O que ficou da temporada 2014 da F1? (parte 1)

Optando por fazer um balanço geral da temporada de 2014 da F1, busquei, antes de escrever tudo que precisava sobre, voltar lá em março e ler as postagens que dediquei apenas à prever o que estava sendo preparado para minha cabecinha. Dediquei dois posts, e a partir deles, vejo o que acertei e errei fatalmente para construir meu texto de fechamento de temporada. Antes, os links das postagens de março pré-temporada:


No primeiro post imaginei que as corridas seriam previsíveis. Previsibilidade beiraria o tédio. E de certa forma, assim foi. Previ que não saberia dizer quem seria campeão mundial, mas seria fácil de dizer com algumas corridas. E também disse que era impossível empolgar com a Ferrari, mesmo com dois dos melhores pilotos do grid a disposição.
Acertei na mosca. Nem foi tão difícil, convenhamos, mas a temporada deixou uma sensação ruim de tédio por cada etapa engolida que nem xarope amargo.

No mesmo post, dediquei uma prévia para cada dupla de cada equipe. Comecei por baixo, pela Caterham. Discuti quem era quem.  No caso de Kobayashi e Ericsson, podia dizer que do primeiro já tínhamos história para contar, mas de Ericsson, mal soube escrever sobre. Koba retornava a F1 patrocinado por vaquinha de fãs. Mal sabíamos (mas não surpreendemos) que a equipe entraria em tal crise que fizesse o mesmo para a última corrida do ano.
Brincando com as fotos oficiais, parti para escolher o favorito da briga interna para todas equipes. Ali votei no Kobayashi pela "experiência" com um F1 e porque do Ericsson só soube nome, sobrenome e nacionalidade. Errei: apesar de nenhum marcar pontos, Ericsson terminou o campeonato três colocações acima de Koba: um em 19º e outro em 22º...
No fim, em 2015, Ericsson parece ter uma vaga na Sauber (tudo pode mudar até a temporada de 2015 teimar em acontecer) e Koba, vai ter que rodar mais um site de vaquinha para buscar nova vaga, já que equipes como a Caterham tendem a desaparecer de vez.

Já a Marussia as previsões eram mais amistosas. A equipe melhorou perto da Caterham e vinha tendo bons desempenhos de seus pilotos - nunca marcavam pontos, mas Chilton completou todas as provas de 2013. Em 2014, mantiveram a dupla Chilton e Bianchi, chegando a marcarem os 2 primeiros (e únicos) pontos com Jules, numa boa corrida em Mônaco. 
Na previsão, votei em Bianchi já que via mais talento nele (embora não pudesse afirmar, pois, com uma Marussia...). Bianchi fechou o ano em 17º e Chilton em 21º. Ganharam da Caterham e até da Sauber (que não marcou pontos), mas se retiraram da F1 por dois fatos ruins, um deles, o mesmo da Caterham: o fator financeiro. O outro, um pouco mais trágico.
Infelizmente, o fato mais infeliz da F1 esse ano, ficou com a joia da equipe. O acidente de Bianchi no Japão deixou a todos com os corações na mãos. Só por isso, não há como comemorar por esse ano tão ruim, a ponto de depois de tanto tempo, um piloto ser assombrado pela morte da forma como foi...

A Toro Rosso trazia novidades, um jovenzinho russo, chamado Kvyat para substituir Ricciardo que se transferiu para o lugar de Webber (aposentado) na Red Bull. Novamente, eu não comentei do russo, pois sequer sabia falar seu nome. Votei no veterano da equipe, o Vergne para passá-lo na briga interna. Vergne terminou o ano com 22 pontos, já Kvyat teve míseros 8 pontos, mas nada mal para um novato. Apesar do fraco desempenho, o jovem russo ganhou uma vaga excelente: substituirá Vettel na RBR em 2015, enquanto Vergne parece além de incerto, fora da casa STR e talvez da F1. 

A Sauber parecia promissora em 2013. Havia perdido sua "revelação" para a McLaren (e Pérez com um carro de equipe grande nas mãos - mas mal construído -, correu que nem um doido) pegaram da Force India o promissor Hulk.  A troca de pilotos com a Force India em 2014, fez ela talvez perdesse o rumo. Da Sauber veio Hulkenberg de volta e da Force India, veio Sutil. Mantiveram o Gutierrez. 
Na dúvida, achei que Sutil se daria bem, mas no fim, ambos foram péssimos. A Sauber não marcou um ponto sequer, perdendo até para a Marussia. Pelo que se viu das duas nanicas, o que espera a Sauber é nada mais que pessimismos... Sutil fechou o ano em 18º e Gutierrez em 20º, zerados. A equipe fechou o ano, só melhor que a Caterham. O ano que chega é cheio de expectativas furadas: nós brasileiros temos que engolir os vendedores da marca por conta da contratação do Felipe Nars - o carinha que tinha chance de vencer a GP2 e perdeu até o vice... Com ele, prometem Ericsson como companheiro. Onde isso pode ser lucrativo ainda sento e espero para ver (porque "pagar para ver" - nem pensar!)

Já a Force India, que havia perdido Hulkenberg para a Sauber, mas teve o de volta em 2014, "engoliu" Pérez, que este foi dispensado da McLaren. Não vi nada de especial no mexicano, nem em sua estréia. Era notável que ele tinha feito bom trabalho com a Sauber no ano de 2013, mas, naquele ano até Maldonado já tinha vencido... No fim, bem, escolhi Hulk por ser mesmo mais talentoso que o companheiro (e merece um cockpit mais decente, para logo). Ambos terminaram o ano em 9º e 10º - Hulk com 96 pontos e Pérez com 59. (Não posso, nem devo falar mal do mexicano outra vez, já que ele fechou a temporada com mais pontos que um certo piloto da Ferrari... ¬¬' )
A equipe terminou em 6º, perdendo para todas as equipes "renomadas".

A Williams chutou fora o pagante Maldonado e pegou (com estranheza e muita segurança) um infeliz chamado Massa. Veio com a pompa de campeão mundial. Hahahahaha... 
Já imaginam como fiquei satisfeita ao ver que Bottas se saiu muito melhor que a promessa brasileira da equipe, não?
Visivelmente bem melhor estruturados, a equipe encheu os fãs de orgulho e voltou a dar brilho de uma antiga Williams, na categoria. Bottas fez incríveis pódios, sendo uma das grandes boas surpresas do ano, terminando a temporada em 4º (à frente de Alonso!!!) com 186 pontos, enquanto o campeão mundial de 2014, Massa terminou em 7º com 134 pontos (muito facilitados pelo dobro de pontos alcançados na última etapa...) A equipe terminou o ano em terceiro, em meta de fazer mais que a Ferrari e cumpriram, já que a equipe italiana pagou mico finalizando 2014 em quarto.

A Lotus carregava o que eu chamava de pior dupla do ano. Mas acabou que nada foi tão grave assim. A Lotus só foi do céu ao inferno em 2 anos porque, bem... porque quis. Pegando dois caras com histórico de acidentes homéricos, imaginávamos desastres absurdos nas corridas. Nem isso teve, para vcs imaginarem o quanto essa temporada foi horrorosa!
No fim, Grosjean se valeu da experiência e o pouco talento que era sempre frisado por Boullier quando ainda era chefe da equipe, marcou 8 pontos, ficando em 14º no campeonato. Maldonado marcou 2 pontos chorados, nos EUA, ante penúltima corrida do ano, terminando então em 16º.
A Lotus ainda conseguiu perder da Toro Rosso no campeonato de construtores, nem perto do campeonato que fez em 2012/13.
No fim eu previa que a Lotus nem chegaria ao fim do ano, mas se arrastou até a conclusão. Outras como a Marussia e a Caterham tiveram "morte" certa.

A McLaren vinha de um ano de 2013 horripilante. 2014 soou que seria diferente com pódio da dupla Button-Magnussen logo na primeira etapa. Mas depois, murcharam.
Votei em Button porque gosto do inglês, e assim acertei: Button foi mais leve e terminou o ano em 8º, com 126 pontos e Magnussen, apesar de novato, se controlou mais que Pérez, marcando 55 pontos na estréia e terminando em 11º lugar (ruim? espera quando eu for falar de um certo finlandês...).
Mas lá no post de março eu apontei: "Ron Dennis de volta? Hum..." E não estive tão errada: a equipe aposta em motores Honda pro ano que vem e surgiu no meio do ano para o fim que eles estariam trazendo Alonso de volta para a equipe... O coração peludo de Dennis também soltou asas, numa dessas circunstâncias seria a não admissão da volta de Alonso (que provavelmente só resta desculpas formais para retornar), a geladeira de Button com futuro incerto e a disputa de Magnussen e não sei mais quem pela segunda vaga na equipe. Péssimo.

A Mercedes tinha ar de favoritismo. Achei que tudo ficava só na promessa. Logo no meio do ano, já não tinha para mais ninguém. Admiti que disputa interna poderia ser um problema, e foi.
Votei no Rosberg e mesmo com o fim do campeonato, ainda voto. Já falei algumas vezes disso e não vou fazer o "repeteco". Nico perdeu o campeonato, ficando vice com 317 pontos, enquanto Hamilton (suportado pelos acionistas da equipe) triunfou mais ainda com a corrida de pontos dobrados, terminando o ano com 384 pontos.
A equipe comemorou o campeonato de construtores já na etapa da Rússia, a 16ª de 19 GPs.

A Ferrari deu o maior banho de água fria em todos que esperavam uma disputa inesquecível de dois dos melhores pilotos dos últimos tempos, como companheiros de equipe. O carro foi tão ruim, mas tão ruim que Alonso subiu ao pódio míseras duas vezes. Kimi então, parecia sofrer da síndrome do mosquito tsé-tsé (dormindo no meio das corridas) e não fez nada além de um 4º em Spa. A equipe ainda "facilitava" a vergonha cometendo erros. Avisei que era absurdo a escolha de Kimi, dada a péssima administração.  Mas errei feio na disputa: eles não disputaram à risca por pontos, e na verdade Alonso massacrou Kimi. O carro ruim mais a apatia do finlandês e o campeonato foi uma vergonha. Alonso terminou o ano em 6º com 161 pontos, já Kimi terminou com 55 pontos, em 12º (ambos tiveram os piores resultados da carreira, depois de estarem em equipes grandes).
A Ferrari, perdeu para a Williams em termos de pontos e quase perderam também para a McLaren. E eu achei que só o presidente iria fazer discursos hipócritas, mas olha, até ele caiu. A crise foi pior que imaginávamos, e tende a piorar ainda mais.

A Red Bull era a grande atração dos últimos quatro anos. De repente, sem Webber, ela tinha uma novidadinha: um novo australiano como novato, o Ricciardo.
Vettel, tetra campeão pouco teria a reclamar, se o carro não desse tanto problema no começo da temporada. Parecia que o alemão havia herdado o carro do Webber do ano anterior, e à duras penas, Vettel apagou de vez minha previsão. Na briga interna, dava Vettel em qualquer bolsa de apostas, mas Ricciardo foi um jardim de maravilhas pela temporada que fez, sendo um dos poucos que correu corridas chatas ou apenas mornas com gosto de corrida de verdade. Terminou o ano em sorrisos e 238 pontos, em terceiro, enquanto o tetra campeão somou apenas 167, ficando em quinto.
Agora, Vettel parece ter feito do seu ano, um laboratório, já que ano que vem parece que vai amargar  poucos pontos na Ferrari, substituindo Alonso, sabiamente decidido abandonar o barco.

Algumas coisas óbvias, se concretizaram. Outras, apesar de não surpreendentes, também. 

Amanhã se puder, farei a parte 2, onde comento o que publiquei no post sobre prós e contras. Se for fazer agora, ninguém terá paciência de ler, hehehe...

Abraços afáveis!

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