Temporada 2021: Grande Prêmio do México

Começou o drama, digno de novela mexicana, na Fórmula 1?
Talvez não. 
Ou talvez sim.
Eu tenho algum palpite? Para o desespero de alguns, eu tenho, rsrsrs...

Todo mundo gosta de corrida movimentada. Mas todo mundo ama também, corrida em que o cara que tem uma grande torcida, ou acha-se merecedor do troféu final, por simpatia, por encanto, porque está na moda, ou porque é errado torcer contra, acaba sendo o vencedor.
Quando ele não faz muita coisa que encha os olhos, todo mundo diz: "bem, mas que corrida chata!" E convida os demais para tirar um cochilo, comer alguma coisa ou assistir um filme na TV enquanto ela acontece. 

Eu cogitei assistir os treinos livres de sexta. 
Mas ponderei. Minha semana de estudos estava levemente atrasada. Então, não assisti nenhum e chequei os tempos marcados, li algumas coisas sobre. 
O pessoal parecia convicto que o GP do México seria mais um marcado por vitória da Red Bull. E isso, gerava um desconforto à despeito do fato de que a equipe, enfim, estava mostrando uma certa capacidade inesperada e também apimentando o campeonato que vinha sendo previsível nos anos anteriores.

Com chances, pela primeira vez na carreira, de vencer em casa, alguns apostavam em Sérgio Pérez para ser o protagonista no domingo. 
Eu duvidava da possibilidade de vitória. Pérez pode ser melhor segundo piloto que a RBR tem desde... Mark Webber!! Mas ainda não é tooooda essa Brastemp. (Os enfermamente jovens não vão entender essa expressão, mas desconfio que eles me ignoram completamente. Como não falo o que eles gostam de ouvir, não me darei o trabalho de explicar. De qualquer modo: basta dar um Google, caso não saiba do que se trata.)
Pérez nunca foi o coringa do jogo, apesar da promoção entre os especialistas, sobretudo, no ano passado, defendendo efusivamente que uma equipe grande o contratasse. 

Além disso, não deveria ser do plano da Red Bull gastar uma vitória só por cordialidade, com seu segundo piloto que, até o momento, não fez nenhuma corrida que ajudasse significativamente o primeiro e competidor direto do campeonato mundial, Max Verstappen. 
Nesse sentido, ele e Valterri Bottas são muito semelhantes entre si, mas com uma vantagem para o segundão da Mercedes: O finlandês marcou mais pontos que o mexicano nessa segunda metade da temporada e mesmo assim, não se comenta sobre isso.
 Alerta: Números só são mencionados pelos analistas de plantão, quando convém defender as suas "torcidas" disfarçadas como fatos. 
Pérez existe ali na Red Bull para ser o ajudante? Sim. Ele poderia não fazer "team work" e pensar em si o tempo todo? Também. 
Mas essa última opção teria consequências. 
Dói que ele não pudesse vencer em casa? Sim. Mas a F1 não é parque de diversões. Ela é, muitas vezes, um parque cujo escorregador é de lâminas de aço e o ponto de chegada é uma banheira de álccol.

Como a opinião muda sem nenhuma causa aparente e fã de F1 é mais volátil que éter, eu não considerava que houvesse algum tipo de coerência no pensamento rudimentar da audiência (com jornalistas e especialistas inclusos) sobre o que poderia vir a acontecer no GP do México. Pois nunca há.
Dependendo do que está em jogo, você compreende certas torcidas, simpatias ou análises, mesmo que soem falsas para os mais atentos e ao perceber, sua cara de descontentamento vai ser inevitavelmente, visível. 

Bom, fui desgostosa assistir a classificação. Não que eu não goste do circuito ou da atmosfera (apesar de embaçada) da pista mexicana. Eu só desacreditava que a Red Bull levasse a pole e portanto, tornava a experiência previsível. 
Ando bem cansada, fazendo muita coisa ao mesmo tempo. Tentei relaxar com um filme na TV e interrompi para assistir à classificação e confirmar minhas expectativas. Isso me fazia questionar o uso do meu tempo de descanso.
Eu desacreditava até que Pérez estivesse entre os três primeiros. Apostei em pole da Mercedes. Estava claro, para mim, que rolava um "sandbagging", a especialidade da casa, desde os treinos livres. Isso seria noticiado depois como algo surpreendente e a Red Bull precisaria arrumar justificativas. 

No que antecede todo GP sempre aparecem declarações de um lado e de outro. Ataques que só são considerados ofensivos quando vem de um certo austríaco. O compatriota, mais bem apessoado, é o chefe supremo. Tudo que ele diz é aplaudido, mesmo que sejam um pacote de inverdades.
O mesmo, se desestabiliza somente quando aparece "atrás no placar" e é por isso, que quando diz algo quando está nervoso, chega a ser engraçado. 

No jogo, quem tem sempre que fazer valer a presença - e não sem algum custo - é Max Verstappen. Antipático ao público que gosta de uma cena, ele é duramente sincero e um tanto petulante demais, e isso, o torna excludente do "oba-oba".  
Nenhum custo mais intenso, é cobrado de Lewis Hamilton. Tanto é que o papo segue como ladainha: "a Red Bull tem o melhor carro". 

Uma mentira dita várias vezes, se torna verdade. Essa é uma frase que todo historiador que se prese, seja ele marxista ou conservador, alguma vez já contextualizou.Mas nesse caso fútil, trago como exemplo de como foi comprado sem que se colocasse a premissa em xeque, como deveria.
Experimente dizer que a Red Bull não tem o melhor carro e veja a faísca que causa um baita incêndio. Num grupo de pessoas, de 10, você será o único (ou a única) a dizer isso e também será, sozinho(a), rechaçado(a) com o (fraco) contra-argumento: "você não sabe do que está falando".

A explicação para terem adotado isso, toda vez e até quando a Mercedes aparece "superior", é a trajetória construída até aqui. E é simples pensar porque é repetida muitas vezes. 
Vejam, dizer o contrário - ou seja, de que a Mercedes ainda é superior, ainda que menos que antes - levantaria a possibilidade de questionar a qualidade da lenha que o heptacampeão, Lewis Hamilton, ainda tenha para queimar. 
Ninguém vai querer ser o "primeiro" a tomar pedrada ao mencionar isso.

Bem, eu  não vejo problemas. 
Se questiona Michael Schumacher, Kimi Räikkönen, Fernando Alonso, Sebastian Vettel... etc. pelos seus feitos, conquistas e como foram adquiridos os títulos por colocações redutivas como 
"só conseguiu sendo antiesportivo";
"só conseguiu porque o Felipe Massa abriu na última corrida"; 
"só conseguiu porque Flávio Briatore fazia tudo para ele"; 
"só conseguiu por guiar um carro projetado por Adrian Newey".

Claro que não concordo com nada disso, mas essa argumentação acontece. 
Há uma mania patética de tomar o resultado depois do acontecido, buscar uma explicação para ele, ignorando completamente que, nem tudo na vida, tem uma causa e efeito. Esse papo universalizante de que tudo tem uma razão de ser, ou a generalização redutiva, faz parte de nossa cultura. Arrancar isso de nós é difícil, mas com esforço, torna-se possível.
Mas se acontece essa depreciação rotineira com esses campeões mundiais, e outros até, que são considerados "nada", o que faz de Lewis passar a ser sumariamente isento dessa "injustiça"? 

É um tanto, digamos, proibido questionar Lewis. Quanto aos outros, não há problemas. Mas Hamilton? Aí simplesmente beira a insanidade. 
Nisso, nada surpreende que, qualquer um que aplacasse, sem querer (ou por querer), qualquer vitória de Verstappen, esse ano, ganharia, com o passar da temporada, o coração do torcedor da F1. Fosse quem fosse e poderia ser qualquer um, nem que fosse por algumas horas, ou só um dia. 
Me parecia ser algo a ser pensado e tentei marcar um ponto onde isso pode ter começado a fazer sentido (claro, fazendo o papel bobo de buscar a causa e o efeito, depois do acontecimento).
E parece propício dizer que foi depois Silverstone. Foi ali também que o discurso de que o clima ficou insustentável, surgiu. Por provocação, quem foi escalado no elenco como vilão não foi o ator certo. 
Mas também, a audição para o herói, nem era a vontade inicial de um deles. Pouco importava (e acredito que pouco importa) qual o papel designado. Para o outro, só havia uma possibilidade: os holofotes.

Desde o GP citado, não se sabe se torce por um "pega" entre os dois, ou por uma competição direta, mas completamente limpa. Essa segunda opção, arrisco dizer, todos diriam ser impossível dada a habilidade agressiva de Max. Como se Lewis fosse, desde 2007, um ser passível de ter asas e auréola invisíveis.
Eu queria uma disputa ferrenha em todos os GPs. Mas deixei de querer, num dado momento que não sei dizer exatamente qual, mas por perceber que se monta uma injusta separação, como sempre houve na história da categoria. 
Isso faz diferença no apelo, principalmente pois, se brada que vivemos tempos diferentes, mas seguimos os mesmos padrões de antes dessa tal mudança "planejada" e totalmente abstrata. E de algum modo, toda opinião gerada a partir de toques, acidentes ou disputas por posição estraga com as proteções desmedidas, as tomadas de partido infundadas. 

Depois de todo o assunto de quem é que está mais pressionado psicologicamente, eu tive a clareza de quem parecia estar começando a perder as forças. Ele, optava pelas mesmas fórmulas usadas no passado: o discurso, o "trash talk" ainda que sutilmente imperceptível que fosse, sempre foi de fel. 
Mas, como a rotina nos faz pensar que temos conhecimento das coisas - tal como dizemos, "com certeza que o Sol nascerá amanhã, pois ele nasce todos os dias" - Lewis, em algum momento, iria (ou irá) fazer algo, dado como extraordinário, e venceria (ou vencerá) o oitavo campeonato. 
Ainda acredito nisso. Faltam 4 corridas. 

O sábado de classificação "surpreendeu": Valtteri Bottas fez a pole. Estranhamente, Toto Wolff vibrou como se fosse o Lewis. O inglês também ficou até satisfeito com o segundo tempo. Max era só o terceiro, com cara de poucos amigos (direito que não é dado à ele). Pérez foi o quarto colocado. 
Mais estranho que a reação do "boss" da Mercedes, foi a reação da internet: todo mundo parecia estar adorando o Bottas? Que diabos era isso?
Ah, lembrei!!! Aquele austríaco, "que só diz besteira", "fritador de pilotos", chamado Helmut Marko, declarou antes do GP do México que aguardava que Bottas voltasse à má fase, criticando o finlandês como se "ser ruim" fosse a sua "melhor qualidade". No cinismo, ele dizia que era isso que ajudaria Max e a Red Bull.
Não concordavam, mas deram como resposta bem dada por parte do Valtteri. Tomavam que Max fizesse bobagem, Bottas precisaria abrir para o Hamilton e isso deixaria até espaço para o Pérez brilhar com um pódio em casa.

Com a pole do Bottas, aqueles comentários feitos antes do Helmut tornaram ele alvo de mais críticas. Dias antes, Toto Wolff fazia colocações muito cruéis sobre a equipe de energéticos e uma defesa quase exagerada de seu piloto principal, mas não houve tanta gritaria como houve com o Sr. Marko, obviamente. Uma, porque Helmut não tem tato para dizer as coisas enquanto Toto, geralmente é mais ameno (porém, não quer dizer que seja menos maldoso).
A reação de Toto e dos "fãs de F1" em relação ao Bottas, estava justificada, embora parecesse questão de tempo para voltarem a falar mal do finlandês.

Sabendo então que a minha aposta estava basicamente correta, não esbocei nenhuma surpresa na classificação. Eu disse que a Mercedes estava fazendo um sandbagging. 
É certo, como 2+2 são 4, que domingo seria outra história. Mas, tendo a experiência de Mercedes nesses sete anos de campeonato, e também, sabendo que eles perderam o fio da meada em Austin, eles viriam com cartas na manga para assegurarem a performance de sábado. Iriam vencer essa batalha e todo mundo falar que conseguiram "apesar de não terem o melhor carro".
As justificativas, já deixo registrado: dirão que tiveram material humano, inteligência, a tal competência e até mesmo (me contenho para não rir ao digitar isso) a humildade que a Red Bull nunca teve. 

Bastou que se aproximasse da hora da corrida para sabermos que Max estava com problemas na asa traseira. E no caso, passaram a asa ao carro do Pérez na classificação. 
Ela se auto-danificou por conta da carga de velocidade e eu não saberei explicar, porque não entendo disso. Façam as suas pesquisas e provavelmente encontrarão algo sobre. Um fio de twitter ou coisa parecida. 
Fomos ávidos a dizer que a Mercedes estava melhor, disseram. Antecedemos que Max estava perdendo forças por pressão, completaram. 
A tal troca veio à tona e muita gente começou a chiar por isso não ser muito correto na competição. De certo, a Mercedes nunca fez coisas semelhantes. 
Estão acompanhando que, desde que começou essa segunda metade da temporada, se fala em troca de motor, tanto do Max quanto do Lewis, em algum momento? 
Max trocou no GP da Rússia. Largou do fundão. Na Mercedes, trocaram o PU do Bottas para que ele ficasse no fim do grid travando Verstappen de ir ganhando posições rapidamente e evitar que terminasse numa boa posição na corrida, com pontos expressivos. A chiadeira não foi tão alta na ocasião. A tática era considerada, inclusive, aceitável. 
Lewis ainda não trocou esse maldito motor. A cada GP surge essa tensão. Toto acha que isso será inevitável, mas ela nunca parece realmente necessária. Significaria colocar o cara no fundo do grid e em condições mais hostis de performance.
Eu ainda não disse isso, por medo de ser xingada por nomes feios, mas poderia apostar que essa troca de motor não acontecerá. Se permite a audácia e provocar, pergunto: Quem garante que já não trocaram e falaram que foi o Bottas, para ele tomar a punição e não Hamilton? 

Como deu para perceber, muita gente não quer um campeonato pegado. Querem que as coisas continuem exatamente como estavam: Lewis vencendo, tendo uma disputa na largada ou uma conquista de posição nas voltas finais e fazendo uma festança no final em 2/3 das corridas do campeonato.  
Isso está mais na cara que nariz. 

Assim, antes da largada, a sensação era de que a corrida seria morna, logo na segunda volta. 
Hamilton tomaria a ponta, como já se sabia. Ele mesmo disse contar com o "team work" de Bottas. As chances de ser uma corrida chata eram bem grandes. No entanto, se em Austin, Verstappen botou pressão na largada e em primeiro, parecia que ele faria o mesmo e raivosamente, vindo do terceiro lugar. 
No sábado, o holandês deu a letra de que Pérez e Yuki Tsunoda não o ajudaram. Criticou-se a postura de Max como se não fosse algo esperado dele.
Pérez, disse que as Mercedes eram muito velozes - de algum modo, com isso, acabou tirando a "responsa" de si. Se ele tem o melhor carro do grid, porque não fez mais do que um quarto lugar?
Matérias diziam que a Mercedes surpreendeu e a Red Bull havia perdido para si mesma. Tsunoda foi culpado e minimizou sem um argumento muito elaborado.
Max ouviria o conselho de gente mandona - "se vira, você não é quadrado" - ou ficaria chorando o fracasso de sábado? 

Eu achava que seria a segunda opção. Não dá para negar: ele sempre se vira. 
Max ia tentar algo na largada. Imaginei que seria uma disputa direta com Bottas. Era até possível que se tocassem. Como todo mundo de repente estavam adorando o finlandês - que desde o aviso prévio, está mais simpático e sorridente - diriam que ele foi prejudicado. Se ele evitasse o toque, voltaria a ser o frouxo que não sabe fazer "team work".
A questão está posta: fora da equipe, Bottas não tinha obrigação nenhuma de ajudar, a não ser que tivessem prometido uma bonificação daquelas bem gordinhas. 
Ele nunca bateu de frente com a equipe, então, a única coisa que posso dizer ao certo que essa sua subserviência é irritante. 

Mas olhem bem essa foto da largada:


Não vou escrever muito. Olhem essa foto e lembrem do que viram da largada. 
Saibam que depois disso, Verstappen foi cirurgicamente corajoso e passou tanto Bottas quanto Hamilton. Bottas freou porque não poderia movimentar-se muito para a direita ou atingiria Lewis. Hamilton por sua vez, largou muito mal
Ao perder-se completamente, o finlandês foi atingido, na traseira, por Daniel Ricciardo, à esquerda da foto. Como? Era esse bolo aí. A questão que ninguém vai explorar é que Bottas não tinha muito o que fazer e o cara virou ao contrário e teve que esperar todo mundo passar para se posicionar em último.

Olhem de novo para a foto: Bottas está mais para o o lado do Verstappen do que para Hamilton. Ele tinha que se manter na pista, deixar Lewis passar, travar Verstappen, e o Pérez poderia atacar pelo meio... 
Um segundo antes, Verstappen não ia atacar. Ao ver que Hamilton não tinha passado de primeira, ele viu um espaço à sua esquerda e arriscou. E deu certo. 
Não gosta do cara? Mas admita: ele é bom. 
Porque Lewis então, aquele que é o campeão cerebral, que é sagaz em aproveitar as oportunidades, não largou de forma segura. Não planejou com Bottas que avançaria, ou nem esperou abertura do uso da DRS para passar o companheiro, optando pelo conservadorismo resolvido estrategicamente depois?

Nesse sentido, e em defesa do Bottas, que não deve nada à Mercedes, que não perde a oportunidade de humilhá-lo, e poderia dizer: "azar o de vocês" - acabou declarado culpado.



Ainda que não seja verdade, ninguém se importa com isso. Bottas nunca foi legitimamente o companheiro ideial de Hamilton. Foi só um jeiro meigo de dizer que ele era excelente para as desculpas.
Para piorar, Bottas penou o resto da corrida toda.  Ficou atrás do Ricciardo durante várias voltas. Do nada, o carro simplesmente não rendia e estava sendo a piada da corrida. 
Claro, ele é ruim. E além disso, não tem prioridade na equipe. E mais outra que ninguém ia fazer boas estratégias para ele passar a McLaren logo e sair cortando caminho. O foco, era lá no segundo colocado, que lá na casa das 20 voltas, ia começar a protestar sobre o desgaste de pneus. 
Estranhamente, isso não aconteceu. Mais para o final da corrida, ele perguntou se alguém da equipe ainda estava com ele, dando a letra de que realmente, não havia o rádio "coach". Porque será?

Entre os demais, pouca coisa acontecia. Esteban Ocon que numa tacada só, tirou Mick Schumacher e Tuki Tsunoda da corrida dando uma calmada nos ânimos pós largada, que propiciou um Safety Car. Durante a corrida, é necessário dar destaque para Pierre Gasly, Sebastian Vettel, e Kimi Raikkonen. No fim, Gasly foi quarto colocado, Vettel voltou a pontuar - em sétimo  e Kimi, também, com um sólido P8. 

Bottas foi usado como rato de laboratório. Chamaram ele duas vezes para trocar pneus, nas voltas finais. Duas tentativas para o cara não marcar pontos, mas sim, fazer volta rápida e tomar o ponto extra do Max. 
Táticas interessantes? Afirmativo quando é a Mercedes que faz. Quando é Helmut Marko e cia. impondo, está "fritando" pilotos talentosos. 

Ontem, fiquei de cara com Hamilton. De novo. Pintado como santinho, bonzinho, legalzão, ele sempre dá sinais de que é só uma carcaça. No cercadinho de jornalistas, ele mandou essa, após a corrida:







Para quem não é muito familiarizado com o inglês, aqui vai numa tradução (fajuta) do que Hamilton disse: "O ritmo dele [Verstappen] era incrível, não havia nada que pudesse fazer para lutar contra isso. Quando você tem o Checo perto, sabe que o carro é rápido."

Nada demais. Mas lembrem-se que Verstappen depôs contra Pérez e Tsunoda na classificação e não foi aplaudido. Em tese, ele humilhava os esforços dos caras. Aqui, a frase do Hamilton não é assim interpretada.

Quando Lewis sorri, ele encanta. Sejamos sinceros: o cara é bonito, e por isso encanta. Mas é um ótimo ator. Recorte a frase e leve à boca de outro. Aposte o que quiser que o dito sobre "quando se tem Checo por perto, se sabe que o carro é rápido" é uma forma de menosprezar o talento do piloto mexicano.
Depois se reclama porque os mexicanos vaiaram o inglês.
Quando as coisas não funcionam, a gente vê o verdadeiro Hamilton.

Ainda há campeonato? Sim. Max abriu 19 pontos de vantagem, mas isso ainda não é motivo para ficar parecendo criança que foi a última a ser escolhida para compor a equipe da gincana emburrada e de braços cruzados. Nem venham com essa de "entreguem o troféu para o Max e vamos para 2022, logo". Não sejam infantis. 
A Mercedes não vai deixar os dois campeonatos escapar pelos dedos, assim. Lembrem-se que os dados não mentem e a coerência deve ser alimentada com boas doses de proteína animal para ficar bem forte. Sempre se disse que a Mercedes vence por ser competente e tem o melhor de todos os tempos como piloto. Isso é suficiente para contornar a situação, não é? Então, fiquem calmos. Vencerá o melhor, como vocês sempre analisam.
Não precisam começar a procurar desculpas, nem subires as culpas de outros, muito menos insistirem que Max só faz o que faz porque a Red Bull é imbatível. A Mercedes vinha sendo nesses anos todos e nem por isso, aceitam quando isso é afirmado por alguém. Lembrem-se: sejam coerentes.

O próximo capítulo desse drama, digo, dessa temporada será aqui no Brasil. Mais uma vez não estarei lá e por mais que me corte o coração não ter a oportunidade de ir em Interlagos como encontro/despedida do Kimi Räikkönen, os motivos que tenho para isso, julgo nobres: 

1) Minha opção era ir lá num GP, no ano passado, quando não teria muita coisa do doutorado para dar conta. Também achei que teria bolsa, em algum momento, o que não aconteceu. Eu não consegui aulas no estado e entrei 2021 sem emprego, de novo. Eu não poderia torrar grana na F1 sabendo que não tenho perspectivas seguras de "reaver" esse dinheiro.
2) Ainda estamos em pandemia, caso ainda não perceberam. Apesar de estar com as duas doses da vacina em dia, é sabido que elas não "imunizam" - e esse termo é mal empregado por aí. As vacinas evitam casos graves e internações. Mas não isenta de acontecer ambas, ainda que a estatística seja muito pequena. Isso posto, eu ainda tenho receio de aglomerações. Se não vou na faculdade, estudar, não vou à um evento cheio de gente que vai ficar gritando no meu pé de orelha. 

Desejo à todos que vão ao GP, que sejam felizes na experiência, e sejam cordiais com os outros torcedores. Sei bem que rola uma palhaçada de importunar os fãs de piloto x ou y, se achando superior à eles, e o nome disso é inveja. Também isso mostra que vocês realmente não gostam da F1, vocês gostam é de encher o saco.
Vá para curtir o seu piloto, a sua equipe, a corrida, e ficar com amigos/colegas que conheceu por conta da categoria. Sejam gente decente, e curtam o momento, com segurança. Usem máscara e tenham o tal álcool gel sempre acessível. E espero, honestamente, que isso seja o suficiente para voltarem para casa, saudáveis e realizados. 

Hoje tem live no Clube da Velocidade, às 20hs. Assim que o vídeo estiver disponível, vocês poderão entrar no canal do Youtube, e ativar o lembrete. Se não assistiu o da semana passada, ou as edições anteriores, podem aproveitar essa segunda, nas horinhas vagas, e se atualizarem. 
 
Abraços afáveis e até segunda que vem! Cuidem-se!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aquaman post

Corrente Musical de A a Z: ZZ Top

Boas festas 2021!