GP de Singapura: 2017 no fim
Confesso muita insatisfação em fazer o texto da corrida. Motivo? Desgostosa com o resultado.
Mais um motivo? Descontente mais ainda com os comentários alheios sobre o único e relevante ocorrido da etapa.
Só mais um para fechar e calar o "mimimi"? Infeliz por ter uma opinião mais racional possível, querer anular a emoção e correr o risco de ser - talvez duramente - criticada.
Então, escolhi fazer um texto pragmático: Singapura já foi apelidada de "Pinga pura". De pinga, boa, e curtida, destas que se toma um golinho para "abrir apetite", Singapura tem só tem o visual. Geralmente ela foi, desde o seu começo, cenário de desastres vexatórios dignos das consequências do consumo excessivo do destilado.
Já foram em festa em que todo mundo está querendo enfiar o pé na jaca e alguém tem a ideia genial de abrir uma pinga e fazer uma vira-vira?
Eu já. sabiamente, não topei, mas sei de gente que "achou que não havia nada demais" e lá no quarto ou quinto copinho de pinga de má qualidade, começou a olhar o copo com a boca retraída evitando uma golfada.
Assim foi a "maledeta" corrida em Singapura de 2017. Na largada, já acusando emoção, dada a chuva não premeditada, Verstappen estava em posição de ataque na segunda colocação, ao lado de Vette. Ele, que ameaçou (ou seria, promessa?), queria passar Vettel e tomar a ponta. Dando a entender que não estava nem aí para o campeonato, poderia com esse ato, facilitar - muito ou pouco, dependendo da investidura contra Seb - a vida de Hamilton, apenas em quinto.
Sob chuva, largaram. Com pista lisa com faixas de tinta e carros andando no limite de muros, era um tanto óbvio imaginar escorregões. Räikkönen era apenas o quarto colocado. Sentindo uma fúria sabe Deus de onde, decidiu anular Ricciardo e atacar, com muito arrojo - mas não mal feito - Verstappen. O plano era, no milésimo de segundo antecedente, pegar a segunda colocação e deixar Vettel afastar o máximo possível de seu rival. Botou a carro de lado de Verstappen e - em lance normal - tocou roda com roda com a Red Bull pois lhe faltou espeço. Estaria tudo bem se Verstappen tivesse tentado defender posições com o finlandês, se Vettel não tivesse fechado o espaço de Verstappen no mesmo ritmo.
Reflexo ou apenas medo da ameaça, Vettel fechando, o toque dos outros dois não foi simples e angariou um strike que sobrou para o alemão e até Alonso, que se não fosse tocado, seria terceiro.
A preocupação do Vettel em fechar Verstappen fez com que ele escancarasse um minuto de bobeira, que vai lhe custar o ano inteiro: na lateral esquerda, Hamilton vinha já para ser segundo. Com a preocupação com o que não devia, Vettel foi tocado e logo, virou ao contrário na pista, perdendo partes do carro, inclusive o bico.
Os "técnicos de futebol" xingaram o Kimi. De nomes feios. E nomes injustos.
Eu tuitei "porcaria Kimi", não pelo ato dele, mas por ter forçado em cima de um cara que não vende posições barato. Depois das repetições da imagem, senti que é assim que a Ferrari quer. Só esqueceram de avisar Vettel para acelerar na frente e largar o problema, literalmente, para trás.
Fãs do Vettel também crucificaram o finlandês, sob a ideia de ter ele, tirado a emoção da corrida e também, "prejudicado" o alemão.
Fãs do Alonso, arrebentaram a boca da falta do bom senso, xingando Vettel e Ferrari, por algo que, aconteceu tão rápido que é ridículo dizer que foi feito "de propósito". Desde quando Vettel ia sabotar a própria corrida e ser estigmatizado de idiota, vilão, mimado, chato, arrogante, mais uma vez e outra vez para não perder o costume?
O fato de Alonso ser, na maioria das vezes um cara muito racional e justo, não significa que são fãs são iguais.
Os defensores de Verstappen saíram da moita. É ele que dá emoção para a F1 desde o ano passado. O errado, passou a ser certo, desde que veio da Holanda, com uma coragem grande trasvestida em menino. Digo e repito desde sua entrada: falar menos e agir mais dá crédito vitalício para ele. No momento, ele só agiu certo mantendo o traçado. (Noutra ocasião, quando falou mal do Massa... Rsrsrsrsrs...)
Todos os comentaristas de plantão estão errados. Foi apenas um incidente de corrida, com envolvidos prejudicados. E quando há um strike destes, sempre tem um ou dois envolvidos que tiveram a infelicidade de serem atingidos. Fim de papo, esporte à motor é assim. Não acha certo, escolha outro esporte, um livro na prateleira...
A decisão de Räikkönen parece errada, mas se tivesse dado certo, teria sido bom para equipe.
Vir para o lado da disputa Red Bull e Ferrari foi reflexo errado de Vettel, mas conservadorismos não é do feitio do tetra campeão.
Esperar da baderna alheia para sair vitorioso, já colocou Hills, Buttons e Rosbergs como pilotos bons mas "sem graça, sem graça"...
A gente olha para essa imagem e pensa que as duas Ferraris são estúpidas. Mas estúpidos somos nós, nos julgamentos precários que temos.
No quadro da sorte, pintaram o nome genialidade, e logo depois do incidente, nem Ricciardo, que prometeu tanto estar em primeiro, sequer se aproximou de Hamilton. Deixou gravemente de ser uma das boas coisas desse ano, junto com Bottas, que apesar de ter terminado em terceiro, basicamente, fez o que manda o figurino. Tanto ele, quanto Hamilton tiveram da desgraça alheia, o pódio. Ricciardo deixou de ser terceiro para ser segundo e não fez nada que mudasse isso. Ainda tascou um "posso peidar?" no meio da coletiva de imprensa. Se era figurativo a brincadeira, está valendo. Se foi só para aparecer, bom também. A gente quer dar é risada, depois que as coisas que a gente gosta de ver, não dão certo. Desrespeito uma ova! Se o "pum" do Ricciardo significa que a F1 ainda está uma "m", ele não está tão errado assim.
Tanto é que antes mesmo das paradas a corrida ficou em banho maria.
A sombra - e apenas ela - de Ricciardo tentar se aproximar de Hamilton, ficou só no blabláblá chato, absurdo e repetitivo da transmissão (por sinal, uma das piores do mundo, sem sombra de dúvidas).
Para o "rabudo" Hamilton a coisa está que nem a construção de uma casa: faltam as tomadas e a pintura. Dêem o caneco para ele, pois já está decidido. Ainda que sem mérito contando apenas com uma infeliz escolha do rival, ele chega à esse status, marcados por recordes que estão aí para serem batidos, cedo ou tarde. Com 28 pontos agora à frente, a cientologia e todos os terços que o inglês usa como adorno, está surtindo um efeito grandioso.
Será que podemos esperar por 2018 mais competitivo? Ainda faltam 6 etapas dessa para a gente começar a pensar em off season, então, vamos descansar até a próxima daqui à 15 dias, pois meados de março ainda está loooonge...
Abraços afáveis!
PS: Triste com a Ferrari de manhã.
Triste com meu segundo time perdendo na NFL à tarde.
Felizona com meu Broncos à noitinha.
Pimpona com meu ano debut no Fantasy hehehehe...
Nem tudo são mágoas!!! Ainda bem!!!!
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