GP do Japão com fotos comentadas sarcasticamente (ou não)

GP do Japão com fotos vídeo comentadas comentado sarcasticamente (ou não) (ou sim!!!!)

Nenhuma foto será melhor de dar uma olhada do que esse vídeo do link à seguir: Japanese GP: Inside a tense drivers' briefing as Lewis Hamilton, Romain Grosjean and Sebastian Vettel clash

Assistam. De verdade. Para mim, nele está a prova convicta e concreta do que estamos fazendo em termos de comentários e opiniões sobre essa categoria é nada mais nada menos do que uma baita perda de tempo.
Em poucos minutos temos contato com reações que saltam os olhos e definem, precisamente, o quanto já fomos verdadeiramente trouxas enquanto fãs de F1.

Vemos um diretor de provas como um bedel com Vettel, chamando atenção como se o mesmo fosse uma criança malcriada. O bom da cena é que percebemos uma coisa que as minhas professoras de primário, aquelas freiras e beatas, que adoravam um sermão moralista, faziam na frente de nossos colegas, e não era chamado - ainda - de bullying. Era uma humilhação caracteristicamente resquício de sistema educacional da época da ditadura militar: humilhar os bagunceiros e arteiros com alguma coisa do tipo "que isso não se repita ou verá o que vou dizer à sua mãe/pai". Aqueles que não viam como se envolveram na bagunça, eram os primeiros a abaixar a cabeça. Algumas vezes alguma professora que gostava de ameaças dizia aos demais que "ainda bem que tem brio nessa cara" e virava para os outros que tentavam se impor dizendo: "sabe o que é isso? Falta de 'coro'!!"
Semelhante à isso, Whiting chamou a atenção de Vettel pela carona que pegou com Werhlein após o incidente com Stroll no fim da corrida da Malásia. O alemão "mimado" (será?), acatou, baixou a cabeça e Whiting pediu que não fizesse mais, de um jeito meigo, mas não menos feio dado que estava diante de um homem, adulto. 

Hamilton abriu a boca por apontar um novo problema de atitude do rival.  O famoso "colocando a lenha na fogueira". Novamente como uma turma de primário, sempre tem aquele colega que a professora gosta, mas que é detestado pelos demais, porque é aquele que pede teste extra, sabota o coleguinha, detona os trabalhos de maquete dos mais fracos... Coincidentemente ao lado de Stroll, levantou a questão sobre o tal volante que não foi recolocado, no afã de criminalizar ainda mais Vettel, que já não está "fudido" o suficiente diante de todas as decisões no que desrespeita à regras e conduta desportiva, não é mesmo?!

Palmas para Grosjean, que levantou uma questão sobre isso. Palmas também para Massa que ensinou o Charlie Whiting que nem sabe das  próprias regras das quais controla. Tirar o cinto é tão contra as regras quanto pegar carona com o colega e tirar o volante do carro e não recolocar em seguida.

Duas reações transbordam daí: Whiting custando a entender porque Grosjean trouxe isso à tona. Justo o cara que muita gente chama de braço-duro e inconsequente, alertou para um dado que é passível de punição, só com quem convém. Colocando visíveis panos quentes ao "delito" de Hamilton, o diretor agiu como desentendido e foi alertado para a sua inconstância em chamar atenção por justamente quem mais fala bobagens na F1 atual: o Massa. Ambos estiveram bem amenos e  corretos em seus alertas, mas a ideia de Whiting não fundamentar um argumento certo, deixa tudo bem claro: a regra vale quando a gente achar que devemos aplicar.
Soando como "recalque" Grosjean jamais será aclamado pelos críticos e fãs da categoria. Salvo talvez, eu, que teria feito o que Grosjean Linguini fez, bem antes, dizendo tudo de forma bem enfática e citanto a regra vírgula por vírgula. Porque faria isso? Porque sou "cri-cri"? Não senhores e senhoras, porque venho dizendo neste humilde blog, várias vezes, que certas regras são providenciais em circunstâncias para certos nomes. Alguns são intocáveis. Sou dessas que, se é para ser assim, que deixem de competir. Se não fazem parte da "elite", porque "brincar"? Ou deixa solto, ou pune de A a Z.

Seguindo o vídeo, tenho mais a dizer. Duas reações saltam aos olhos da parte de Hamilton: uma, admitir (com cinismo) que ele tira os cintos e não afrouxa. A segunda, pode até fazer você ter espasmos estomacais - ele pergunta porque o Grosjean quer saber e o franco-suíço justifica: "Porque às vezes não colocamos o volante no lugar e somos multados, e não há sentido nisso se os volantes estão fora do carro. Só queria saber". Hamilton responde um "interessante", sarcasticamente, seguido de uma nova cutucada à Vettel dizendo que quem tem de manter o tal volante é Vettel, já que ele está andando devagar. 
Whiting ainda diz que vai esclarecer, e Hamilton retruca jogando novamente Vettel na fria, algo digno de quem na realidade dá a mínima para regras, como bem se vê. A resposta do alemão é categórica e não menos correta para esse momento - que poderia ter gerado uma briga das feias, caso tivesse mais apoiadores ou mais falastrões: "É  volante ou cinto? Estou confuso!"

É você, querido, o problema é vo-cê. Está mais na cara que nariz que quem mexe com o piloto supremo do momento só se ferra. Foi assim com Alonso, foi assim com a McLaren quando quis podá-lo, foi assim com Button e terminou com uma sequencia feia da lista com Sutil, Rosberg e agora, Vettel. Alonso por ser melhor, causou rusgas entre os dirigentes que deveriam proteger Hamilton, que era novato e "indefeso". A McLaren, pagou o preço de ter protegido tanto e quando ele cresceu, começou acusar a equipe de erros bobinhos. Button por ter sido companheiro dele e ter, remotamente, o superado. Sutil, numa relação interpessoal se decepcionou com o caráter do até então, amigo íntimo. Rosberg, que também nutria amizade, foi humilhado mais de uma vez e acusado de vilania quando era apenas um rival de campeonato. Vettel é mais uma pedra lapidada no calçado do Hamilton. Digo lapidada, pois incomoda, mas não fura a pele, não sangra. O próximo dessa lista negra é Bottas, caso permaneça no ofício de capacho, pode algum dia ter brechas e conseguir, por um milagre, fazer uma dúzia de boas corridas, como Rosberg e tornar-se um Darth Vadder em questão de segundos. 

Grosjean, no caso, quis escancarar para todos que cobranças de atitudes mínimas como essa de deixar ou não o volante no carro, tirar ou não o cinto, é irrelevante e totalmente esquecida caso aconteça com Lewis Hamilton. No começo da reunião, ao questionar sobre os cinto, ele mesmo diz: "bem, Lewis tem feito isso muito, então..."

Os demais presentes agem como aqueles alunos que dão risadas e comentam com os colegas o "mini esporro". Não se vê muitos pilotos no vídeo, mas eu vejo Bottas, que em todo o momento mais sério, está como se deve estar: sério. Ele só esboça sorrisos quando Massa fala algumas coisas ao seu lado. Kimi é filmado uma vez e também aparece com o semblante de sempre. Outro que parece alheio a tudo é Palmer - que está de saída e poderia estar dando de ombros - com muita razão. Ricciardo parece inquieto na carteira, mas ele tem cara de gostar de um mal feito. É o fanfarrão da turma. Me espanta a cara de riso bobo de Sainz e Verstappen. Esse último poderia se juntar à Grosjean já que é um garoto impetuoso e logo que se meter com o Hamilton - assim que tiver um carro à nível de competição - experimentará as injustiças das regras como ferro quente na pele. Ou não, caso conquiste o lugar cativo dos protegidos.

A questão do vídeo fica sutilmente clara nas proteções. Apesar de Whiting ser basicamente educado, ele desencadeia na cobrança contra Vettel uma reação que Grosjean desmistifica com propriedade. Antes mesmo da acusação, Grosjean simplesmente avisa que "acenar para os fãs" é legal, mas ele quer saber se pode ou não ser feito - meio como precavendo caso, futuramente, Vettel tome nova reprimenda ou outro piloto seja punido por coisas que Hamilton pode continuar fazendo sem ser incomodado.
No fim, o inglês é ainda mais "ridículo". Depois de quase todo o tempo estar com olhos no celular prostrado na coxa direita, na cara do diretor de provas, ele solta aquela que faz ele se "redimir" nos olhos dos trouxas fanáticos: "Faço isso pelos fãs".

Parabéns a F1 que tem esse novo tetra campeão para chamar de seu. É lisonjeador pensar que estamos vendo esse cara num esporte de tantos grandes figurões que muitos de nós nutrimos admiração.


Abraços afáveis!

PS: Tudo escrito, é único e exclusivo opinião minha. Não indico como verdades incontestáveis, nem quero convencer ninguém. Longe de mim...!

Comentários

Manu disse…
Obrigada pelo apoio, achei que ia estar nesse barco, sozinha, hehehehe...

Abs!!

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