GP dos EUA: Fanatismo é um m...

Vocês já devem ter acompanhado o blog algumas corridas em que eu reforcei aquele bom e velho argumento de que o fanatismo nos trai mais que a lua da Joelma (a referência foi péssima, mas recheada de boa intenção hehehehe...).
Vou refrescar a memória de vocês: eu sempre escrevo que ninguém coloca o pé no freio na hora de defender sua figura pública favorita, ou no caso, o piloto que mais gosta. Opta - e muitas vezes fomos ensinados assim - por idolatrias extremadas em detrimento da boa razão. Alguns portais especializados fazem isso, porque não os mero mortais, tuiteiros, blogueiros, e afins? Vejam como a mídia brasileira trata os ex pilotos brasileiros, em especial, aquele que nos deixou em 1994 e se aproximarão da imagem do exagero. Ficam abobados. 

Enquanto acompanho a F1, eu sou meio irracional lá no muro das lamentações também. (Muro das lamentações = Twitter.) Geralmente eu não defendo com unhas e dentes um ou outro, mas questiono as posturas de um em específico. 
"God Save The Queen"? Pobre Elizabeth II... Na F1, ela é sumariamente esquecida e passa a ser "God Save The King"... 
Só falta ajoelharem depois do hino e dizerem: All hail the King! 

A premissa "Long Live To The King" está velada, mas está à todo vapor. Posso garantir-lhes. Ainda não surgiu nenhuma ideia que ponha em xeque, ou ao menos, ameace a hegemonia da Mercedes. Ninguém apareceu com uma suposta ideia de todo mundo nivelar seus carros. Uma boa medida seria um teto orçamentário, ou algo semelhante ao que ocorre na NFL: lá, quem fica na "lanterna" da tabela, é o primeiro time a escolher jogadores bons para reestruturar o time. Além disso, ocorre que esses times com menos vitórias que os demais, tem um salary cap a gastar maior que os que por exemplo, ganharam o Super Bowl. Desta forma, é dada a chance para 32 times, administrarem-se da melhor maneira, à uma disputa minimamente competitiva na temporada seguinte.

Na F1, tentar isso, seria um tanto complicado. A grana rola pesada. Estipular um teto orçamentário é loucura, sei bem. O investimento pesado agora é em tecnologia. E um bom tanto de propaganda também ajuda. Podem até dizer que essa propaganda é o esporte em si... Será? 

Outras medidas seriam interessantes. A Liberty veio com a promessa de diminuir. Mas foi promessa de político. "Vamos fazer girar o capital", os presidenciáveis dizem. Mas eles nem sabe como. No fim, o capital "girando" mesmo é entre eles e empresários. A gente faz girar é trocados, moedinhas de 25 centavos, quando não, gira a cabeça de muita cerveja. 

Desviei-me do assunto, peço desculpas. A questão é que, se a Liberty interferir nas tais regras bestas da FIA, perde-se dinheiro. Interferir também no esquema de pontuação, nem pensar. Lembro que quando tinha um piloto ganhando todas, a pontuação era quase assunto de toda hora. Hoje nem se fala nesse assunto.

Eu não faço a menor ideia de como explicar a minha irracionalidade - até porque se é irracional, não tem lógica - mas vou arriscar, assim como o Vettel: vou arriscar mesmo, pois quem não um tenta, morre na saudade. A Ferrari está fazendo papel de trouxa. Uma que ela não tem o melhor carro e precisa dar de cara com uma mídia que veicula informações sobre seus erros absurdos e as supostas inaptas reações de um de seus pilotos e os vacilos do outro. Duas que, a rival, dizem não ter o melhor carro, mas eles insistem em dizer que na verdade, tem piloto.

Assistam o vídeo comigo:


(Riram junto? Então não estou tão maluca assim...) 

A Ferrari errou esse ano? Sim, ela sempre dá das suas e ultimamente compromete resultados de uma temporada. O Vettel errou? Sim, por que ele não é piloto poste. Nunca foi na verdade. Ele é combativo, as vezes até demais. O que acontece é que ninguém deixa ele ser combativo sem provocar o sangue quente dele, que não tem nada de alemão. Não deixam o Dr. Hyde preso. Nem o boa gente do Ricciardo. 
Por sinal, valeu hein, Quase-xará! Excelente! Ganhou bastante sendo casca grossa na largada... Uau! Talvez na Renault isso não aconteça mais então, aproveita enquanto pode...
Outro ponto é que, o Hamilton nunca precisar arriscar como Vettel sempre está propenso (li ontem que o Kimi merece vitórias porque ele não tem tudo na mão igual ao Vettel e ao Hamilton.  O fanatismos é míope, estrábico e vesgo, ao mesmo tempo),  pois é um piloto de frente safety car, piloto de simulador - nada na frente, atrapalhando, só administrando o tempo. E quando larga mais atrás, ninguém oferece dificuldades. O que corrobora para ele ter uns 50 pontos na frente do rival, faltando 6-5 corridas é na realidade, o carro mais equilibrado do grid, caso contrário, ele estava no máximo, 20 pontos à frente, faltando 3 corridas. 
Hamilton com a Ferrari de hoje, estaria pior que o Vettel. E aí, a minha irracionalidade aparece de novo. Eu não tenho dúvidas disso, mas também não tenho fontes. Então, eu dou uma de presidenciável falastrão: falo, grito palavras de ordem, acuso, posso ter um grupo que me chama de "Manu Mito", mas na real, falei para o vento.
Qualquer um (menos o Bottas) faria o que Hamilton fez com o carro da Mercedes esse ano.

"Ah, mas o Bottas nem perto está. Saudades do Rosberg..."

Queridos irmãos e irmãs... Nico Rosberg superou Hamilton porque ele tinha alguns poucos amigos dentro da Mercedes. Existia um gerência de boa vizinhança ali, nem que fosse na base das aparências. Ele tinha um contrato com a equipe, desde que ela apareceu ali lá em 2010. Ele conquistou alguns e aproveitou que Hamilton esteve no mundo da lua e deu bote. E aí ele venceu em 2016 e para não ter que manter o posto de líder,  pois o leão estava fora da jaula, ele aposentou-se. Ia ser meio humilhante o que ia rolar depois, para ele. 
Tá aí porque é que alguns dizem - Hamilton inclusive insinua - que Rosberg pode ter sido covarde em ter se aposentado depois de estar no ápice de sua competitividade. No fundo, claramente essa perspectiva tem sua razão de existir. O alcance da realização pessoal é nobre, a gente usa como subterfúgio para qualquer coisa que a gente faz na vida. A terceira noção é que, em tese (mas só em tese, especialmente na F1), quando o ano começa, todo mundo está zerado. E ele podia sim, sofrer muitas injustiças no ano pós ter vencido.
Nisso, o Bottas é quem? Johnny No Name. O Zé das Couves Finlandês. 

Sabendo da obviedade dos resultados, sabendo que já escrevi que nos EUA, Hamilton vencia o campeonato. Sabendo que aquela projeção para o México, era balela, especialmente a saber que a Mercedes tem o melhor carro, eu assisti só o Q3 do treino. Já sabia que Vettel tinha tomado uma punição (ridícula, diga-se) que ia legitimar a vitória antecipada do Hamilton. Ao ver o King na pole, mudei de canal. 
Domingo fiquei vendo NFL. Mas disse a mim mesma: "Só a largada"... Afinal amigos, não conseguimos nos salvar do vício.
Vi lá, um Hamilton deixando Kimi sem espaço na largada. Acho que só eu vi isso. A narração dizia: "Raikkonen espalha!!!" E eu, cegueta, perguntava internamente: "Para onde?". Ah, se fosse o Vettel no lugar do Hamilton: "Sujo", "cafajeste" seriam os apelidos mais meigos.

A Ferrari não tem o melhor carro, mas tem a melhor dupla. Kimi é melhor que Hamilton, sempre foi, e ontem, soube se virar e tomar a ponta. 
Lá atras uma Williams atingia Fernando Alonso. Bandeira amarela nos setores, mas pelo menos não Safety Car. 
No meio, Ricciardo resolveu ser carne de pescoço com Vettel. Claro que daria "m". E claro que seria culpa do Vettel. Já fizeram sua caveira. Ele pode virar monge tibetano, pode virar um celibatário que dá de comer aos pobres e ele mesmo passa fome, que ele segue sendo o burro para uns e o babaca para outros. O povo só pensa binariamente; não tem solução.

Vettel rodou e meu coração acelerou. Mudei de canal. Continuei vendo NFL (nem o Broncos tem me tirado tanto do sério quanto a F1), com um jogo meio chatinho, mas ainda assim, mais imprevisível e divertido. Acompanhei (grande erro!) a corrida pelo Twitter. Um gato miando na transmissão era o foco da maioria. O resto queria falar mal da Ferrari. Devia estar muito bom para os assuntos serem esses.
Lá pelas tantas mudei de canal. Hamilton estava em disputa com o Kimi. Fechei os olhos e apertei o botão de retornar ao canal anterior. Tive raiva de mim mesma. 
Faltando 15 voltas para o fim, mudei de canal. Parecia que Kimi estava na frente, de acordo com (os bons) informadores do Twitter, e estava nos casos de ter disputa ferrenha entre Verstappen e Hamilton. Eu tinha que ver!
Ora, porquê?? A) sou Räikkönen desde 2002. B) queria ver se Verstappen ia ser piloto de fibra à não abrir porteiras para "All Hail The King"... 
Hamilton já tinha que passar Bottas. Easy, right?
Passou e tinha que ia para cima do Verstappen. Esperei. "Cadê o genial?", questionei. Foi muitas voltas hein? Estava quase acreditando que a Ferrari tem mesmo o melhor carro...
Quando ele tentou...! A máxima galvanística do "chegar é uma coisa, passar é outra" se mostrou.
Tem carro bom, tem equipe a favor, está mentalmente tranquilo, mas tomou pau do moleque holandês? Ah, penta campeão!!!! E olha só, na sutileza, ele errou a mão e saiu do traçado. Achava que ele era perfeito. 

(PS importante: Verstappen precisa de um carro melhor, ou essa F1 vai afundar um pouco mais.) 

A briga garantiu à Kimi uma certa calma para cruzar a linha de chegada. A espera foi longa aos fãs. Fazia tempo que não víamos Kimi no alto do pódio. 
Ele deu das suas na entrevista pós corrida, ficou batendo papo com Verstappen, estatelado no sofá, deu uma tirada homérica no Hamilton: Ele queria saber se ele não venceu o campeonato. O sorriso sarcástico dele depois do "no" rancoroso do inglês me fez ganhar o dia, hehehehehe...

Lembram que eu disse que fanatismo demais deixa a pessoa abobada? Fiquei naquela de "fã é chato, fã é uma porcaria cega ambulante..." Aí o Kimi vence a corrida, os caras da Ferrari sorrindo de orelha a orelha (achei que eles eram pró Vettel...uai!?) e eu: "Que HOMEM!!! QUE HOMEM!!", louca da vida... ¬¬' Sorte que ninguém viu. Mas como sou boa pessoa, divido minhas falhas com vocês. Longe de mim ser hipócrita. 
Demorou para que eu voltasse ao jogo do marido da Gisele. Estava agitada que nem criança quando come muito açúcar. Fanatismo faz a gente perder a dignidade, tomem cuidado!

O finlandês mais vencedor da F1. Foram 113 corridas (ou algo assim) de espera para ver ele no topo do pódio de novo. Mas falou a real: o gosto do champanhe foi o mesmo do que se tivesse em terceiro. O propósito dele ainda é vencer, então ele atingiu o objetivo. Mas muda pouco. E esteve coberto de razão. Foi uma festa, a gente ficou feliz, pois gostamos dele. Mas foi só isso. 
Colocando as emoções de lado, foi um espetáculo que passou.

Iludiram tão bem a gente, que deu o cara mais popular da F1 numa corrida que seria óbvia e jogaram a decisão (certa) para o México. Vão ganhar mais uns dinheiros, nisso. 
Enquanto isso, a Ferrari sonha para não ser derrotista, a Mercedes finge que está tensa. 
Vão se pautar que fizeram decisões erradas, e a Ferrari as certas. Mas essas coisas acontecem uma em mil das chances.
A gente vibra, jurando que foi um "vantajão". 
Foi nada... No crivo da razão "esportiva," só protelaram o fim da "disputa". (As aspas é pois que nem dá para chamar isso de disputa).

Mas já sabemos no que vai dar e não devemos estar nada felizes.

Resta alguma coisa por parte da Ferrari? Sugiro aproveitar o local, México e promover sacrifícios tais como os astecas faziam: Pintar alguém de azul e oferecer ao Quetzalcóatl na pirâmide de sacrifício...
Vai que?...

Abraços afáveis!

*** Aviso aos interessados:  o Faixa a Faixa está rascunhado, mas estou com muito estudo até dia 01/11. Mas anotem aí, farei um duplo Faixa a Faixa, e o primeiro será postado na semana do dia 5/11. ***

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