GP do México: Decisão da Temporada
Neste domingo houve a decisão precipitada da temporada da F1 2017. Faltam duas corridas ainda para terminar o ano na categoria e aquela promessa da imprevisibilidade, a tentativa de fazer festa como os esportes americanos conseguem fazer a cada etapa, e a ideia de ser como futebol da bola oval - ou seja, com reviravoltas até o último segundo de jogo - caiu como uma torrada com geleia no chão. E o pior: caiu, do lado da geleia e pisaram em cima, com perda total.
Não que a corrida tenha sido completamente ruim. O good side dela aconteceu muito bem, se isolarmos os passos dados. Pena que o holofote fosse a decisão do campeonato. Vejam bem: esquecendo toda a disputa, Hamilton largou em terceiro e Vettel em primeiro. Verstappen em segundo botou para quebrar, mostrando que falam ou deixam de falar, mas ele é o que é, e esperamos que com o tempo, essa impetuosidade não se reduza à um marasmo que o torne apenas um garoto desagradável.
Após uma largada boa de Vettel, mostrando os motivos pelas quais, mesmo com detratores dizendo que ele é uma farsa, ele é um campeão mundial de fibra, que lutou pela posição e foi espremido pela sede de tomar a ponta de Max e um incalculável Hamilton, que quis se aproveitar da situação entre os da frente. Foi a primeira vez que a transmissão, a partir de Reginaldo Leme, admitiu que o inglês faz péssimas largadas.
Condensando o que eu disse na corrida passada, Hamilton na frente livre de pressão, é uma coisa. Quando se espera que ele seja o gênio que se prega, ele é tão desajeitado quanto aquele seu "eu" que perdeu o campeonato de 2007, por burrice.
Com pneu furado ele correu para os boxes, e caiu para último. Vettel com a frente do carro avariada, também. Dali, a situação seria empolgante: o que remasse mais, seria o nome da corrida. Vettel foi muito melhor, mesmo - de novo! - que os detratores venham dizer que ele é uma farsa.
Dali, as coisas ficariam legais: Vettel fazendo boas ultrapassagens e subindo na zona de pontuação, enquanto Hamilton tomava até bandeira azul e o rádio coach não parava de dar instruções ao "perdido". Lá na frente, Verstappen e Bottas, faziam corridas limpas. Kimi, andava em bom ritmo para completar o seu pódio de número 90 na carreira.
Dali, as coisas ficariam legais: Vettel fazendo boas ultrapassagens e subindo na zona de pontuação, enquanto Hamilton tomava até bandeira azul e o rádio coach não parava de dar instruções ao "perdido". Lá na frente, Verstappen e Bottas, faziam corridas limpas. Kimi, andava em bom ritmo para completar o seu pódio de número 90 na carreira.
Pena que o foco ainda era a maldita contagem de pontos. As contas não tardavam a ser lembradas, e aquilo, desmistifica qualquer corrida, seja ela boa ou ruim. O foco, da velocidade, do automobilismo puro e simples, fica à critério daquele que fez outras corridas das quais venceu, e não esta, que estava a acontecer diante da gente, pela TV.
Até aí tudo bem em escrever essa coluna. Mas o que deixa a gente meio cansado é o que sobressai; é aquilo que a gente nem deveria dar pano para a manga. Eis elas: Construções de caráter premeditadas, importâncias dadas ao que é secundário, merecimento eventuais e isolados como se fossem cerne das disputas, mídia, opinião, gosto e pretenso argumento de que "se sabe do que ocorre". Eis o tratamento dos esportes pela maioria das pessoas, seja ele F1 ou futebol, tênis ou vôlei. Galvão chegou a mencionar - em um dos poucos momentos em que foi são - o extremismo das pessoas nas redes sociais com relação à torcidas.
Antes mesmo da corrida acontecer, não vi uma alma viva dizer que estava torcendo por Vettel conseguir pelo menos, tardar a disputa para as próximas etapas. Vi alguns, não porque gostam de Vettel, mas porque são idiotas o suficientes para quererem ver Lewis vencendo em território brasileiro, como se isso significasse algo à mais para categoria e não apenas um triunfo que só ele e os torcedores guardariam na memória.
Vi também - salvo míseras exceções - poucos comentários atribuindo uma boa atitude de Vettel em saber lidar com a derrota. O que saltou aos olhos foi um mar de críticas até nas atitudes amistosas, tais como sua fala em italiano, ou suas palmas ao rival que, fez uma corrida meia boca. Para um tetra campeão de tanta estirpe, eu diria vergonhosa, mas que todo mundo aplaudiu até nos discursos piegas pós corrida.
Vi também - salvo míseras exceções - poucos comentários atribuindo uma boa atitude de Vettel em saber lidar com a derrota. O que saltou aos olhos foi um mar de críticas até nas atitudes amistosas, tais como sua fala em italiano, ou suas palmas ao rival que, fez uma corrida meia boca. Para um tetra campeão de tanta estirpe, eu diria vergonhosa, mas que todo mundo aplaudiu até nos discursos piegas pós corrida.
"Falso Vettel", disseram. Não sei o que o exterior tem falado.
Pautar minha avaliação sobre a torcida à favor de Hamilton via redes sociais e mídia brasileira é raso. Mas significa muito se formos parar para fazer foco em uma das circunstâncias:
1) Quem ganha com campeonato completado assim, com tanto ponto de vantagem e faltando duas etapas?
2) Qual a vantagem, honrosa em vencer um campeonato, em nono?
3) Qual o critério para dizer que Hamilton é melhor que Vettel?
Para a número 1 e a número 2, a resposta é clara: apenas Hamilton. Para a três a resposta é: um critério tão ridículo e cínico quanto os políticos envolvidos na nossa Lava Jato.
Brasileiro gosta de Hamilton e não de Vettel por razões bem claras:
1) Ele ama o Senna e faz questão de falar dele toda vez que tem oportunidade. Isso, inflama o orgulho de qualquer um que nasceu e vive aqui.
2) Ele venceu o primeiro campeonato dele, em 2008, em cima de umpseudo piloto, brasileiro, que muita gente baba ovo até hoje. Falar que Lewis é um dos melhores, é legitimar aquela vitória na última volta em Interlagos sob um "forte concorrente" que por sinal, é conterrâneo nosso.
3) A marra dele é de jeitão brasileiro. Não tem piloto brasileiro que tenha sido humilde ou encrenqueiro na F1 que não tenha durado muito pouco. A "desumildade" cria um elo de empatia que ele jamais verá em outro território a não ser aqui.
4) Ele já infernizou com o psicológico de um espanhol que depois virou inimigo de muito brasileiro por conta de um "faster than you" da vida, e de dois alemães - Nico e Vettel. O estigma do 7 x 1 está inerente nessa torcida verde-amarela.
O quinto ponto é mais geral:
5) As pessoas, definitivamente, acham que, só porque os seus pilotos favoritos alguma vez, não conseguiram superar o Vettel, acham que, por "razão" apenas pessoal, ele não merece os créditos de todos os feitos. Assim sendo, qualquer um, até mesmo Hamilton, um cara tão arrogante quanto qualquer outro (se não for o mais de todos) ali naquela categoria, torna-se por automático momento, um querido.
O resumo é bem simples: Dizer que Vettel venceu campeonatos sem esforço é a mesma pauta para Hamilton no meu entendimento - igualmente sem esforço. É uma questão de admitir preferência. Então, admitamos a preferência e largamos as nossas birras às claras, e não mascaradas de verdade, pois, não dá mais para ficarmos nessa bobagem. Não existe verdade, existe o que você pensa a respeito e isso, amigos, é completamente inútil no crivo do esporte.
Afinal, com antecedência de duas corridas, Hamilton entra no seleto hall de tetra campeões. Agora, mais que nunca é que admiro Nico Rosberg, que conseguiu vencer as barreiras da ascensão desse "monumental" piloto, assim como Jenson Button em 2009 e Sebastian Vettel - sim, o "Farsa"- nos anos seguintes.
Abraços afáveis!
Para a número 1 e a número 2, a resposta é clara: apenas Hamilton. Para a três a resposta é: um critério tão ridículo e cínico quanto os políticos envolvidos na nossa Lava Jato.
Brasileiro gosta de Hamilton e não de Vettel por razões bem claras:
1) Ele ama o Senna e faz questão de falar dele toda vez que tem oportunidade. Isso, inflama o orgulho de qualquer um que nasceu e vive aqui.
2) Ele venceu o primeiro campeonato dele, em 2008, em cima de um
3) A marra dele é de jeitão brasileiro. Não tem piloto brasileiro que tenha sido humilde ou encrenqueiro na F1 que não tenha durado muito pouco. A "desumildade" cria um elo de empatia que ele jamais verá em outro território a não ser aqui.
4) Ele já infernizou com o psicológico de um espanhol que depois virou inimigo de muito brasileiro por conta de um "faster than you" da vida, e de dois alemães - Nico e Vettel. O estigma do 7 x 1 está inerente nessa torcida verde-amarela.
O quinto ponto é mais geral:
5) As pessoas, definitivamente, acham que, só porque os seus pilotos favoritos alguma vez, não conseguiram superar o Vettel, acham que, por "razão" apenas pessoal, ele não merece os créditos de todos os feitos. Assim sendo, qualquer um, até mesmo Hamilton, um cara tão arrogante quanto qualquer outro (se não for o mais de todos) ali naquela categoria, torna-se por automático momento, um querido.
O resumo é bem simples: Dizer que Vettel venceu campeonatos sem esforço é a mesma pauta para Hamilton no meu entendimento - igualmente sem esforço. É uma questão de admitir preferência. Então, admitamos a preferência e largamos as nossas birras às claras, e não mascaradas de verdade, pois, não dá mais para ficarmos nessa bobagem. Não existe verdade, existe o que você pensa a respeito e isso, amigos, é completamente inútil no crivo do esporte.
Afinal, com antecedência de duas corridas, Hamilton entra no seleto hall de tetra campeões. Agora, mais que nunca é que admiro Nico Rosberg, que conseguiu vencer as barreiras da ascensão desse "monumental" piloto, assim como Jenson Button em 2009 e Sebastian Vettel - sim, o "Farsa"- nos anos seguintes.
Abraços afáveis!
Comentários
Obrigada pelo comentário, Richard.