Sobre a Copa de 2014

Já disse até que a Copa estava sendo uma das piores que já acompanhei para amigas no Whatsapp.
Peço para voltar atrás no argumento. Inclusive peço desculpas por bater boca sobre futebol (em especial com a Ludmila), coisa que certamente não faço e acabei me sentindo mal pelas bizarras ideias que expus. 
Pensando bem, não é a Copa das Copas como dizem por aí. Mas também não está ruim. Tanto é que eu não estou conseguindo controlar e estudar no horário de jogos. Volta e meia, até em momentos de distração com outra coisa, corro para a TV quando gritam gol. E estou assistindo a maioria dos jogos.
Mas não, depois da estréia do Brasil com a Croácia, não vejo jogos do Brasil. Primeiro porque a equipe não me cativa, segundo que a mídia faz a gente enjoar deles. Cansa muito e prefiro não ver, até porque não gosto do jogo que apresentam. Mas me desculpem - se nos próximos dias eles perderem, eu irei dar umas risadas. Desde 1998 não acho que essa emoção com futebol pode ser levar em conta, muito menos se isso for levado para o lado patriótico que está colocado em campo.
Lembro-me da última Copa, em 2010, que no jogo contra a Holanda, eu voltava para casa do ponto de ônibus onde fui deixada à pé, em ruas desertas. Passei em uma casa com janela visível para a grade, e de frente ela, uma tv ligada. Parei. Vi o primeiro gol da Holanda pela janela e subitamente saí correndo, rindo feito louca pela rua, dobrei a esquina em um pique que quase caí, mas não me importei. Cheguei em casa aliviada: com o Brasil fora, eu teria aulas normalmente, sem ficar naquela correria de pegar ônibus mais cedo e pegar estrada correndo só para chegar a tempo dos malditos jogos. Isso, não era eu que definia, e sim, uma turma inteira de alunos e motoristas de ônibus. Minha vida corria riscos e minha vida acadêmica estava atrasando por causa de meros jogos que não enobrecem ninguém que assiste. Só deixam as pessoas ou nervosas, ou cegas. Cegas pois, todos torcem para a equipe verde amarela, mesmo elas sendo piores que o time de senhores cinquentões no clube que frequenta.

Não poderia concordar mais com a postagem do Ron Groo, que humildemente eu publico o link aqui:

Não há discussão mais. É isso e pronto.
Certamente essa Copa está ruim por uma turma que foi aos estádios, e que só sabem vaiar e cantar músicas de orgulho apenas quando não devem puxar o coro. O sentimento de vaiar estrangeiros pode ser encarado como mera rivalidade certamente, mas para mim, é reflexo apenas um grave defeito na alteridade. Você aí que tem filhos pequenos: como vai dizer a eles respeitar um estrangeiro e sua nação (sim, porque hinos é a representação da nação, algo que independe do evento, e é tocado e deve-se manifestar respeito, puro e simples) se eles vêem pela TV um bando ignorando essa "educação" que vem de berço, por mera pachequice? Não teremos argumento palpável na hora que algum europeu xingar um jogador nosso de "macaco" ou qualquer coisa de semelhante ofensa. Que respeito enviamos de volta aos "hermanos" chilenos?
Acreditem, isso é pouco. Há uma turma de acadêmicos que torceu a favor da Gana e da Nigéria, principalmente quando jogou contra europeus, por pensamentos políticos, históricos e não esportivos. Outros, esqueceram seus títulos de mestres e doutores para xingar os argentinos. Razão? Nenhuma, até para aqueles que são considerados os pensadores da sociedade! Ledo engano nosso, meros mortais em não escapar bobagens de vez em quando, se até estes falaram suas abobrinhas recheadas, rsrsrsrsrs...

Árbitros também andam muito estranhos. Não sei se por conta própria ou não, mas não parecem os melhores profissionais da categoria. Mais que nunca, estão cometendo erros juvenis, ou fazendo vista grossa, não sobrando espaço para o meio termo, com atos mais equilibrados.
Fora isso, há gols, jogos que são disputados até o último minuto, desgaste danado por causa do calor. Excesso de câimbras, jogadores buscando água sempre e isso é um problema. Muitos, inclusive a Itália, caiu fora também por esse clima que nos deixa molenga. Mas dizem que é frescura, então que assim seja. Eu simplesmente acho que é complicado. Todos os times sofrem com as duas horas de jogo com calor, umidade baixa e etc. Não é desculpa, mas também não é frescura.
O lance bom da Copa é que não tem mais favoritismo: ninguém joga mais de forma inocente. Está bem nivelado. Se é por isso que está bom, já vejo vantagens. Todos tem capacidades, técnicas e bons jogadores. Alguns mais que os outros, mas não há sombra de favoritismo: ponto para o evento.

A tendência do patriotismo é sempre beirar a bobagem. No caso do futebol, pode se falar uma ou mil delas. Basta falar sem pensar um pouco e você já "cuspiu" abobrinha inimagináveis. Patriotismo no futebol (ou no esporte) é sim coisa boba, para mim, uma vez que, com o sentimento transbordando, perde-se a razão de perceber onde o jogo foi ruim ou incompetente por parte de seus atletas. Último jogo do Brasil com o Chile eu não assisti, mas ninguém admitiu que o sofrimento para classificar se deu por incompetência dos atletas, tanto de um lado, quanto de outro. Fora que pênaltis é loteria. No fim, 90% do pessoal que é fazer festa, tomar umas e soltar foguetes (artefatos que no caso, eu preferiria que não existissem nessas ocasiões).

Estou novamente indo contra a maré: torço pela Alemanha, desde 2006. E estou dizendo para mim mesma e para quem pergunta, que torço não pela equipe que os outros dizem que deve, e sim por aquela que acho que devo. Fico satisfeita assim. Amanhã ou depois eles podem estar fora da competição, mas eu sei do que eles são capazes, e por mim, continuo torcendo por eles porque gosto.
E acho que todos devem ser livres para escolherem o futebol que mais cativa. Gosto - assim como futebol, religião e política *opa!!!* - é algo que não se discute. Pode até debater, mas pode ter certeza, alguém vai impor a opinião, os "achismos" transbordarão do copo e o fim do capítulo vai ser o seguinte: o submisso se redimindo e mudando de opinião, o que se faz de bobo, calando a boca e xingando todos mentalmente e o teimoso vermelho de raiva, mas satisfeito porque converteu o submisso. É assim que é para muita coisa.
E Copa, bem, acho que já falei muito sobre.  Talvez não exista mais nada o que dizer...

E vou pensar em patriotismo lá em outubro... Isso, se até lá tiver ânimo.

Abraços afáveis!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aquaman post

Corrente Musical de A a Z: ZZ Top

Boas festas 2021!