Novelinha da F1 - Capítulo 4: GP do Azerbaijão

Baku é um desserviço.
Aparentemente, pelos arredores da cidade, há uma mistura desarmônica de partes centenárias com estruturas modernas. Para piorar tudo, socaram um circuito de rua ali no meio, que, além de piorar a paisagem, também, faz a gente projetar vários safety car para dar "emoção" na corrida.
É o resumo do desserviço. 

Eu particularmente gosto de uma divisão certa na arquitetura urbana: o que é antigo, só deve manter. O que é moderno, novo que fique nos grandes centros e que não se misture. Aqui na minha cidade deveria ter essa divisão, mas é impossível manter o centro, como era. Alguns prédios, bem antigos, mantêm a fachada. Outros, foram pintados ou simplesmente demolidos sem o menor critério. 

Critério que pelo visto, também não tem na F1 já faz tempo.
Seguimos naquela pasmaceira (odiosa) que faz com que muitos abandonem alguma coisa relacionada ao "esporte": seja acordar de madrugada, seja assistir a corrida ao vivo, seja comentar com os amigos...
Sei que estou sendo redundante, com relação à domínios de pilotos. Então, opto por defender a era Schumacher, já que volta e meia, alguém comenta o quão chata foi. 
A dinastia Schumi/Ferrari foi longa (3 mais 4 = 7 anos)? Sim, sem dúvidas. Mas Schumacher era um piloto exemplar. Uma figura que, por mais que odiássemos seus ataques, seus mandos e desmandos, era um piloto das antigas: um cara que tinha a velocidade correndo nas veias, e de um talento inquestionável. Vivia para vencer e trabalhava muito para conseguir (claro que com algumas ajudinhas... Mas, quem nunca?)
Além disso, hegemonias sempre existiram, certo?
Posso ser bem besta em fechar o argumento? 7 anos, 7 campeonatos mundiais, era chato mas era uma novidade. E ainda teve intervalos entre os anos, e o cara correu em equipes diferentes, mostrando empenho e sendo bem sucedido nas duas. Ah, e teve rivais de alta patente: Mikka Hakkinen e Fernando Alonso. Poderia sim, considerar outros dois, mas de qualquer forma, os dois citados não chegam aos pés de quem rivalizou diretamente Lewis Hamilton. Por sinal, Hamilton viveu a pior fase do Alonso. Teve Jenson Button de companheiro e por este ser constante, tornou-se a gota d'água para sair da McLaren. Na Mercedes, perdeu sem-querer-querendo um dos anos para Rosberg, que nem quis voltar depois. Deve ter rolado um acordo e Nico, deve ter optado pela tranquilidade. 

Esse é o ponto: Lewis já tem 6 títulos. Sim, 6, não errei as contas. Esse ano está barbada. 
Todos os 6, ele conquistou com motor Mercedes.  E o sétimo título é garantido. O oitavo, tem 60% de chance de acontecer. Passará Schumi, concretizando a pior e mais chata dinastia, desde o alemão. Vai ser lembrado eternamente, como gênio. Não teve um infeliz que atrapalhasse sua tentativa de chegar ao topo. Quando teve uma pedrinha no sapato, saiu birrento da equipe, com tatuagem nas costas: "Still I Rise"... 
É pagar para ver. Será até bom, quem sabe eu ganho uns trocados. 

Porém, isso é achismo. E achar alguma coisa, é de cada um. Já disse outras vezes e reforço: impor opinião é colonizar o outro. Já tem político fazendo isso demais da conta por aí. Tô fora dessa!

E pulei fora da a novelinha da F1. Troquei Baku por super-heróis jacús: fui ver "Vingadores: O Ultimato". Cabe dizer que, o filme em si, é bom, mas não é perfeito. Tem umas coisinhas lá que, a gente torce o nariz ou demora para engolir. Mas o arco Vingadores, fechou com o mínimo de honra. Fim de papo. Não adianta ficar criticando aqui, quando a maioria está ovulando até agora pelo o que assistiu. 
Cheguei em casa, cansada, depois de um sábado de trabalho e um domingo com três horas de filme. Por sorte, cheguei à tempo do VT da corrida. Em menos de 20 voltas, eu não vi porque continuar e fui fazer outras coisas mais úteis. Deixei gravando a corrida.
Mais tarde, voltei à TV para o tal episódio de Game of Thrones. Uma bobagem escura e com diversos erros de estratégia de guerra. Se no Vingadores, tem mulheres empoderadas numa cena desnecessária, quem salva todo mundo da morte iminente na série, é também uma moça.
Todo mundo quase explodiu de felicidade. 
Parabéns para eles. 
Eu me decepcionei. Estava torcendo para o vilão. Agora o que resta é uma consulta ao oftalmo, porque não enxerguei metade do episódio. Fora os furos de roteiro: "o personagem tal, morreu ou não?" que ainda fica a ser respondido pelo teaser do próximo episódio, só mostra que a galera fã é cega demais para os defeitos.

Vou brincar com isso: tive receio de terminar de ver a corrida gravada (podendo passar para frente), no dia seguinte, depois de uma boa noite de sono. Vai que aparece uma mulher e salva a corrida de toda a pasmaceira? Uma Capitã Marvel chatíssima colocando fogo nos carros da Mercedes, ou a  menina Arya Stark cravando uma adaga nos pneus do Bottas e do Hamilton.
Pensando bem, até que eu ia amar, bater palma como foi com os malucos do cinema e ia pular de alegria, como fãs fizeram com a série.
Mas a novelinha da F1 é tão chata, que a única novidade que está tendo é a auto-cobrança que Charles Leclerc tem feito de si. De dar dó. 
Mas, daqui a pouco, vai dar é raiva. Alguém precisa avisar para ele que com a Ferrari é assim: lá, o cara se transforma ou num estressado ou num reclamão. O fim do trabalho é aquela resignação de dois jeitos: arrastado e abatido como ocorre com Vettel ou entregando os pontos em quase desânimo, como foi com Alonso.
Parece - caso não tenha sido papo da transmissão, que eu não tive paciência para ficar ouvindo - que a Ferrari queria Safety Car para ajudar na corrida e vitória do Leclerc (Uai, achei que protegiam o Vettel?!?). Porém, deu errado, como sempre, afinal, esqueceram de avisar o roteirista que a narrativa da corrida exigia um SC quando Leclerc estivesse na frente. Talvez o roteirista tivesse achado que era legal tascar um SC do nada, caso Vettel estivesse na frente e Hamilton fazendo pressão, em segundo. Aí quando desse uma relargada, Hamilton ia vir por fora, fazer Vettel rodar, a platéia ia rir e aplaudir e publicar nas redes que a corrida foi genial. 

Porém, o que houve foi uma corrida arrastada, com direito à erros primários, uma fake disputa entre Hamilton em Bottas no final, que, por um milagre, não deu em nada. 
De duas uma: ou Hamilton e Toto estão deixando Bottas crescer porque sabem que este é seu último ano na equipe (quiçá na F1) ou é marcado para maquiar uma competição interna e, com isso, aumentam o barulho: "não fazemos jogo de equipe, deixamos nossos pilotos livres e queremos o melhor para os dois". 
Nos dois casos, é encenação. Aí a novela tá fluindo do jeitinho que querem.

Baku, então, ficou no ponto de fazer a rima com aquele buraquinho nosso que só não cai porque é costurado... Mas não vou mencionar. É feio acusar as pessoas e as coisas assim...


Ops! Ah, está inglês, então, não reparem! 

Abraços afáveis!

Comentários

Carol Reis disse…
Vendo essa disputa interna na Mercedes, começo a achar que o Villeneuve tem razão. A chegada do Leclerc desestabilizou a equipe, que não tá preparada p lidar com uma rusga entre os dois pilotos. Ele até citou o caso da Mercedes, que poderia contratar o Ocon, mas preferiu ter estabilidade com o Bottas. No fim das contas, se o Raikkonen tivesse permanecido na Ferrari, a falta de atrito entre os pilotos seria só uma dor de cabeça a menos, no quadro geral não ia fazer diferença alguma até pq o problema de verdade é maior e mais complexo.

diogo felipe disse…
E eu q só fui assistir Era de Ultron hj pq tá no Netflix. 😁
Manu disse…
Carol: Acho meio difícil algum dia, eu concordar com o Villeneuve, kkkk... Especialmente, pois, creio que Leclerc foi contratado com o intuito sim de sobrepor Vettel o máximo que puder. O fato também, dele se cobrar tanto, por erros pequenos, é montar guarda e escudo frente a imprensa italiana, que não perdoa qualquer errinho. Agora, ele sabe que é a menina dos olhos da equipe e Vettel um maluco que teve a chance e morreu na praia. Não acredito, inclusive, que o Vettel permaneça na equipe, para o próximo ano.
Agora a Mercedes... Acho que é teatro. O Bottas não vai conseguir dar de Rosberg com eles. Estão preparados. De qq forma, deixando ele "livre", eles falsificam a empolgação de competição da categoria, dão o doce para o Bottas, e no ano que vem, pode ser substituído pelo Ocon fácil, sob a desculpa de não terem chegado em acordo. Ocon só vai fazer o que for mandado, para não ser rebaixado, de novo.
Eles não vêem necessidade de uma dupla perfeita. Tudo que precisam é de um carro perfeito para conseguir assegurar a falta de capacidade de ajustes por si mesmo, do Hamilton.

Diogo: Já vi praticamente todos os filmes da Marvel, alguns no cinema. Só não vi (ainda) Capitão Marvel pois me pareceu ser tão chaaaaaato... rsrsrsrs... Mas, uma hora passa na tv, e aí eu confirmo (ou não) essaa expectativa.

Abs!

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