F1 2021 (e 2022) na Band

Hoje, sexta-feira, soubemos - em definitivo - qual seria a nossa fonte de transmissão da F1 em 2021. A Globo não entrou em acordo com a Liberty, mas muita gente dava como certa a renovação. 
Eu não sou contra a Globo, como muita gente por aí afora. Reaça ou Comuna, sempre tem um "mimimi" desnecessário sobre a emissora que desaparece assim que começa o BBB (que une os dois lados em frente à TV) ou quando o William Bonner faz pronunciamento criticando o atual governo federal (que faz os petistas quererem uma estátua de bronze do jornalista, nos seus jardins de frente para piscina). Fato é que, se estivessem incomodados mesmo, com qualquer coisa que a emissora transmitisse, bastava desligar a TV. Mas, no caso, preferem reclamar no Twitter.
 
Que eu não assisto TV aberta mais, desde que coloquei TV por assinatura, isso é fato. 
Está bem, isso é meia verdade: eu não assistia mais TV aberta, a não ser aos domingos, por conta da  Fórmula 1.

Muito provavelmente vocês não compactuam com essa minha opinião, mas em termos de transmissão, esse ano que passou, foi, sem dúvidas, uma ofensa a minha inteligência (se é que eu tenho). No ápice dos meus 33 anos, comentários irrelevantes, rasos e narradores que forçam a amizade com apelidinhos patéticos para os pilotos e gritos esgoelados, foi demais para mim.
Era como se eu tivesse, toda sexta e sábado, à mercê de uma apresentação de pré-adolescentes sequelados. Faltavam bater palminhas com as voltas normais de pilotos protegidinhos e quando um fazia algo errado (na opinião deles), eu aguardava uma chacota idiota, seguida de uma risada de porquinhos, seguida de uma baba escorrendo e um pouco mais de risada, tamanha imbecilidade que era.
 
Não tenho nada contra narrações descontraídas. Os caras da ESPN, os que cobrem futebol americano (NFL) fazem isso, sempre, todo jogo da temporada. Não me incomoda. Existe um profissionalismo e momentos sérios que equilibram as coisas, de forma muito natural, mesmo no caso do Rômulo Mendonça (que sim, grita muito, e as vezes, exagera nas brincadeiras). 
Narradores, em suma, para mim, precisam ser o mais próximos da neutralidade. E isso, o mais criticado deles, era e é. Cleber Machado foi xingado nas redes sociais injustamente. Não gritava sem necessidade e entregava narrações sinceras: se ele se atrapalhava com alguma coisa, mostrava o quão chata e desinteressante estava a competição e por isso, ele visivelmente não parecia estar fazendo esforço.  

Porque ERA EXATAMENTE ASSIM que estava a Temporada 2020: desinteressante. Uma procissão de carros em 90% das corridas e um discurso manjado sobre a genialidade do piloto do melhor carro do grid não é narrar, é puxar saco, torcer. Isso, qualquer um do sofá de casa, faria. É assim que a F1 é, e está mais ainda escancarada dessa maneira. De uns anos para cá, não abandonaram o discurso do "talento nato" e promessas de "futuro campeão" só para chamar público. Não adianta negar, estamos procurando algo nas corridas que não é mais possível que ela ofereça.
Em tempo, a reclamação do pessoal foi sempre por mesquinharias e faziam um juízo de gosto duvidoso o tempo todo. Por isso, talvez tenha sido melhor que a emissora não fizesse questão de manter o "esporte" na sua programação semanal, mais.

Como as transmissões e a mídia especializada no Brasil estava (e, no segundo caso, está) muito abaixo do que seguramente podemos chamar de qualidade, não posso dizer que não fiquei contente com o fato de não ter F1 no canal aberto, como foi anunciado no começo da manhã de hoje. 
Mas sim, tive ciência do meu egoísmo. O fato de me desagradar como estava a cobertura do "esporte" no canal e com alguns (não todos) profissionais da emissora, é problema meu.
Por isso, antes mesmo do anúncio, eu já estava condicionada a procurar outra alternativa para assistir classificações e corridas em 2021. Ninguém precisaria mais me ouvir (e ler) reclamando das bobagens que ouvia na TV.

Nesse teste, eu teria, das duas alternativas, uma:
a) ou eu abandonaria de vez a categoria, por perceber que de fato, nada me agrada mais no "esporte",;
b) ou eu começaria a ver a F1 com outros olhos sem me deixar a levar por achismos da turma B de 5ª série de narradores e comentaristas.
Achei que valeria a pena dar essa "nova" chance à categoria.

Um pouco mais tarde, ainda nessa sexta, saiu a informação de que de fato, a Globo não quis a F1 na sua programação e, desculpem a maldade, mas eu dei gargalhadas. Só não disparei fogos de artifício, porque eu não tenho e nem sei como faz. Mas mentalmente, explodiram vários rojões. 
Claro que existem profissionais ali que, infelizmente, estão em situação complicada e isso não tem graça: a Mariana Becker é uma delas. Ao longo dos anos, se dedicou à cobrir a categoria, se destacou nisso (é mil vezes melhor que aquele Marcelo Courrege) e agora terá que se reinventar na emissora, isso se forem aproveitá-la ainda. 
Quanto ao Galvão Bueno, talvez, se aposente depois dessa, ou permanece só na emissora para jogos da Selecinha. Cleber ainda tem espaço para outros esportes, e em tese, não teria esse motivo para deixar a emissora.
O Everaldo Marques - que sempre disse na ESPN que gostava tanto de F1, começou a carreira assim - nos agraciou com dois grandes momentos na temporada passada. Foi os melhores momentos em termos de transmissão, sem dúvidas, mesmo em corridas bem "meh". É uma pena que não tenhamos mais essa partilha. 
De resto, não sinto nem um pingo de dó.  

A Band é a emissora que acabou abocanhando a transmissão. Para quem não tem dinheiro nascendo em árvore, vai ter essa opção e nesse caso, não deve afastar tanto o grande público da categoria. Quem gosta de rasgar dinheiro já planejava assinar a F1TV, agora tem uma bela chance. 
Quando assisto transmissões da Band para a Indy (raramente, eu sei) não sentia que fosse a pior coisa do mundo. Mas há quem tenha experiências traumáticas. Só posso dizer que, depois de 2020, eu estou vacinada com qualquer tipo de chorume que possa ser produzido de uma transmissão. 
No mais, não creio que todo esse descontentamento do pessoal com relação à Band tenha fundamento. Se boa parte está reclamando, acho que estou no caminho certo em ir contra a maré e dar à Band o benefício da dúvida. 
E pode ser bacana, não sofram por antecipação. Certamente vão fazer algo bem legal para mostrar aos fãs compromisso e profissionalismo. Ou jamais teriam entrado com uma proposta. 

No mais, a F1 2021 tem já um resultado pré-programado. Vamos conferir a temporada para saber quem será o vice. Há duas opções, prévias. A terceira ainda, a conferir. Isso já chama a gente para a brincadeira, ou não?
Por mim, a forma como a Band vai transmitir isso, não depende tanto da minha permanência até o fim da temporada. Eu já sei que tem uma promessa de muita pista chata no calendário e já sei que o oitavo campeonato da Mercedes e do Lewis Hamilton está prontinho. Querendo ou não, boa parte aceita essa mesmice toda com muito entusiasmo pela maioria.. Só eu mesma que fico ainda aqui, lamuriando os resultados. Vai ser como um episódio dos Teletubies: "De novo?". Sim, de novo, e de novo... E de novo!

Evitando a gritaria e os apelidos toscos, fazendo um pré race de uns 10 minutos e passando o pódio... Estamos no lucro. Porque "inventar" que "não sei quem é bom demais"... Ah! Isso já estamos carecas de aguentar. 

Comentem suas impressões sobre a nova cada da F1. Semana que vem eu retomo o Balanço da temporada 2020 (se ainda estiverem interessados).
Abraços afáveis!

Atualização:

Mariana Becker deixou a Globo e se juntou à Band. A emissora parece compromissada em montar uma equipe boa a nova cada da F1. Já contam com Reginaldo Leme para Stock Car e possuem também um bom pessoal da Band News. Não precisariam ir atrás de mais ninguém... A não ser que os rumores da saída de Galvão Bueno depois de tantos anos na "plim-plim", se concretizem. 

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