Uma retomada de fim de ano [Atualizado em 2023]

{Atualização de 2023}

Olá a todos! 

Espero encontrar todo mundo muito bem!
Acredito que devem ter percebido que o visual do blog mudou. Espero que gostem.
Também perceberam, que, de acordo com o título dessa postagem, estou às voltas de uma retomada. 

Então, vamos por partes para dizer o que estou considerando aqui, a partir de hoje.

O primeiro motivo é bem simples. Ainda que meu tempo esteja muito escasso por conta do doutorado (razão pela qual abandonei minhas colunas de comentários sobre Fórmula 1 por aqui, a cada fim de semana de corrida), sinto falta de um espaço como esse para colocar algumas ideias mirabolantes em texto. 

Não é sempre que posso fazer isso em outros espaços.
Nas redes sociais há um bloqueio: textos enormes são fatalmente mal lidos; que dirá se são lidos de verdade...

Fazer vídeos "it's not my cup of tea". Diante da quantidade de pessoas falando bobagens na web, não acho prudente querer engrossar a fila.
Veja bem, uma minoria trabalha duro para trazer um conteúdo de qualidade, e até eles sofrem com os "trols" sabichões, o que sobrará para mim, numa empreitada dessas?
No mínimo, puro stress e um grande arrependimento de ter me exposto. 

Alguns espaços bons, exigem certos critérios - ou temáticos, ou de conteúdo informativo.
Acadêmicos, o próprio nome já diz.
Os temáticos costumam ter um público cativo, e um nome (ou vários) de quem domina a edição.
Alguns conteúdos escapam das minhas ideias provincianas. Boa parte deles poderia não confiar que tenho uma contribuição à altura. 
E, talvez, realmente não esteja. 

É certo que tenho alguma regalia através do Musique-se do meu amigo Ron Groo. Mas como o nome do espaço diz, ele é voltado para música e também um pouco de cultura pop. Coisas muito específicas da minha rotina certamente não se encaixam no site e isso nem é um problema do espaço.
É meu mesmo - tenho as minhas particularidades de gostos - e está tudo bem.

Assim sendo, esse blog aqui já existia. E então, eis meu segundo motivo para "retomar o espaço": voltar a escrever o que eu quiser e na hora que eu quiser.
O blog estava sendo usado para outros fins. Esteve nos último meses, em pausa funcionando como arquivo, mas já foi usado para todo tipo de divagação minha. 

Há textos que gostaria de não ter publicado.
Houveram coisas que não tinha a menor necessidade de ter divulgado.
Mas sempre foi meu e o que foi escrito e publicado aqui, sempre foi conscientemente de minha responsabilidade.

No tempo de mais atividade, nunca tive a intenção de ofender ninguém. A "porta" esteve sempre aberta. Quem lia meus textos, desejava saber o que eu estava pensando e se sentiu a vontade de deixar comentários ou simplesmente ignorar. Quem achou que isso aqui era plataforma para ataques, precisou (ou precisa) de tratamento. Aconteceu uma situação dessas, em que alguém imaginou que estava direcionando comentários para ela. Logo descobri que o problema não era comigo e sim uma latente mania de perseguição da pessoa em questão. So, let it be! Não poderia explicar que o fato dela ter opinião, não significava que só ela poderia ter. De mais a mais, a carapuça serviu, sem eu ter costurado nos moldes dela. Então, o que eu poderia fazer? Não sou terapeuta.

Preciso dizer que, a princípio, não retomarei para falar de Fórmula 1. A situação de antes ainda não mudou: tenho pouco tempo para escrever aqui (estou com pouco tempo para contribuir devidamente também no Musique-se, inclusive). Falar bobagem sobre a categoria, tem uma monte por aí, basta "dar um google" ou ligar a TV. 
Além do mais, as corridas não são mais o foco de tudo e sim as fofoquinhas que orbitam pilotos e dirigentes. Também não tenho cacife para fazer estatísticas, ou falar da história da categoria, nem discutir sobre compostos de pneus, combustível renovável, ou debater aerodinâmica e mecânica. 
Logo, fica para um futuro próximo quando puder entregar um conteúdo menos amador que o que vem sendo explorado ultimamente a respeito, se eu voltar a ter prazer de assistir corridas com transmissão no Brasil.

O terceiro motivo é então, poder usar o espaço para arriscar escrever algumas coisas. 
[Aqui entra a atualização de 2023 propriamente dita]

E nos próximos dias eu vou publicar (ainda não sei em quantas partes) uma resenha (grande demais e por isso será dividido) sobre a série da Amazon "Rings of Power" - "Anéis de Poder". 

Eu preciso "externar" isso antes que eu exploda! Rsrsrs... *drama*

Não, eu não devo publicar mais tal texto. A série se tornou assunto muito espinhoso para lidar. Mas vamos relembrando o que eu escrevi antes...

Para quem me conhece da Fórmula 1, mas já tem uma ideia pelo que escrevi no post de março deste ano, me despedindo do blog sem data para voltar é o seguinte: eu estudo, academicamente falando, o autor inglês J.R.R. Tolkien, desde 2010. A história é longa, mas eu li "O Senhor dos Anéis" graças ao lançamento do primeiro filme dirigido pelo Peter Jackson e pude ter uma cópia do livro na pequena e única livraria da cidade, lá em 2002. Eu conheci o autor quase um ano antes e estava louca atrás de qualquer um de seus livros, até que essa publicidade dos filmes, fez isso acontecer mais rápido. 

Logo, fui uma adolescente feliz, apaixonada por esse tipo de literatura e acabando na vida de estudos sobre o assunto, praticamente por acidente. Tenho trabalhos acadêmicos defendidos, como uma monografia sobre o fascínio da literatura de fantasia e um mestrado sobre a estética da arte em Tolkien, desvinculada do materialismo histórico. Ambos, na área de História - a minha formação. 
Atualmente (e até 2024), estarei fazendo doutorado em estudos literários, procurando avançar na teoria da eucatástrofe - a boa catástrofe tolkieniana.
Sei uns pedacinhos do autor. Não durmo agarrada com os 12 volumes de "Histórias da Terra-média", mas acho que sei algumas coisas sobre ele, embora se procurarem pelo tio Google, não sou nome conhecido no meio (e talvez nem apareça pois não tenho livros publicados e poucos artigos - e nenhum deles, considero relevante para o assunto).

Comecei a ver a série, sem nenhuma expectativa. Na verdade, eu tinha muito receio quanto ao roteiro. Questões estéticas para mim ficou com a Manu de 15 anos. Não coleciono mais pôsteres de atores favoritos há pelo menos 10 anos. 
Ao longo de cada episódio lançado, fui cada vez mais ficando bem sozinha no debate.
Para quem não está informado, houve uma guerra campal na internet. Digamos que a audiência se dividiu em facções:

1) Os tolkienistas puristas que não admitem nenhuma mudança no que diz respeito à adaptações;
2) Os tolkienistas que estavam empolgados e que amavam qualquer respirada profunda de qualquer um do cast ou dos showrunners;
3) Críticos de audiovisual que acharam tudo muito decepcionante e cheio de defeitos;
4) Influencers de cultura pop que viram pontos positivos, mas também negativos (bem como os que só viram coisa boa, pois o padrão de gostos deles, foi contemplado);
5) Pessoas comuns, leitoras de Tolkien como diletantes, que acharam o roteiro empobrecido em relação ao texto;
6) Pessoas comuns, leitoras de Tolkien como diletantes, que acharam o roteiro fraco, mas ainda assim, que os envolveu de alguma maneira como "uma outra coisa parecida e agradável";
7) Pessoas comuns, leitoras de Tolkien como diletantes, que abandonaram a série no terceiro episódio, porque não conseguiu entrar ou considerou "muito novela da Record";
8) Pessoas comuns, que gostam dos filmes do Peter Jackson, mas não leram Tolkien, e continuaram acompanhando a série, preferindo os filmes do Peter Jackson;
9) Pessoas comuns, que não gostam dos filmes do Peter Jackson, nem não leram Tolkien, mas assistiram a série e preferiram House of the Dragon;
E por fim: 10) Pessoas comuns, que não gostam dos filmes do Peter Jackson, nem não leram Tolkien, mas assistiram a série e acharam legal, porque tem "diversidade" e plot twists. 

Onde eu me encaixo? Eu tenho um pouco de alguns aí, assim como nada de nenhum deles (se é que isso é possível).

Eu me senti sozinha. 
Ouvi um pessoal. 
Encontrei alguns pontos de convergência. Quis trocar ideia, mas me refreei por insegurança, por ser tomada por algo que não era minha intenção dizer...
Mas muita gente me procurou. Alguns porque me consideraram "autoridade em Tolkien". É ridículo, bem sei e cheguei a falar isso para eles. 
Desabafei com alguns, que queriam saber porque eu não estava comentando por aí sobre a série. Contei o motivo. Eles ficaram sem ter o que dizer, mas me consolaram e nem precisavam ter tê-lo feito.
Algumas destas pessoas são amigas, ou conhecidos que, de algum modo, jamais falariam algo que fosse uma verdade cruel que me fizesse simplesmente calar a minha boca sobre a minha opinião e parar de ficar querendo atenção, por exemplo. Insistiram que não era atenção, era só insegurança mesmo. Meio que me animaram, pois têm alguma consideração por mim e sou muito grata por isso.

Mas para a quem menos tenho intimidade, acabei revelando demais. Disse que  depois de 12 anos estudando Tolkien, parecia que eu não entendia nada sobre o autor. Somente para ela disse isso, e ela "me deu uma aula". Foi por conta do que ela me disse, que fui atrás de uma pessoa que admiro muito, para perguntar o que ela achou da série. Diante da sua situação cheia de dedos, essa pessoa perguntou o que eu achei. Disse que não tinha gostado tanto assim e queria escrever sobre.

"Escreva!" a pessoa me disse. "Manda ver!" E se prontificou a ler o texto quando finalizado, inclusive, ajudando a reformular ideias, caso eu quisesse. 

Agradeci. Sentei no computador e comecei a escrever. Isso aconteceu uma semana depois do fim da primeira temporada.

Em pouco mais de duas horas, o texto ficou gigante. Eu achei uma super perda de tempo.  
Comecei a reler, colocando marcações. Apagava parágrafos inteiros, porque soava muito passional. Escrevia mais. Deletava porque eu praticamente arrumava uma desculpa esfarrapada para argumentar e ter "voz". 

Reli com o teclado desligado. Está uma porcaria, pensei.
Fechei o arquivo. Foram 21 páginas. Deixei salvo na área de trabalho.
Não enviei para ninguém, nem mesmo para quem se ofereceu ler. Tive medo até de abrir depois do dia 16 de outubro. Hoje faz um mês.  

No feriado do dia 15 [de outubro], falei com um amigo meu, ele insistiu em revisitar o texto. Como ele já escreveu um romance e publicou, pedi que lesse e falasse com sinceridade o que tinha de errado. O conselho maior foi "pare de se colocar na defensiva", pois o meu texto é cheio da frase "não me entendam mal".

Ainda estou insegura com a decisão. Eu expliquei para ele que publicar seria impossível: algum - se não todos - daqueles grupos que citei, virão me atentar.
Ele disse que eu preciso ter voz. Insistiu que eu procurasse publicar em algum lugar, pois o texto, na visão dele, tinha essa voz.
Relutante, decidi seguir o conselho. Até o fim deste mês de novembro eu publicarei o texto aqui (provavelmente em partes) e divulgarei nas redes sociais. 

Eu não fiz isso, como podem ter percebido. Não adianta querer dar desculpas: o doutorado, outras atividades, a vida... De fato, fiquei doente pouco depois desse post, mas logo me recuperei e não "extravasei" minha opinião sobre a série.
Eu simplesmente não tive coragem. Tenho muito medo do julgamento. 

Eu finalizo com uma brincadeira do internetês adaptado. Sabem o "se flopar, nunca existiu"?
Então, aqui vai ser o seguinte: "Se ofender, nunca existiu".
Se for ignorada, pois nada sou na fila do pão de lembas, estarei no lucro. Se alguém vir com palavras que a gente não usa com a nossa mãe, a gente apaga, rezando para ninguém ter feito print.

Vou apagar sob quais circunstâncias?

Se me ofenderem pessoalmente, seja nas minhas ideias sobre audiovisual, seja para defender a série com truculência como se a mesma não tivesse problemas bem chatos e passíveis de não serem criticados.
E apago correndo se comentarem, reproduzirem o texto por aí usando a expressão "Tolkien revira-se no túmulo". Essa frase já foi dita à mim, por um avaliador de artigo e ele** é a causa da minha sumária insegurança hoje em dia, sobretudo em trabalhos acadêmicos.

Abraços afáveis*! 


*PS. 1: saudades de me despedir assim, rsrsrs....

**PS. 2: Especial obrigada ao babaca em questão, pois agora sou essa boba que morre de medo de falar qualquer coisa que seja, mesmo um monte de gente incentivando. Querido idiota que se acha o dono da verdade: você não vai ler isso, nunca, mas eu quero muitíssimo que você vá para aquele lugar que o sol não bate. Aposto que você gostou da série e não usaria esse termos com ela. Mas o meu artigo que VOCÊ NÂO ENTENDEU porque nunca leu os debatedores que coloquei na discussão, quis ser escroto só para me diminuir e não admitir que o burro ali era só você. 


*** PS. 3:

Desisti de publicar e acho que não retomarei o texto tão cedo. Fica a promessa de fazê-lo, um dia. Quando estiver em paz comigo mesma? Não sei se é bem isso que me travou em falar sobre o assunto.
Quando o assunto estiver esquecido e ninguém mais tiver o que dizer a respeito?
Pode ser uma boa alternativa.  
Quando revisar o texto, deixar ele coeso e sintético, sem ofensas ou paixão?
Talvez seja esse o ponto crucial e necessário. 

Fato é: o quando, eu não sei precisar.
Mas vou fazer desse espaço um lugar para escrever resenha de livros lidos neste ano de 2023. Em breve, retorno com uma postagem inédita de resenha do conto "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça" de Washington Irving para o dia 31 de outubro, o Dia das Bruxas.

Até lá!

Comentários

Olá, Manu!!!

Só você mesmo para, na atual conjuntura, conseguir me fazer ler um texto imenso como esse. E, creio eu, acabarei lendo também a novela que você publicará aqui em capítulos. Não sou vidrado em Tolkien, na verdade só conheço o que nos foi apresentado nos filmes. Demorei anos para assistir, na verdade. Quando fui assistir, foi num DVD pirata que veio com os três filmes juntos.Mas acabei gostando, exceto aquela enrolação lá com o Smigol e a parte do “…Nenhum homem pode me matar. Mas eu não sou um homem…”, blá-blá-blá, ou algo assim.

Você não deve temer julgamentos, críticas ou ataques de quem quer que seja. Ainda mais hoje, quando as pessoas tentam a todo tempo diminuir, ofender, massacrar as outras. Escreva para si e para aqueles que lerão com real interesse o que você tem pra dizer. Esses, eu incluso, te respeitarão e apoiarão.

Abraços afáveis a você também.

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