Novelinha da F1 - Capítulo 20: GP do Brasil
Senhores, senhoras, "senhoritos" e senhoritas,
O texto base, com participação de uma amiga ainda será em construção, e logo compartilho com vocês.
Como esses dias foram corridos e pouco produtivos aqui neste espaço, decidi avisar que ainda existo com meus adendos sobre o GP em nossas belas terras. Tentarei fazer do meu post hoje direto e reto. A razão para isso, além de retomar o nosso fluxo de postagens é outro bem simples: haverá um belo texto para "comemorarmos" o GP do Brasil e com esse aqui, já faço um "esquenta" para esse momento.
A presença da F1 em Interlagos foi envolta por um assunto: a mudança de "casa" para sediar o evento. Este ano, o atual governo levantou a possibilidade de transferir a F1 para o Rio de Janeiro. Há quem discorde muito, quem discorde um pouco. Houveram comentários dos pilotos, em sua maioria, contrários a mudança... Uma série de coisas envolvem toda essa circunstância e, mesmo que Interlagos tenha se mostrado mais uma vez completamente necessária para o calendário da F1, sabemos que estamos lidando com um cabeça-dura.
Aproveitando o que escrevi - que Interlagos acaba sendo um circuito que não deve ser considerado fora de um calendário da categoria - o que aconteceu na edição de ontem (a 36ª oficial) pode ser um dos bons argumentos para mantê-lo. Embora tenhamos perdido a chance de fechar o calendário, Interlagos sempre proporciona uma ou duas viradas de resultados que não premeditamos. Seja por chuva ou por pequenas disputas, Interlagos não é monótono.
Infelizmente, ontem estava dando pinta de que seria. Até que no fim, sem chuva nem nada, tudo passou a dar sinais de trazer a vigésima etapa para a companhia de outras como uma das melhores do ano.
Sintam comigo como ao longo do tempo, a corrida teve uma virada crucial para tornar-se uma das melhores:
► Pole de Max Verstappen, seguido de Sebastian Vettel e Lewis Hamilton. Charles Leclerc largaria na 14ª posição devido uma troca no motor e via uma batalha dura à frente, valendo a terceira colocação na tabela, que disputava com o companheiro e com o pole position.
Lewis fazia graça, com ímpeto competitivo, apesar de não ter nem seu chefe Toto Wolff por perto. Sebastian Vettel deveria (mas não foi) ter um destaque maior com a sua corrida número 100 pela Ferrari.
E Max só poderia dar o melhor de si para recuperar o fiasco que acabou sendo a sua corrida do ano passado, aqui mesmo.
► Largada normal, Max acelerou e Hamilton tomou a segunda colocação de Vettel. Um minuto depois, Leclerc já era 11º. O que não se comentava com o mesmo fervor era Sainz que saiu de último para 16º na mesma volta.
► Por volta da 5º volta, Leclerc era 8º e Sainz, um pouco mais tarde, 13º.
► Volta 8 e Ricciardo se enroscou com Magnussen. Abriu-se investigação e Ricciardo foi considerado culpado pelo pequeno toque.
► Por volta da 22, Hamilton faz o seu pit stop e optou por pneus macios, ficando em sexto lugar e acompanhando a estratégia de duas paradas. Max que vinha em ritmo forte, parou na volta seguinte, com pneus macios. Graças à uma atrapalhada da Williams por ter liberado Kubica muito na frente de Verstappen, o holandês acabou atrás de Hamilton.
► Menos de uma volta depois, Max abriu a asa e passou Hamilton.
Começou o festival reclamação de Lewis. Todos os rádios que se seguiram era alguma frase gritada do inglês apontado uma estratégia errada dos pneus ou um carro sem potência.
► Vettel fez a sua parada e colocou pneus médios, dando a entender que iria até o fim. Os rádios raivosos do Hamilton se seguiam, dessa vez o inglês achava difícil acompanhar o ritmo de Max.
Nunca, em toda a minha vida, eu quis tanto estar no lugar do cara que responde o Hamilton, só para mandar essa:
► Terceiro colocado, Vettel fazia o melhor tempo, e na volta seguinte (lá pela volta 30), Leclerc fez o pit stop, saindo com pneus médios que também deveriam durar até o fim da corrida.
► Na volta 30, Leclerc havia ganhado 8 posições, estava em sexto. Enquanto isso, Vettel é o mais rápido que os dois à frente, estando em terceiro.
► Até pouco mais que a volta 40, a única coisa agitada da corrida é a mudança de direção do vento. A monotonia dava as caras. Os segundos pit stops começam com Bottas, em seguida, Hamilton.
► Verstappen parou e voltou atrás de Vettel. Mais atrás, Bottas decidiu atacar Leclerc em disputa pela quinta colocação. O monegasco se defendeu e Bottas seguiu com a sua sina de não ser digno de guiar uma Mercedes - embora Hamilton também enfrentasse certa dificuldade com o carro, ontem.
► Verstappen diminui a vantagem, e Vettel parou mais uma vez, caindo para quarto. A estratégia de uma parada, não seria possível.
Faltando 20 voltas para o final, "nothing new"... Albon fazia o segundo pit stop e Vettel retomava a terceira colocação.
► Volta 53, Bottas abandonava a corrida. Safety Car na pista. Parecia roteiro de filme. Iniciava ali duas sessões: a de terror para uns, a de comédia para outros.
Hamilton não reduziu a velocidade nos trechos com bandeira amarela. Nada aconteceria com o inglês, pelo contrário, o SC o ajudaria na sua incapacidade de se aproximar de Max.
► Verstappen e Leclerc mudaram para os pneus macios. Assim a deixa para Hamilton ser ponteiro e reclamar mais um pouco. Tem SC na pista, tem Hamilton ligando o rádio para informar a "lentidão do carro de segurança"...
► Reorganizam-se os carros e a relargada teve início lá pela volta 59. A relargada ocorreu de forma boa, pois Max retomou a primeira colocação. Fantástico!!!
A sutil nulidade do hexacampeão perante o garoto maluco era uma coisa interessantíssima de se ver... Para melhorar um pouco, o terceiro colocado, Albon colocava uma pressão extra no inglês. E eu passava a torcer com muito fervor (apesar de estar me sentindo doente) pela dobradinha da Red Bull.
► A 8 voltas para o final, Vettel tentou ultrapassar Albon e não conseguiu. Para junto deles, se aproximou Leclerc. Os três queriam a terceira colocação, de qualquer jeito.
► Volta 66 se deu como a pior de todas: Leclerc atacou Vettel e conseguiu a quarta colocação por um piscar de olhos. Tentando dar o troco Vettel retomou a posição sem afrouxar para o companheiro. Leclerc também não aliviou. Resultado: um toque, pneu traseiro furado do Vettel e a suspensão dianteira quebrada do Leclerc.
As culpas são de parcelas idênticas, para um e para o outro. Porém, por aí há um sem número de analíticos e jornalistas a culpar Sebastian Vettel.
As culpas são de parcelas idênticas, para um e para o outro. Porém, por aí há um sem número de analíticos e jornalistas a culpar Sebastian Vettel.
*Adendo rápido: Vettel enfrentará um ano de 2020 complicadíssimo. É uma grande pena ver a que ponto chegou a "zueira" e a depreciação propriamente dita com o alemão, tanto por parte da equipe Ferrari, quanto por parte dos fãs do automobilismo.*
► Safety car de novo na pista. Não houve encontro de Leclerc e Vettel. O alemão ficou próximo ao seu carro e esfregava o rosto com as mãos em descontentamento e chutava pedrinhas. Não havia nada a ser feito a não ser, lamentar.
Enquanto isso, Verstappen, Albon e Gasly (!!!) eram os três primeiros. Hamilton era quarto, por um a brecha de pitsotp.
Enquanto isso, Verstappen, Albon e Gasly (!!!) eram os três primeiros. Hamilton era quarto, por um a brecha de pitsotp.
► Na segunda relargada Gasly não conseguiu segurar o afoito Hamilton. Ele estava totalmente exposto ao que realmente é, sem Toto por perto. Aquela premissa de cara forte mentalmente cai em segundos quando os planinhos dão errado.
Numa destas o inglês bateria em alguém e eu questionaria o seu sexto título quando está sobre pressão. Oras, se questiona o Vettel ter vencido 4 títulos, mas não se questiona quando Hamilton faz os seus shows só porque ele AINDA tem um carro muito estável e por essas, não erra muito.
Ele estava totalmente exposto ao que realmente é, sem Toto por perto...
Numa destas o inglês bateria em alguém e eu questionaria o seu sexto título quando está sobre pressão. Oras, se questiona o Vettel ter vencido 4 títulos, mas não se questiona quando Hamilton faz os seus shows só porque ele AINDA tem um carro muito estável e por essas, não erra muito.
Ele estava totalmente exposto ao que realmente é, sem Toto por perto...
► Apenas pensei e Hamilton prejudicou Albon numa disputa e o fez rodar na pista. Albon caiu para muito atrás da zona de pontuação.
E eu fiquei possessa com a injustiça...
► Quando Max cruzou a linha de chegada, Hamilton estava colocando o carro de lado para passar Gasly. Por muito pouco, a Toro Rosso ficou com a segunda colocação, com a Mercedes do lado, pouco atrás.
Abriu-se investigação para Hamilton sob a sua movimentação com o Albon e os comissários não decidiram à tempo de termos Carlos Sainz devidamente no pódio.
Ah, lembram do Sainz? Pois é, estava ali, fazendo um ótimo trabalho depois de largar em último!
Ah, lembram do Sainz? Pois é, estava ali, fazendo um ótimo trabalho depois de largar em último!
► Nas decisões, Sainz ficou com o terceiro lugar, o primeiro pódio da McLaren após 5 anos, e também o primeiro pódio do espanhol. Não estourou um champanhe no modo convencional, mas o que valeu, valeu.
Kimi Räikkönen ficou com a quinta e Antonio Giovinazzi com sexta colocações. As Alfas arrasaram em Interlagos!
Hamilton recebeu 5 segundos de acréscimo e ficou em sétimo (risos frenéticos).
Antes da corrida, a disputa pela terceira colocação da tabela estava entre Leclerc, Verstappen e Vettel, cada um com 249, 235 e 230 pontos, respectivamente.
Vão lutar por essa terceira colocação em Abu Dhabi, com as chances mais favoráveis e propícias voltadas para Max. Com as Ferraris se engalfinhando, o quadro mudou: agora é Verstappen (com 260 pontos), Leclerc (249) e Vettel (230). Vettel só é candidato a terminar o ano em quarto, já que mesmo que vença na última corrida, e faça a volta mais rápida, somará 256 pontos. Max ainda pode nem terminar a corrida e ficaria à frente de Seb.
O caldo ferve (ainda) entre os companheiros ferraristas. Eles vão para a última corrida, livres para disputarem entre si, e talvez, protagonizarem outra cena "capciosa" ou talvez a melhor colocação seja "polêmica", como a de ontem.
Chances essas de proporcionar espetáculo e muito disse-me-disse dos sabichões de plantão onde quer que estivermos.
Chances essas de proporcionar espetáculo e muito disse-me-disse dos sabichões de plantão onde quer que estivermos.
Para finalizar, devo ressaltar: houve 3 grandes corridas neste ano - Áustria, Alemanha (que vai sair do calendário já em 2020 e isso é ridículo...) e possivelmente, Brasil. Todas as três, coincidentemente, com vitórias do Verstappen. A de ontem, faria os detratores dele ficarem bem quietos. Não houve nenhum erro que justificasse a sua falta de inteligência que, as vezes, sobressai e o prejudica.
À estas, podemos acrescentar Monza e (quem diria) Singapura, como corridas com pontos interessantes e chamativos. Estou trazendo mais duas corridas, pois, no total de 21, é muito vergonhoso postular que apenas 3 foram realmente de tirar o fôlego. Forçando a barra, pego mais duas e brinco que cinco salvaram uma temporada que, em 2/3 dela, pareceu roteiros propícios para a série da Netflix.
Mas a F1 ainda não está morta. Ou ainda não afetaria tanta gente, inclusive nós, como afeta.
Volto em breve com o texto da minha amiga Yasmin. Comentários abertos!
Abraços afáveis!!
Comentários
Interlagos foi muito bom, no meu ranking foi a segunda melhor corrida do ano atrás de Hockenheim. Aquela ali foi perfeita do começo ao fim.