GP de Mônaco já foi

É de se esperar que eu reclame novamente da temporada. Mas como isso é chato (e sei que em nada resolverá) apenas escreverei o que mais me intrigou e marcou do GP de Mônaco de 2014.
Eu não sou fã do circuito, como muitos são. E ontem, apesar de não ter sido o melhor GP da temporada (nem de longe), e apesar de muita coisa chata que aconteceu, não foi de todo ruim.

A começar pela excelente largada de Kimi Räikkönen. Se minha lamúria de "onde está o Kimi que conhecemos?" surtiu algum efeito, ali foi o momento. Uma grande e bela largada. Mas porque ninguém exalta isso, já sabemos: ninguém se importa. Só não sei, sinceramente explicar o porque de uma hora para outra, seu terceiro lugar se transformou em 13º, depois da primeira parada. A maioria que tinha feito o pit stop, durante o Safaty Car, tinha retornado bem. 
Apesar de ter batalhado para chegar a zona de pontuação, contra carros tipo Marussia e Caterham, acabou que nas voltas finais houve um toque em Magnussen que acabou com as suas chances de pontuar nesta corrida. E Mônaco é assim: quando se arrisca, o preço pago pode ser alto. Parece inclusive que Magnussen se irritou com Kimi. Enfim, sorte sua Kev, que ali era Kimi: um piloto experiente (chamou ele de velho, sim ele é), mas um campeão mundial. Caso fosse algum outro que tenho em mente, o estrago poderia ter sido bem pior. Vai por mim.
Ao voltar dos boxes, finalizou a corrida com a melhor volta de toda ela. Não resta nada mais do que frustração sobre corrida do finlandês. Havia uma sombra boa de pódio, mas com a Ferrari, decepção faz parte do pacote. Fim de semana cruel esse encarado pelo Räikkönen...

Mas por falar em crueldade, isso é algo que aconteceu com alguns pilotos também, já que não completaram suas corridas ontem. Oito carros ficaram fora antes das 78 voltas e posso ressaltar alguns das quais achei maldade do destino que tal infortúnio caísse sobre eles. O primeiro, claro, foi Vettel. Antes mesmo, só falávamos dele. Agora falamos da fase drástica em que se encontra. Seb já não tinha mais soluções para buscar: o motor o deixou na mão e só restou à ele, suspirar. #pena1 Confesso que sinto falta das boas corridas dele; mesmo aquelas que ele largava na pole e corria sem que ninguém ameaçasse sua posição. (Era deveras mais legais que as vencidas por Hamilton.) 
Os outros cujo momento de azar me deixou pesarosa foram: o estouro do motor de Bottas - a primeira corrida que um motor Mercedes apresenta esse tipo de problema, e com ele, que vinha relativamente bem. Foi a primeira das 6 etapas que Bottas não completou. #pena2 O mesmo aconteceu à Vergne (problemas no motor) e assim, ele e Kvyat não trouxeram nenhum ponto à STR no fim de semana, por algo além do alcance deles. #pena3
E por fim, o problema de Gutierrez (um pneu furado). #pena4 Poderia ter sido uma situação grave, uma vez que ele ficou ao contrário na pista e Kimi vinha rápido logo em seguida. Sorte que a percepção deste foi adequada e  houve apenas uma bandeira amarela no trecho. 
Os outros três é o seguinte: Maldonado teve problemas para sair logo na volta de apresentação. Ia largar dos boxes, mas acabou também não conseguindo. Não é uma pena: Maldonado em Mônaco, prometendo como estava, poderia causar mais que emoção. Assim como Pérez, o causador do primeiro safety car na corrida. Esses dois, fora do caminho, é mais vantajoso que vcs imaginam. O último, foi Sutil que passou do ponto e bateu. Nesse caso, passar do ponto é algo que não dá pena, afinal, o erro foi do piloto. Em Mônaco, não tem segunda chance: errou, ferrou. Tanto que ferrou que o segundo safety car entrou e ali, creio alguma coisa deu errada e foi só para Kimi Räikkönen, pois os demais pit stops (à exceção de Vergne liberado à frente de Magnussen) foram bem tranquilos.

Do terceiro ao décimo lugar tivemos algumas situações, novas e não tão novas. De novo, Ricciardo em terceiro. Torci feito louca que ele partisse para cima de Hamilton (que estava com o olhos esquerdo com o quê? Pergunto porque, não sei se era minha tv, mas eu não estava ouvindo bem a narração. Não que tivesse valido alguma coisa  - o Galvão errou um punhado de coisas, e parecia que tinha fumado uns estragado. Eu não ouvia nada além dos carros em algumas horas. Essa foi uma delas: Hamilton tinha algo no olho esquerdo? Bem, se for isso, é culpa dele mesmo. Já vi ele algumas vezes com parte da viseira aberta.) 
Atrás de Ricciardo, Alonso que fez uma modesta, mas limpa corrida - digna da consistência que ele costuma ter em corridas. Em quinto, Hulkenberg, sempre muito bom. Em sexto Button, que largou fora da zona de pontuação e foi o último que chegou bem colocado por persistência. Atrás dele, Massa - que ganhou mais posições por erros e abandonos alheios, Grosjean da mesma forma, embora é de se aplaudir que não tenha feito bobagem nenhuma ainda; e o Bianchi (que tomou punições e estava mal colocado, mas as regras da F1 são inconsistentes muitas vezes) marcando os primeiros (e possivelmente os únicos) pontos da Marussia. Os dez pontuadores foi fechado por Magnussen, que apesar do toque com o Kimi ainda levou um ponto para casa.

Mas os olhos de todos estavam nas Mercedes. 
Eu duvidava piamente que Hamilton iria ultrapassar Rosberg no braço. Se acontecesse, seria por boxes. Não porque Mônaco é difícil: Vettel e Kimi mostraram no aperto da largada, que é possível. Kimi inclusive, em outras passagens da corrida mostrou que dava, bastando frieza e coragem (ok, deu errado para ele, mas não é impossível). 
Se querem minha opinião sobre o treino de sábado, digo: Rosberg, ao contrário do que medíocres entendidos como Reginaldo Leme, acreditam (como um cara que vive de F1 a tantos anos, pode ser tão idiota?) não tem o feitio de fazer joguinhos sujos para mostrar serviço. Eu, vendo repetidas vezes a cena da volta que ele foi parar na área de escape, concordo com os veredito final: foi um erro não proposital.
Hamilton - como eu esperava assim que eu desliguei a tv depois do treino - mostrou-se a pessoa arrogante que é, insinuando a suposta "sujeira" de Rosberg. 
Já falei repetidas vezes nesse blog que caráter não importa para corrida. Falei isso toda vez que me referi a Alonso. Eu acho o espanhol o melhor piloto da F1 atualmente, e nunca vejo suas declarações como erradas. Acredito sempre que ele é incompreendido. E quando escapa algumas frases mais fortes, sou favorável ainda assim. Certas coisas é preciso ter coragem para falar e fazer. Não estamos tratando de santidades, e sim de homens competitivos. E calo a boca totalmente quando vejo o que ele faz em pista, pois como ele me passa ser uma pessoa pública muito normal, não acho que seja tão apocalíptico. É o que acho. 
Falo também litros de crítica sobre o Massa. Sim, seu cinismo, sua mania de reclamar e sua sapiência em culpar os outros pelos seus erros não é algo que me agrada. Muitas vezes ele foi mimado e rude sem necessidade. Mas quando faz uma corrida boa, eu até que aceito, embora não exalte. Coisa minha, já sabem.
Mas nesse caso, a respeito de Hamilton, o seu caráter reflete na pista. Não vejo seu feitos por ali como mais do que obrigação. Não há nenhuma corrida em que eu lembre que possa citar como maestria do piloto inglês. Não acho que ele tenha merecido tudo que conquistou até agora. E digo: ele não tem mérito para essas atitudes, fora dela. Não me importa se ele quer ser um rapper, um sei lá o que. Importa que ele saiba falar coisas decentes, nem que seja apenas uma vez na vida. Que saiba se portar de forma adulta. Ele saiu da McLaren porque não sabia lidar com a situação amena na equipe. Carro que não é competitivo não faz dele um batalhador. Saiu da equipe que lhe deu todo o suporte e teve muitas coisas desagradáveis deixadas por lá. Sequer estava participando de festinhas depois de assinar com a Mercedes. Chegou com pompa na equipe que agora, com essas atitudes contra Rosberg, mostra a que veio. Primeiro acusando-o de ser ajudado por alguém, depois provocando pelo lado psicológico e agora por fim, dizendo que não são amigos, todo emburrado. Essa é necessariamente uma atitude juvenil. 
E acho que as coisas podem ficar boas, daqui adiante. A equipe foi firme a deixar que eles resolvessem na pista. Hamilton até quis ajuda em pit stop, mas não foi permitido assim que houve o segundo safety car. A firmeza da equipe sugeriu uma coisa boa a meu ver, que espero que mantenham. A entender, Rosberg aproveitou o tempo com a equipe na sexta, e no domingo, ao vencer, teve muitos mecânicos comemorando junto, aparentemente felizes de verdade. Fora que Rosberg é educado, bom moço, e está com eles desde o primeiríssimo dia. Um pouco de bom senso é válido e nesse caso que os acompanhem daqui em diante.
Rosberg está por cima, na tabela e na atitude. Levando numa boa, profissionalmente. Se antes soube cumprimentar o amigo no Barein, como duas crianças, mesmo insatisfeito por não ter conseguido passar o inglês, Hamilton dá o troco, mostrando seu verdadeiro eu, que ao não conseguir seus feitos, faz beicinho e usa a empresa como lenço. 
Sobre o lance da amizade, sabemos que é difícil nesse ambiente competitivo. Mas se querem saber do Lewis "amigo", é só perguntar à Sutil o que ele pensa sobre.

Se é para ser uma hegemonia da Mercedes: Go Rosberg, go!


Abraços afáveis!

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