GP da Itália: Pena

Uma coisa da qual qualquer fã de automobilismo se empolga bastante é quando a temporada de alguma categoria - especialmente a F1 - dá início. Quando dá uma pausa, ficamos uns domingos sem corridas e sentimos falta. Quando retorna, a expectativa é sempre grande, ainda mais quando retorna em Spa. 
Antes das férias, tudo tinha acabado de um jeito bom: Vettel estava à 14 pontos de Hamilton e Hamilton tinha mostrado uma estranha benevolência com o companheiro de equipe que, não estava sendo assim tão "capacho" quanto se esperava. 
Particularmente, empolgava. Ainda que estivesse só um pouco perto do ideal, havia, dois carros de equipes diferentes na disputa do campeonato, e ainda, havia pilotos bons protagonizando alguns tipos de situações: barreira de escudeiro (Kimi), tentativas - bem sucedidas - de mostrar valor (Bottas), mágicas com um equipamento meio irregular (Ricciardo).
Bastou que chegássemos à Spa, na semana passada, que toda essa gama de "novidades" para 2017, caísse por terra e deixasse a gente pesarosa: Spa não merecia ser palco de situações triviais. A coisa mais eletrizante do GP da Bélgica, foi uma disputa acirrada (que já tinha acontecido outras vezes) entre Pérez e Ocon, membros da mesma equipe, e ainda por cima, equipe de meio de grid. 
Pelo menos, Vettel, ainda líder na época, não saiu de perto de Hamilton e fez, ainda que pouco, o que dava para aquele dia, sem prejudicar pontos cruciais. 
Ricciardo continuou (e continua) fazendo bons pontos. Bottas também, embora se esperasse mais afinco. E Kimi, bem... Kimi passou a ser alvo de punições, justo no lugar em que anda melhor e que quase faz parte do seu DNA profissional.

Monza foi categoricamente pior, embora ressaltasse a novidade de dois caras "desconhecidos" largando nos P2 e P3. Mas daquelas justaposições de antes das férias, foram embora. Monza começou sem a real disputa entre Hamilton e Vettel, com um largando na ponta e o outro, em sexto. Bottas também parece que se perdeu na classificação, mas fez o que se esperava, de correr atrás do prejuízo na corrida, fazendo boas ultrapassagens logo nas primeiras voltas. Kimi, se aventurou bem também no começo. Da largada, já saltou para cima de Stroll que perdeu rápido para Ocon o P2, assim que se livrou de Bottas. Ainda que essas brigas fossem bonitas, Kimi foi perdendo rendimento, até depois, só disputar com os mais vulneráveis. Foi ultrapassado por Vettel - como era necessário, embora sem ter sido gratuito. E ficou a ter de se resolver com Ocon, por um tempo. Logo, Vettel já estava em terceiro, abrindo chances para saltar um pouco mais, se houvesse oportunidade.
Daquelas boas coisas, lá no meio da corrida em Monza, já se perdeu o gosto saboroso da temporada: Hamilton foi fazendo volta rápida atrás de volta rápida e, de cara para o vento, não tinha nada que o atrapalhasse. Quando Bottas chegou ao P2, não teve sombra de estar ameaçando seu lugar de conforto. Isso não tem como ser glorioso. O que a gente queria era, no mínimo, que Vettel estivesse próximo disputando com o mínimo de equiparidade, o P1. Só em terceiro, Vettel dava a deixa da hegemonia de um carro conforme foi nesses três últimos enfadonhos anos: Mercedes na frente e o resto, bem longe.
Dar isso como ainda, agradável, só sendo daqueles que pensa que "qualquer coisa está bom". E sinceramente, não está. 

Perdeu a graça, completamente. Do tempero que tinha até antes das férias e que ainda permanece, é as boas corridas de Ricciardo, vez ou outra protagonizando bons momentos de pódio - ainda que com a nojeira do "shoey". Desta vez não teve pódio, mas teve uma pressão em Vettel. Ricciardo tinha largado em 16º e foi o responsável por muitas ultrapassagens das 61 que tiveram na corrida. Tal desempenho lhe garantu o holofote do quarto lugar. O companheiro, Verstappen, fez das suas, normais, mas mexeu com quem não devia e agora é "excessivo", "descabeçado" e outros atributos, injustificáveis agora. 
Com tudo praticamente resolvido, inventaram aquela que ouço desde 2007, de que Hamilton estava com "algum problema". Esse lance é, em 90% dos casos, um baita de um "fake news": só tem serventia para legitimar a vitória dele. 
No fim da corrida, a transmissão deu a louca e gritou, vibrou por um aposentado sobre seu companheiro de equipe. A destreza foi tamanha, que o cara não conseguiu nada e quase perdeu a posição que lhe estava garantida. Lembrando do quê paga seu salário, Massa acovardou.
Lá na frente, onde interessa, Hamilton já havia cruzado à muito tempo a linha. Bottas depois e por um tempo grande e desconfortável, Vettel fechou o pódio. 
Hamilton prometei tirar o sorriso do rosto de Vettel. Não conseguiu. Ali, com os tifosi, Vettel foi cordial com o rival na frente das câmeras, e correu para o povo, ao pegar o troféu. Por ele vibraram. Mas no fundo deve ter doído. Ele perdeu a liderança. Está à três pontos de Hamilton, mas as próximas corridas são favoráveis para a Mercedes. 
Infelizmente, vamos ter que engolir um tetra do cara que nunca sofreu um mísero sofrimento para garantir os tais troféus e títulos. 
Voltamos de novo com a empolgação de lances de meio de grid, dos pobres brigando com os miseráveis, dos doidos rasgando pneus e de rádios inflamados que nos garantem umas risadas ainda que voláteis... 
Mas é isso: GP italiano com o "prelúdio do fim dos tempos". 

Pena
 
Abraços afáveis!

Comentários

carlos disse…
Foi triste e muito triste e ainda tem corridas pela frente tem, pode haver novas soluções, sim, mas que aconteceu no GP da Itália muito triste, queria um bom duelo entre Vettel e o senhor Hamilton Mimimi, vendo este GP o prejuízo foi grande. Aguentar um tetra do senhor Hamilton este ano ninguém aguenta, tomara que eu esteja enganado mas haja virada, enfim o pessimismo cresceu.

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