Notas ácidas (ou não) da F1 (5)
Sem que ninguém tivesse perguntado a minha opinião, vamos aos (meus, nossos) aborrecimentos (ou não) da F1 pós Spa-Francorchamps, pré Monza.
Nota 1:
Não sei como é para vocês, mas eu tenho uma relação ambígua com a figura de Toto Wolff. Ao mesmo tempo que eu tenho raiva, eu desejo (calma!) que ele fosse o dirigente das equipes que contam com os pilotos que eu admiro e bons.
Recentemente, não estou conseguindo "detestar" Toto, até quando blefa. Eis que nessa semana - que já se encaminha para o fim - ele declarou que as dificuldades enfrentadas pela Ferrari não são boas para a categoria e que sentia muito pelos torcedores e funcionários da equipe por essa falta de desempenho.
Pensando na questão da tradição, é isso que remonta todo um exagero da imprensa em torno dessa crise da Ferrari - que não é de hoje, mas se encontra em seu ápice. A Ferrari deveria estar andando na frente, e isso, até quem não gosta deles, concorda.
O chefe da Mercedes foi pragmático: apontou para a necessidade em questionar as prioridades que foram definidas nos últimos tempos e de onde vem a falta de desempenho, acrescentando ainda que tais resultados não são merecedores, nem para quem trabalha lá, nem para quem torce por eles. E então veio a cutucada na ferida: "Talvez sejam as decisões que foram tomadas dentro da equipe, de certos membros da equipe"; o que para nós foi traduzido como uma crítica à administração de Mattia Binotto.
Não é um erro de interpretação e Toto não está falando do que não sabe. Ele simplificou o grande problema da Ferrari (e que repito, não é de hoje): as decisões internas afetam substancialmente no resultado e isso, é angustiante de presenciar.
Beira ao ridículo observar que a equipe fica às voltas de uma administração irresponsável e incompetente, que não admite essas falhas e atribuem estas - o tempo todo - que só foram causadas às custas de erros de seus pilotos. Em alguns momentos do passado, os chefes da equipe até que faziam críticas ao desempenho de seus pilotos, mas eram sutis perto do momento atual. A imprensa era mais cruel com alguns deles (se não, todos). Mas, depois de 2019 e agora, com o fatídico 2020, as declarações que acusam Sebastian Vettel como responsável pelas "derrotas", não são só injustas como também covardes. Isso só mostra como o pessoal da Ferrari age e porquê estão padecendo de péssimos resultados como os das últimas duas corridas, sob o "comando" de Binotto - o pior deles, em pelo menos, 10 anos.
Nota 2:
Falar sobre a Ferrari é assunto que dá pauta. Seja com eles vencendo, seja com eles perdendo; com eles no auge, com eles na crise... Dá pano para manga.
Pois falando em crise, Mattia Binotto declarou no dia 30 de agosto que eles não vivem uma crise. Em quinto no campeonato de construtores e tendo terminado o último GP sem pontuar com nenhum de seus pilotos - nem o preferido, nem o demitido - ele optou por dizer que "vivem uma tempestade", mas não "uma crise". Essa mudança de conceitos, se formos parar para entender foi salientada na mesma declaração: sabiam, desde os testes de inverno que a potência e eficiência aerodinâmica poderia ser um problema. E então veio a impossibilidade de desenvolver o carro...
Essa é uma desculpa que vai ser repetida a exaustão, conforme foi, em outras temporadas, a desculpa "não estamos mais pensando nesse ano, estamos buscando o desenvolvimento do carro do ano que vem".
O ex presidente da montadora, Luca de Montezemolo, pontuou tópicos óbvios numa matéria que saiu ontem e que deveriam ser usados para a justificativa dessa "baderna" toda na equipe. Ele disse que a crise é uma sucessão de erros: "Pensavam que poderiam vencer com um estalar de dedos", é a premissa de achar que a tradição faria o trabalho duro na conquista de resultados que segue sendo o mote de todo o fracasso. Luca disse mais: "Subestimamos a complexidade da nova unidade de potência. Em comparação com a Alemanha, não tínhamos cultura de motores híbridos na Itália". Na soberba, os caras agora, pagam caro por serem incompetentes e destroem carreiras de pilotos em escala industrial.
O "sábio" Binotto acrescentou ainda, naquela reportagem do começo dessa nota que estão todos unidos e que tudo que está acontecendo vai ser transformado em recuperação. Acreditamos?
Nota 3:
No dia 1º de setembro, saiu a matéria em que Binotto assumia que a Ferrari vive uma crise (ãããh?) em resposta às criticas da imprensa italiana e também à Toto Wolff. Afirmou o óbvio: a equipe toda era responsável pelos maus resultados e ele como chefe, era o primeiro nome, digamos, na "lista negra". O discurso mudou rapidinho: eles estavam bravos, assim como os fãs, mas recorreu à justificativa de que é preciso ter paciência para contornar a situação e contou que, tendo o motor congelado, não podem fazer mais do que já tem sido feito. Isso foi dito às vésperas do GP de Monza, estrategicamente.
Eu disse no post passado (sobre o GP da Bélgica) que não duvidaria que o vexame da Scuderia ficasse mais ameno "em casa". Arriscava até dizer que daria pódio para Charles Leclerc. Eu só disse isso pois, depois de duas corridas com falhas cruciais em relação ao seu piloto prioridade, é nisso que eles deveriam estar trabalhando, sem descanso, desde a cerimônia do pódio em Spa.
Lembrando que Leclerc conseguiu dois pódios com esse "motor congelado" da Ferrari: um segundo lugar na Áustria (etapa 1) e um terceiro no GP de Silverstone (etapa 1). Todas as duas conquistas caíram no colo do monegasco, mas ele já é o piloto que faz milagres, ou como dizem, "tira leite de pedra". Só por isso, acho que o vexame ficará - de novo - nos ombros do Vettel.
Atualização para quem vai ler esse post sem ter dado uma olhada nos Treinos Livres dessa sexta: No TL1, Vettel fez 24 voltas, com pneus médios e teve o 19º tempo - 1:22.988. Leclerc fez 25 volta, usou dois jogos de pneus duros e médios no fim do treino. Terminou em 11º - 1:21.904.
No TL2, Sebastian usou pneus duros, macios e duros no fim, fez 28 voltas e foi 12º - 1:21.733. E se Vettel melhorou, Leclec também: com mais voltas (fez 32), usando ora médios, ora macios, fechou o último TL do dia com 1:21.503 e o 9º tempo.
Nota 4:
No GP da Bélgica, logo no início da corrida, Valtteri Bottas foi pego falando com a equipe sobre um modo de ultrapassagem para alcançar Lewis Hamilton, que já estava se distanciando. A resposta do engenheiro foi emblemática (pelo menos, para mim): "concordamos em não usá-lo um contra o outro". Bottas deu desentendido e realmente, não buscou ultrapassar Lewis durante toda a corrida, embora tenha ficado próximo à ele.
Por que eu disse que a frase foi emblemática? Porque fica mais do que claro que, mesmo que insistamos na falta de capacidade de Bottas em fazer frente à disputa interna com Hamilton, isso muito provavelmente, não corresponda à realidade. Ele pode ser muito, mas muito inferior ao Lewis, mas o que é preponderante aí (e ninguém ressalta) é que a preferência está dada ao heptacampeão e não existe a menor possibilidade de deixarem o Bottas beliscar qualquer chance de superá-lo. E eles sabem como fazer isso, sem que fique escancarado. Tanto é que a explicação desse diálogo no rádio na Bélgica foi o seguinte: "Não há regras em vigor entre os dois pilotos, eles podem correr livremente", disse Wolff.
Eles concordaram e discutiram na manhã daquela corrida, que tinham uma quantidade limitada de ultrapassagens e que deveriam não usá-las um contra o outro, já que eles poderiam precisar usar contra Max Verstappen ou outro piloto. Toto ainda mencionou que, por Bottas ter dito que "não ouviu falar disso", pudesse ser um problema de comunicação e assim, reiteraram pelo rádio o plano.
Bottas estava certo em pensar nesse modo ultrapassagem, uma vez que ele teria sim, conseguido avançar sob Lewis na largada SE ele não fosse obrigado a tirar o pé para não colidir com ele. Os caras que são deixados a "correr livremente" (será?), tem agora uma diferença de 50 pontos entre eles. Lewis pode ficar duas corridas, em casa, que ainda assim, Bottas só vai empatar com ele em pontos - isso, se Bottas vencesse essas duas corridas. Eles tem o mesmo carro e estão livres para disputas... Assim, fica que Lewis é de outro mundo...
A resposta do engenheiro foi importante para reafirmar o lugar do finlandês na equipe e não se tratou de uma "lembrança" sobre a estratégica, como afirmaram. Por isso, creio que Bottas soubesse sim o que foi dito de manhã e quis apenas provocar. Era o que restava para o nosso "Bichinho de Goiaba" e é o que resta.
PS: Saiu uma declaração ontem de Bottas, comentando que Hamilton teve e tem a vantagem porque não cometeu erros nas classificações e ele estava irritado com isso. Vai ser mais fácil para ele quando entender que Hamilton vai ter vantagem, sempre.
Tradução: "Aceite isso" |
Nota 5:
Hamilton, depois de declarar que a corrida da Bélgica foi uma das mais difíceis por conta do suposto desgaste dos pneus, fez um "copia e cola" básico da declaração do Verstappen, sinalizando que foi uma corrida chata. E disse que, se fosse fã, teria feito como na época de Michael Schumacher: visto a largada e voltado a dormir.
Com uma pedrada só, ele matou dois coelhos: as vitórias dele - que ele sempre sustenta que está sendo difícil de alcançá-las e que trabalha-se duro para obtê-las (ou seja, ele soou sumariamente contraditório) - e diminuiu Schumacher, um dos maiores do mundo (provavelmente porque está próximo de ultrapassar o alemão em títulos, então já se sente confortável em menosprezar a história).
Mas o que mostra que falta a Lewis mais coerência e também, humildade foi na frase seguinte, na mesma entrevista: "Assim que a corrida começou e após a relargada, vocês sabem que eu não cometo muitos erros, e os demais pilotos também. Eles são muito consistentes".
Não cometo muitos erros. Vocês sabem. É ele, sendo "desumilde" e nos convidando a fazer outra coisa e não assistir às corridas. É como se dissesse: "depois da largada, não tem nada para vocês verem aqui, principalmente se eu, o bonzão, estiver na frente". Oras!!... Ainda atribuiu à Spa e a dificuldade de ultrapassagens no circuito, como a causa da corrida ser monótona...
Tradução: "Que absurdo." |
Para fechar uma das primeiras declarações infelizes da semana, ele pede que as pessoas entendam que corridas monótonas não são culpa dele ou da Mercedes, e retoma o discurso do trabalho duro feito e que todos os pilotos merecem estar no topo, porque passaram por outras categorias. (Pois então não era culpa do Schumacher, sacou?) Quem deve ser criticado é quem formula as regras e toma decisões sobre design de carros.
Tradução: "Obviamente." |
Nota 6:
Ross Brawn encurtou assuntos e disse que a falta de potência no motor Ferrari não era o único fator que corroborava com o resultado pífio da equipe no GP da Bélgica. Para o diretor técnico da F1, o outro culpado são os pneus. A queda de performance drástica como foi, seria dada pela incapacidade de fazer os pneus funcionarem e alcançarem a temperatura ideal.
Ross pode ter dito uma verdade, pois, nem Vettel que se mostrou já, em mais de uma ocasião esse ano, mais competente que os estrategistas da equipe em relação à escolha dos compostos, penou para manter a 13ª posição que havia conquistado, desde a largada.
Ele também mencionou a falta de sorte de Carlos Sainz Jr. que não correu no GP em questão por conta de um problema no escapamento de sua McLaren. Apontando ainda que ele é um cara positivo, sinalizou que o espanhol pode estar nervoso por ter assinado com a Ferrari em 2021.
Eu, que não me considero fã nem nada do Sainz, estou nervosa, que dirá ele!?!
Nota 7:
Vettel jogou areia nos repórteres despistando a notícia de que tem contrato com a Racing Point em 2021, de novo.
Parece que estou repetindo assunto do Notas Ácidas edição 4, mas não. É isso mesmo: Voltaram a assediar o alemão até que ele apele e conte tudo sobre seu 2021. No entanto, ele segue firme, sem perder a paciência (o que se fosse comigo, eu já tinha mandado todo mundo para o inferno), e disse que seu foco é a permanência na categoria - desde que seja num carro competitivo - e que não verificou ainda as alternativas.
Tradução: "Espere, o quê?" |
Quer dizer que existe "alternativas"? A imprensa indicava que a Racing Point - futura Aston Martin - era a casa de 2020. Outras equipes como Red Bull e Mercedes tinham portas fechadas. Outros carros competitivos poderia ser os da Renault - que agora, terá Fernando Alonso, então, já contamos como porta fechada também. As notícias estão fazendo a gente de bobo? (risos)
Posso ter uma licença para divagar? Não dá para descartar totalmente que ele volte para a Red Bull, nem que haja uma reviravolta (bizarra), e a Mercedes fique sem Hamilton. Está certo que a Red Bull pode não querer ter que lidar com ele e Verstappen ao mesmo tempo, mas não seria por falta de vontade. Agora na Mercedes, eu vou dar uma viajada legal, se me permitem.
Lewis é um cara incoerente desde 2007, quando o conhecemos. Ele é múltiplo: ele é diplomático, político e doce, e de repente, o mesmo cara está de saco cheio, age como um arrogante, cínico e crítico. Já vem, há algum tempo, com discursos filosóficos/existencialistas demais: questiona o lugar dele no mundo, o lugar das pessoas; fica falando sobre suas preocupações com saúde e ambiente, arguementa tópicos de questões sociais; comenta sobre as aspirações futuras, está incomodado com o fato de receber muito e correr de F1, em ser o cara que ganha todas, etc....
Tradução: "E não é irônico? Você não acha?" |
Não parece papo de gente que indica aposentadoria?
Mas claro, existe um fator muito preponderante para que isso não passe de uma suposição muito remota minha: o ego de Lewis é tão gigante que ele não vai abandonar a possibilidade de ser oito vezes campeão em 2021, só porque ele está decepcionado com o que acontece ao seu redor. Mas se acontecer um rompante de epifania e no fim do ano, ele se aposentar, vocês leram isso aqui primeiro, ok?!
Tradução: "Eu sou boa" (Na verdade a tradução é "Eu estou bem", mas não é esse o sentido para o post) |
Em se tratando de carro competitivos, para Vettel, as opções (reais) já foram citadas. Ainda dentro de alternativas extras é o "ano sabático" - até que apareça um carro que possibilite que ele seja combativo, e, por fim, a aposentadoria. Essa última também é forte e parece provável, uma vez que os entendedores de plantão tem bolas de cristal e dizem que se Vettel sair, nunca mais volta. Lembrando que eu achava isso do Kimi Räikkönen em 2010 e vi ele voltar em 2012 com a cara de enganada. Eu sou fã do cara, e achava que sabia o que passava naquela cabecinha. Resumo: não dá para saber.
De qualquer modo, Vettel não fala o que vai fazer da vida, não muito antes do Hamilton também assinar o contrato engavetado da Mercedes. E até que Hamilton faça todo o seu joguinho, não dá para contar que tudo se resolva antes de novembro-dezembro.
Tradução: "Vamos ver" |
Nota 8:
Sobre corridas chatas, e desgaste de pneus, Christian Horner, chefe da Red Bull, disse que as etapas com uma só parada são chatas. As boas são aquelas com duas, três paradas, que bagunçam as estratégias.
Já Hamilton disse, depois do GP da Espanha, que fãs não queriam ver pilotos gerenciando pneus. Mas não acho que o piloto heptacampeão quer parar toda hora que os pneus começassem a perder rendimento. Por isso, ele sugeriu que a Pirelli fizesse um composto do tipo hipermacio, mas que permitisse que os pilotos alcançassem a aderência rapidamente e acelerassem sem se preocupar com o desgaste também rápido.
Toto Wolff veio alertando sobre essa questão: pneus mais duráveis são fisicamente impossíveis. "Um pneu que tem tanta aderência e dura cerca de 50% da corrida seria fantástico para os pilotos. Mas não sei se teríamos um bom espetáculo"...
Não precisa ser o às da engenharia para saber que, se tem um pneu que dura 50% da corrida, isso significa a mesma coisa de agora: continuaríamos tendo corridas chatas
Nota 9:
Lembram do "modo festa", que ia ser 'proibidão' em Spa e jogaram para Monza? Pois é. Estão tentando uma alternativa para mudar as coisas.
O pessoal da Ferrari acreditava que isso não mexeria no grid, mas agora, o discurso mudou um pouco. Eles acham que pode dar uma bagunçada, afinal, em Monza a diretriz é a performance do motor. No caso, a Ferrari em si, está sofrendo justamente por conta do motor - e é isso que leva todos a acreditarem que, em Monza, isto é, "em casa", o vexame da equipe vai ser muito maior do que foi em Spa.
Proibindo o "modo festa" nessa etapa, Binotto disse que seria o lugar em que mais isso pode afetar os desempenhos, uma vez que outro ponto importante - além do motor - é que Monza é sensível à alta potência e ao balanço da competitividade. Começar a corrida numa posição melhor no grid pode ser crucial para que o desempenho seja satisfatório no fim.
Nisso, dá para entender que a Mercedes, que mais usam o "modo festa", continuará na frente, do mesmo jeito. Ou seja, se a proibição é para refrear o domínio da equipe prateada (esse ano, negra) dará com os "burros n'água".
É o que pensou e acrescentou George Russell, ontem. Para ele, se isso era para refreá-los, terá efeito contrário, uma vez que eles vão poupar o motor na classificações para ter um ritmo forte nas corridas. Russel diz (e eu concordava) que eles vão perder entre 1 a 2 décimos nas classificações, mas na corrida, eles terão uma boa margem para melhorar. Ele conhece o motor e sabe que a fornecedora trabalhou para que o motor tenha alta potência durante corridas inteiras. Então, "modo festa" continua, pelo menos no sentimento, apenas para as Mercedes.
Atualização para quem vai ler esse post sem ter dado uma olhada nos Treinos Livres dessa sexta: Na prática, é isso mesmo - as Mercedes dominaram os dois treinos livres e foram os únicos carros a fazerem tempos na casa do um minuto e vinte. TL1: Bottas fez 28 voltas, 1:20.703 com pneus macios e Lewis foi o segundo, com uma volta a menos, marcando 1:20.948. No TL2, Hamilton foi o mais rápido, fez 32 voltas, e com pneus médios, 1:20.192 e Valtteri ficou em segundo, com 29 voltas, as finais de pneu duro, marcando 1:20.454. Tanto no primeiro, quando no segundo treino, o terceiro colocado ficou na casa do 1 minuto e 21 segundos, e foram Alex Albon e Lando Norris, respectivamente.
Dos outros que usam motor Mercedes, os melhores foram: Sérgio Pérez, com um 7º tempo e 1:21.747 no TL1 (e depois, o outro motor Mercedes era o de Lance Stroll, em 13º, com 1:22.131, e as Williams - Roy Nissany fez o P18 com 1:22.826 e Nicholas Latifi o último tempo, com 1:23.120). Stroll foi o oitavo com 1:21.389 no TL2, seu companheiro, Pérez, o P10 com 1:21.594 e as Williams nas últimas colocações - Latifi 1:22.825 e George Russell 1:22.927.
A Mercedes original segue dançando na cara de todos.
Nota 10:
Na segunda-feira pós Spa, saiu a matéria que deixou muita gente de queixo caído, mas eu não. Lewis disse que a Red Bull precisava de um bom segundo piloto, isto é, ponderou que Max estava sozinho por não ter o auxílio de um companheiro.
Com essa declaração infeliz - e não cabe dizer se e verdade ou não - ele acabou ofendendo duramente Alexander Albon, que ainda é muito novo para receber esse tipo de crítica acachapante.
"O que você precisa analisar na Red Bull é que eles têm um carro muito bom. As pessoas minimizam isso, mas eles estão com um carro muito, muito forte. O Max faz um grande trabalho com ele. Só que, infelizmente, os dois pilotos lá não são como o Valtteri e eu. Isso torna tudo mais difícil para eles", opinou.
Sinceramente, não vejo quase ninguém minimizando o carro da Red Bull. Mas ok. O que interessa: Com essa frase, que não pareceu nada de mais e até meiguinho, eu traduzi de forma bem dura: Lewis bateu sem dó na cara do Albon e também na do Bottas, dizendo que ele é o auxiliar de suas vitórias, taxando-o simplesmente de segundo piloto, cuja serventia seria só essa. E ele não parou a metralhadora, não!
"Eu já passei por isso na McLaren, anos atrás. Eu era o piloto que estava sempre na frente, mas sem um companheiro de equipe para me apoiar. Além de não conseguir tantos pontos no campeonato de construtores, você não consegue afetar a estratégia dos outros carros ao seu redor. É isso que está acontecendo, ele [Verstappen] está meio sozinho", completou Hamilton.
Nesse último caso, ele atacou - sem citar o nome - Heikki Kovalainen, o único companheiro que ele teve além de Fernando Alonso e Jenson Button. Não estava se referindo à nenhum destes dois, uma vez que Fernando, ficou empatado com ele em 2007 (mas teria o superado se não fosse o problemão que a equipe arrumou na ocasião). Quando dividiu a equipe McLaren com Jenson Button, ele foi superado em 2011 (Button chegou a ser vice campeão naquela temporada, enquanto Lewis foi apenas o quinto).
"Ah, mas o Kovaleinen era uma bosta, mesmo...", vocês podem dizer. Mesmo assim, não me arrependo em afirmar: Isso não justifica. Respeito, cabe em qualquer lugar. Além disso, Hamilton é heptacampeão. Então, ele precisa agir como tal. Vocês não se cansam de expor o quanto acham ele perfeito, cara sensato, militante e blábláblá.... Então? Vão passar pano?
Claro que vão. Se fosse qualquer outro piloto falando coisas semelhantes, seria "cancelado" e xingado até a décima geração.
Nota 11:
Helmut Marko segue acreditando que ainda dá para vencer em 2020. O que o motiva a continuar acreditando, sem jogar a toalha? A temporada de 2012 como lembrança.
Breve resumo: na temporada em questão, Vettel estava à 60 pontos de diferença do Fernando Alonso e no final do campeonato, Vettel foi tri.
Marko não pirou na batatinha. Ele sabe (e inclusive, disse) que Ferrari e Alonso não são Mercedes e Hamilton, mas pensar em 2012 faz com que ele não desista de acreditar e trabalhar para que seja possível repetir o feito.
Adoraria acompanhar o Helmut Marko nessa. Mas de fato, Alonso e Ferrari não são Hamilton e Mercedes. Alonso tinha em mãos uma Ferrari, e a equipe sempre pensou só no nome, e o piloto que se vire. Hamilton pode até pensar só em si, mas a equipe dá todo suporte para que isso fique menos aparente e claro, extrapole os limites da excepcionalidade.
É sério, queria mesmo acreditar que a persistência do Marko pode se converter num campeonato diferente do que está se desenhando. Inclusive acho, de verdade, que Verstappen merece e... Não contem para ninguém, mas eu tenho torcido por ele mais do que pelos meus pilotos favoritos - que estão em situações muito ruins. Mas acreditar que esse milagre vai acontecer, que vão derrubar a Mercedes e o cientólogo, digo, o sortudo Hamilton... Aí eu não aposto nenhuma ficha, nem coloco um dedinho no fogo. Vai dar Hamilton, quer queira, quer não.
Tradução: "Isso é verdade" |
Nota 12:
Para Monza não tem previsão de chuva. O que tem é a proibição de "modo festa", como já comentei. É isso que vai nos colocar à frente da TV? Talvez não. Já mostrei que isso não vai surtir nenhum efeito de mudança - sobretudo se tem alguém interessado em ver outra configuração que não contem com pelo menos uma Mercedes no pódio.
Boa parte dos que se acham os bons fãs da F1, assistem até as corridas ruins, babando de excitação. Desse grupo, há aqueles que, mesmo reclamando da monotonia, ficam até o fim para ver a Mercedes vencer, elogiar e bater palma. Alguns deles, estão ali também só para verem a Ferrari (desculpe o trocadilho) se ferrar. Está incluso, claro, as demais razões, menos importantes e mais específicas de cada um.
Eu vou assistir do mesmo jeito que tenho assistido a temporada 2020. Nas sete corridas anteriores, alguma outra coisa me distraiu depois de algumas voltas. A única que eu achei, razoável, até agora, foi Silverstone (etapa 2), e mesmo assim...
E então, o Pérez "jogou para o universo" uma ideia. O mexicano disse que alguns motores podem explodir, já que as equipes terão que usar o mesmo modo de motor desde o classificatório. E ele não falou isso à esmo, já que é um consenso que a pista exige bastante dos motores.
Sei que é muita maldade da minha parte, mas bem que poderia ser que Checo estivesse certo. Mas é melhor não torcer por isso. Vai explodir de quem não merece!...
Comentários
Obrigado pelas legendas, ficou excepcional!
Sobre a corrida, comento depois.