Última etapa da F1 em Aby Dhabi: Nada x Nada

Sábado perdi a última classificação da temporada de 2017 da F1. Mas nem perdi muita coisa. A tal temporada com promessa de mudanças teve, até meados de agosto, tudo para ser excelente. Minado por um um verdadeiro embuste de piloto que, tem uma senhora sagacidade para estar em equipes com carros completos, satisfatoriamente gozou de um quarto campeonato antes mesmo de novembro chegar, se valendo da premissa que em todos eles pode se vangloriar como o melhor de seu tempo (algo que me parece, absolutamente, um grande exagero).

Desde o primeiro campeonato vencido por Lewis Hamilton é que temos essa circunstância na F1: não se vence mais campeonatos por empenho, vitórias mais bem desenhadas e/ou competitividade até os últimos segundos. Combater Jenson Button, Kimi Raikkonen e Nico Rosberg entre si e entre os campeonatos divididos de Sebastian Vettel e Lewis Hamilton é fácil - basta dizer o que o campeonato dos três teve em comum: eles estavam no lugar certo, na hora certa, e não perderam a concentração. O primeiro e o terceiro seguraram cada pontinho para ficarem à uma boa margem de tranquilidade no fim, quando o cerco se fecharia, o segundo teve cinco primeiros lugares caminhando bem para vencer o campeonato com zebra daquele ano de 2007.
Agora, com relação aos 4 títulos de Vettel e Hamilton, requer um pouco mais de bom senso para analisar: ambos, tiveram carros bons nas mãos e equipes estrategistas que fizeram a coisa toda acontecer. Maaaaaaas, é uma conjunção adversativa que se faz necessária. Se Vettel garantiu um de seus 4 títulos sem dificuldades/adversidades e com uma antecipação dos diabos, Hamilton só "suou" em um deles, o primeiro, em 2008 e competindo com um piloto meia boca, que só chegou "lá" no fim da última etapa com chances de ser campeão porque guiava uma Ferrari. 
E Vettel, que dos seus 4 anos de título superou (sim, claro, com um excelente carro) um tal de Fernando Alonso - este sim, o melhor de seu tempo, quiçá um dos melhores dos últimos anos. Para mim parece muito fácil a vida de títulos do Hamilton se pensar que ele enfrentou diretamente um Felipe Massa e um Nico Rosberg - que apesar de bom piloto, só conseguiu vencer ano passado por ter se aproveitado de uma fase ruim de Lewis, caso contrário, estava embebido da injusta segunda causa da Mercedes, sem ter outras ferramentas para lutar por títulos.

Am I evil? Yes, I am: Não dou a mínima para os títulos do Hamilton. Essa é a frase de 2017, que poderia ter sido diferente. Tantas coisas poderiam ter acontecido: a Ferrari poderia ter se empenhado muito mais com os seus pilotos - principal e escudeiro - para fazer frente à disputa que estava competitiva até antes das férias de meio de ano. A Mercedes se quisesse brilhar de jeito, teria dado condições iguais para Hamilton e Bottas - sendo que esse último, jogado à condição de segundo piloto, amargou em termos de "barrichello" depois de supostas "escolhas" erradas de ajustes aerodinâmicos que lhe fizeram perder rendimento e credibilidade até mesmo, para disputar um vice campeonato.
No meio disso, veio uma Red Bull irregular, que só apareceu nas horas erradas, e no fim das contas, facilitou o mote da F1 antes da Liberty - a mesmice de uma equipe grande e arrogante, com também um personagem arrogante guiando o equipamento com o acrescimento do pior que tem acontecido da categoria e nos desmotivado à beça: sem-ser-incomodado.
A Liberty, na tentativa de deixar correr solto, voltou a deixar a F1 ser a categoria sisuda de antes, privilegiando o que achavam que os fãs gostavam: um piloto popular ganhando todas, voltando com as punições desmedidas e nomeadas, e deixando as coisas plasticamente ainda meio falsas.

Abu Dhabi veio, com uma classificação com pole de Bottas, que não valia mais nada, já que perdeu a chance de ser vice no GP brasileiro, para Vettel. Hamilton, nervosinho até pareceu querer ganhar a corrida, mas fritou pneus de novo, numa das tentativas finais das voltas e permaneceu em segundo. Vettel pouco caso fez de avançar um pouco mais, o mesmo por Raikkonen que pela segunda vez seguida, não deixou que alguém o ultrapassasse. De resto, só trivialidades. A última etapa resumiu de grosso modo, o que 2017 sugere para quem não acompanhou tudo: largada limpa na frente, sem desafios, sem emoção, seguida de 70 e tantas voltas de uma baita de uma fila indiana, com adicionais de disputas entre pilotos médios para ruins, alguns saindo da pista por conta própria, uma punição sem necessidade à um deles. Um acréscimo que só nós brasileiros pudemos "saborear" junto com o almoço foi excesso, nojento e repulsivo, de defesas à figura de Felipe Massa, como se fosse um deus do Olimpo, durante a transmissão. Cada comentário seguido, quase sem pausa para respiração ou água, foi dado, sendo cada um pior do que o outro, como se fizessem um levantamento de todas as vezes que deveriam ter falado do "piloto" durante todo o ano. Não falaram, vale frisar, pois ele não fez absolutamente NADA nesse retorno pós aposentadoria. Apareceu, com uma cabeça de pouco cabelo que tem e foi - para mim - um baita prejuízo e uma vergonha para a Williams. Oremos, façamos promessas e novenas, que não tenhamos essa sofrência em forma humana ano que vem. Chega. Estamos de saco cheio (inclusive as mulheres, pois depois de tanto o Galvão Buenos ter rasgado a seda ao Massa ontem, criamos um).

E se houver espaço, que também torçamos para um 2018 mais competitivo. Que venha Vettel e Hamilton, mas não só, que venha Verstappen e Ricciardo, Kimi e Bottas. Alonso! Queremos Alonso nesse bolo todo. Precisamos disso. Merecemos isso. 
Do contrário, desse jeito que foi, F1 e Liberty, a gente não fica com saudade da nova temporada e ansioso por 2018... Não mesmo!

Abraços afáveis!

Comentários

Temporada meia boca.Para mim só valeu mesmo durante o tempo em que o Vettel esteve à frente do AfroSenna. Não consigo gostar ou torcer por ele, desde que surgiu.E depois das críticas que li de seus torcedores bocós (como diria o Rei Julian, em Madagascar), carentes de ídolos e ainda chorando a viuvez do Santo e herói que alegrava aquelas manhãs de domingo, passei a não gostar ainda mais. Quem tem um pouco de sensatez e não olhos cegos por idolatria e fanatismo, sabe muito bem que ele só é o "melhor piloto" e destruidor de recordes por sempre estar com o melhor carro do grid.Quando não esteve mais, chegou a comentar que sua carreira não iria muito longe e isso era frustrante.Tal qual um brasileiro que tinha o capacete amarelo com listras azuis e verdes, né?
Vamos ver se em 2018 a Ferrari oferece um carro melhor aos seus pilotos, se a Red Bull tem mais consistência, se veremos mais alguns prodígios darem as caras, se Fittipaldi, Piquet e Sette Câmara estarão mais próximos da categoria e nãos serão apenas coadjuvantes ou capachos como os últimos dois brasileiros que passaram pela Ferrari.Nunca fui muito fã co Alonso, apesar de reconhecer seu enorme talento.Ele na Mercedes faria termos desgosto da F1 como no tempo de Schumacher nos carros vermelhos, pois esmagaria a tudo e a todos.Espero que ele tenha equipamento para dar show na próxima temporada.E o Kimi, o que será do Kimi?Será sua última temporada?Se for igual à desse ano, melhor que seja mesmo.
diogo felipe disse…
é isso aí, Manu!!!

hehhehe, gostei da citação ao saco feminino!!! :D

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