GP de Monza: tão... quanto um erro de português
Sabem quando você encontra uma pessoa linda, adequada exatamente ao seu gosto, o seu sonho em carne e osso, a sua melhor imaginação materializada?
Pensem então comigo: projetem seu sonho de consumo humano e imaginem esse encontro com ele pela primeira vez. Você se aproxima dessa pessoa, algumas faíscas emanam do corpo dela... Você vê tudo em câmera lenta, como uma piscada; você acompanha o movimento dos cílios; ou uma passada de mão no cabelo, que você mergulha os olhos no momento do contato fios-e-dedos... Quando, de repente, ao se aproximar, essa quase divindade sorri e diz: "Mim faz um favor?"
Mim?
Um erro comum. A pessoa, podendo ser daquelas tão espetacular aos olhos, que você até cogita: "Ah, vou tomar algumas iniciativas, puxar conversa. Foi apenas um errinho..." Conversa vai, vem e você troca número do whatsapp, e "bam": a primeira mensagem no dito cujo é recheado dos maiores medos do professor Pasquale: "Quando vou ti ve dinovo?", "Vç que ir com migo na festa da fulana?" e coisas do tipo.
Se for o tipo de cara que estou imaginando na minha cabeça agora, a cada erro desses eu sentirei uma ponta no coração.
Vou usar um termo comum, mas que me marcou com um péssimo professor de Introdução a Filosofia que tive no meu segundo período na universidade. Toda vez , ele começava a sua "aula" de sexta-feira de manhã com assuntos futebolísticos. Como um culto corinthiano (coisa extremamente raro, vale ressaltar), sua críticas aos são paulinos eram recheadas de palavras mais pomposas que o mais bambi torcedor do time tricolor. Em um belo dia, me retirei da sala, pois Sócrates nada tem a ver com a falta de senso do Rogério Ceni em teimar em não se aposentar. Saí da sala por um motivo extra: ele chamou o distinto goleiro artilheiro de "broxante".
Ouvir uns erros de português assim pode ser, então - com o perdão do baixo nível no termo - "broxante".
Assim foi Monza pra mim. Portanto, rapidamente, escreverei o suficiente.
Depois de Spa é caso de as corridas que vierem depois serem tipicamente "boring". Essa só não foi chata, quanto foi de novo, foi o termo acima.
Em Monza, "casa" da Ferrari, eles tem uma sombra de obrigação de fazer algum tipo de festa adequada. O que fizeram foi pagar mico. Alonso não terminou a corrida com problemas na carroça e Kimi pelejou com o mesmo tipo de para um único (e mísero) ponto marcado.
Logicamente, houveram performances louváveis. Mesmo perdendo muitas posições na largada, Bottas foi incrivelmente recuperador do tempo perdido, proporcionando ao menos, belas ultrapassagens ao longo da arrastada corrida. Não há nada que justifique as corridas meia boca dele - algo que o Bichinho de Goiaba, se pudesse e quisesse, poderia ensinar ao veterano Massa.
O outro nome foi Ricciardo, que do meio para o fim da corrida fez jus a boa característica de batalhar por posições. Até o momento, creio que apenas esses são aqueles que merecem agradecimentos por Monza, ontem.
Massa, por mais que tenha subido ao pódio, só me deixa muito mais insatisfeita com todo o resto. Além disso, não fez nada mais que a obrigação. Massa na frente é sinônimo de perder o fio da meada de toda a corrida. Anotar as posições a cada 10 voltas é impossível quando eles param para ficar mostrando a câmera onboard do "amado". É também nessas horas que meu ranço por ele aumenta (além das suas ambíguas e estapafúrdias declarações).
As Mercedes são bizarras. A largada, certamente mostrava algo por trás da mera lorota: Rosberg pulou à frente e Hamilton reclamou algo inteligível pelo rádio, mas que pelo visto, era única e exclusivamente problema na peça entre banco e volante. Ou seja, Rosberg só vence porque é o que tem mais neurônios ativos na sinapse que o inglês. Os dirigentes, enquanto isso, cantaram a pedra que se bobagens na pista voltassem a acontecer, alguém no ano que vem ficaria sem contrato na casa. A punição pairaria em Roberg porque ele é o vilão da vez, mas Hamilton não tem moral há muito tempo e não tem contrato renovado.
Bobagem. Rosberg fez o favor de errar pontos de freada cruciais, não só uma, como duas vezes. Na primeira: mini ataque cardíaco - quase Massa se torna líder e o narrador mais chato do planeta ia explodir em alegria. Na segunda: ataque cardíaco completo - o Hamilton era o segundo tomou a posição e no ar ficou a satisfação dos tão mentirosos quanto, dirigentes da Mercedes. Facilitou bonito a briga, hein Rosberg? É ou não é "broxante"? ¬¬'
Minha previsão do campeonato: Hamilton vai vencer e vai nos fazer engolir toda a sua choramingança. O pessoal da Mercedes costuraram bem; fingiram briga, fingiram deixar as disputas abertas, fingiram tudo - se não fosse assim, Abu Dhabi viria ao socorro e Lewis marcaria, de cara, 50 pontos... Para mim, fingiram tudo e sempre observei os caminhos dessa equipe com olhos estreitos:
"Hum... Sei..."
Mas fazer o quê não é? Se fosse meros erros idiomáticos, a gente poderia fazer estudar. Mas quando o problema é mais grave, só resta suspirar.
Volto em breve. Abraços afáveis!
[PS: Insatisfação esportiva de domingo ficou no placar 2x2. Dois gols do time contra: Corrida péssima, e a derrota do Saints para o Falcons na temporada 2014-2015 da NFL. Dois gols a favor: Alemanha venceu a Escócia na eliminatória da Eurocopa 2016 (apesar do saldo de jogadores lesionados ter aumentado - Marcos Reus :/ e eu não ter assistido ao jogo) e o Broncos jogou o SNF e venceu o Colts na NFL. \o/]
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