainda que soubéssemos apenas que ele seria rival direto de Bottas, ainda assim, é bom ver o Verstappen fazer algumas boas coisas na pista, apesar das ressalvas sobre ele, que aqui, não se aplicam, e creio que não irão, futuramente.
Carlos Sainz trouxe a McLaren de volta ao protagonismo, mas seria apenas na classificação. Logo, na corrida, pouco se ouviria falar dele.
Em contrapartida, seu companheiro, Lando Norris teve holofote novamente depois de uma boa corrida.
Sobre as Ferraris, a opinião pública deixou clara a preferência. Houve toque entre os dois pilotos da Scuderia na largada. No caso, Charles Leclerc reconheceu o erro e ficou tudo bem. No máximo, acrescentariam em matéria que era "incidente de corrida", nada de mais.
Fico realmente maravilhada quando essa expressão é usada. Em 90% dos casos, ela é unânime (como foi) quando um dos pilotos é queridinho demais para ser criticado.
De todo modo, em uma semana, a relação de Sebastian Vettel com a sua (ex) equipe não era melhorada pelo chefe, Mattia Binotto. Em declarações podres que o pessoal da Ferrari sempre fez, Binotto bateu recordes e fez a primeira, das muitas que faria durante a temporada: "não houve culpado no incidente", disse.
Ao menos a imprensa italiano fazia as duras críticas necessárias, deixando claro aos tifosi que o carro era mal nascido e não havia piloto "salvador".
De um domingo ao outro, vimos uma corrida cheia de assuntos improváveis acontecerem, dando lugar para uma previsível e um tanto sem graça - porém, eram os traços o que seria a temporada em seu final.
De um domingo ao outro, caiu a ideia de que teríamos uma temporada competitiva, que haveria menos disparidades entre companheiros e etc.
Por aqui, passaram a se incomodar (sem a mínima da razão) com o narrador da Globo, Cleber Machado. Os profissionais insuportáveis de fato, já tinham a preferência do público, mas não a minha. A crítica ao Cleber também mostrava que, uma semana depois, a F1 tinha voltado à sua rotina, por isso, prestavam atenção à fatores irrelevantes - como narradores que estão visivelmente de "saco cheio" da falta de emoção que é a F1 atual.
Com uma corrida resolvida nas primeiras metade, partimos para observar pilotos de meio de grid, sobretudo os pilotos jovens: aparentemente habilidosos e colocados como grandes promessas. O tempo dirá o que se tornarão mesmo. Ultimamente, toda promessa que chega para "arrasar quarteirão", só fica na premissa. Algumas carreiras são esfaceladas por pura politicagem ou investimento dos mimados. A questão é que, como a maioria dos casos que envolve a categoria máxima do automobilismo, o pessoal só comenta sobre essas coisas, quando convém - como por exemplo, quando um milionário compra uma vaga e deixa algum "queridinho" sem lugar.
É chover no molhado, sinceramente. Mas um dia, comento melhor sobre isso.
O GP de Estíria segue neste link (caso queiram reler).
Sem mais demora, vamos aos dados do segundo fim de semana na Áustria (basta clicarem para aumentar a imagem):
O outro piloto da Renault, Esteban Ocon retirou-se com 25 voltas completadas. Ele havia largado da quinta colocação.
Num cenário possível de se imaginar, Gasly ganhava de Kvyat assim como Russell batia mais um companheiro de equipe; desta vez, Latifi.
O mesmo se aplica à Renault. O empate até a segunda corrida, não mostrava ressentimento com a partida do Ricciardo.
Comentários
Dos textos não tenho nada do que reclamar, não.
Obrigada Carol, pela opinião!!